Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

-Estava uma delícia – disse Ruth, enquanto tirava o prato de Miguel. Ela colocou na pia junto com os outros, e voltou para perto de mim, que ainda estava sentada à mesa.

Fiquei orgulhosa de ouvir aquilo. Apesar de ser apenas macarrão com salsicha, eu tinha caprichado para que todos gostassem. No fim, acabei descobrindo que era o prato preferido da Maite, e ela repetiu duas vezes, me deixando muito contente. Miguel repetiu três vezes, e não sobrou nem para a janta.

- Obrigada – disse sorrindo – Fico contente que tenham gostado tanto. Confesso que foram minhas cobaias, e fiz o macarrão, pois já tinha visto a Tereza fazer.

Ruth riu surpresa e caminhou até mim, beijando-me o rosto. Sorri com aquele gesto, me sentindo mais uma vez em um lar de verdade. Sentindo-me feliz por ter entrado naquela família. E mesmo que ainda não me considerassem integrante dela, eu os considerava da minha.

- Você pode olhar o Miguel para mim? Hoje chego lá pelas onze horas, porque vou... – ela não completou a frase, mas logo percebi que se tratava de homem. Eu sorriu a incentivando, e ela apenas retribuiu encabulada.

- Pode ficar tranquila, Ruth. Que horas ele dorme?

- Lá pelas 21h ele já sente sono. Talvez relute um pouco por eu não estar, mas você coloca um DVD para ele no meu quarto, que ele fica quieto até pegar no sono.

Miguel era mesmo um menino de ouro. Não que Alfonso não fosse, mas talvez por ser mais velho e ter que encarar muitas responsabilidades cedo acabou criando um muro ao seu redor, deixando apenas algumas pessoas ultrapassa-lo. Mas apesar de ser marrento, era incrível e tinha um coração de ouro, isso eu tinha que admitir.

- Pode deixar- disse sorrindo. Ruth beijou meu rosto e foi para a sala pegar sua bolsa.

Lavei a louça e arrumei a mesa rapidamente. Ruth ainda nem tinha saído quando coloquei o último copo no armário. Fui para sala e ela estava terminando de se olhar em um pequeno espelho que tinha ao lado da estante. Virou-se em minha direção, sorriu e acenou. Assim que saiu, Maite desceu com as mãos na barriga e bico maior que aquela casa. Ergui as sobrancelhas, e logo imaginei que estivesse com vontade de comer alguma coisa. Não era cara de dor, e sim de pedinte.

- Any, eu sei que não somos as melhores amigas, mas... – ela não completou a frase, e eu revirei os olhos.

- Pode dizer.

Seus olhos brilharam quando me dispus a comprar o que tinha vontade, e até que não era algo impossível de se achar, nem tão pouco difícil. Era uma torta de morango. Ela até me indicou a padaria e quis me dar dinheiro, mas eu neguei, dizendo que tinha minhas economias, e que compraria sem problema algum.

Alfonso narrando:

Estava deitado na cama imaginando minha morte lenta e dolorosa ao contar para Anahí o que tinha rolado no restaurante. Imaginei tantas coisas, que seriam até absurdos. Claro que Any não teria coragem nem de me cortar o que tenho de mais precioso, mas isso pode resumir o pavor que estava sentindo. Ela sabia ser nervosa. As horas passavam, e eu ainda enrolava para ligar para ela, com medo da sua reação. Para ser bem sincero, começava a aceitar minha morte, que seria menos dolorosa do que se terminasse o nosso namoro. Entortei os lábios ao imaginar-me sem ela, e senti minha cabeça girar, seguida por meu estômago que embrulhou.

Respirei fundo e me sentei na cama. Era a hora de contar a verdade, e não tinha como enrolar. Peguei o celular e disquei seu número, mas ela não atendeu.

Anahí narrando:

Estava chegando com duas tortas de morango e duas de chocolate pois sabia que era a preferida de Miguel e Alfonso, e se desse sorte ainda poderia comer no dia seguinte quando chegasse. Levei até a cozinha e a Mai já desceu a escada saltitante, quando viu que eram duas. Abri o pacote e deixei que ela cortasse o tamanho que queria, e quantas fatias desejasse. Quando ia chamar o Miguel para comer, senti meu celular vibrar no bolso de trás da minha bermuda jeans. O peguei e abri. Era um SMS anônimo. Fiquei confusa, mas a curiosidade gritou, e eu abri, dando de cara com a decepção.

- Mas, o quê? – soltei o celular sem saber como se respirava, e me sentei a cadeira, implorando por um balão de oxigênio.

Era uma foto do Alfonso com a tal menina que tinha ido viajar. Ele estava com as mãos em seus ombros, e ela em sua nuca, com os dedos enroscados em seus cabelos. Meu estômago chegava a doer só de ver aquela imagem. Eu não conseguia nem engolir a saliva. Tudo a minha volta havia sumido. Era como se eu tivesse entrado em uma gaveta, ou em uma caverna silenciosa. Eu só ouvia a voz da Maite de longe, chamando meu nome. Mas naquele momento eu não sabia se era coisa da minha cabeça, ou se realmente ela estava me chamando.

Não, o Alfonso não pode ter feito isso comigo!