Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos

Anahí narrando:

Foi maçante estar naquele quarto sozinha só chorando, mas eu simplesmente não controlava. Eu queria acreditar que Alfonso não tinha feito nada, mas a foto mostrava o contrário. Ninguém havia me contado, não era uma fofoca, eu tinha visto com meus próprios olhos. E assim foi aquela tarde. Doloroso, vagarosa e tediosa. Eu só sabia olhar para fora do quarto e pedir para Deus me dar força. O meu namoro tinha começado e terminado tão rapidamente, que parecia coisa de filme, mas a dor era real.

Maite tinha me chamado para jantar, mas nada descia, nem pizza que eu tanto amava, não passava da garganta. Bebi apenas um copo de leite puro que desceu rasgando como uma bebida alcoólica fortíssima. Até água descia rasgando, mas só bebi porque sentia minha garganta seca, implorando por um líquido para hidratá-la. Miguel ainda me visitou no quarto duas vezes, e uma delas ficou meia hora comigo. Disse que prometeu ao irmão que cuidaria de mim, e então me fez companhia até eu cochilar.

Eram 21 h quando Miguel entrou em meu quarto pedindo para que eu colocasse um desenho no DVD de sua mãe. Por mais que eu não tivesse vontade de sair do quarto, tinha prometido a Ruth que cuidaria de Miguel, e iria cumprir. Respirei fundo e levantei-me da cama meio contragosto. Sua pequenina mão tocou a minha e ele me puxou delicadamente até o quarto de sua mãe. O filme que ele escolheu foi um dos episódios do chaves que ele era vidrado. Enquanto colocava-o no aparelho, Miguel escovou os dentes e se aninhou debaixo do cobertor que já havia sido esticado, talvez pela Maite. Virei-me em direção à cama, e vi seus olhos tão pequeninos, que não aguentaria muito tempo. Por mais que quisesse esperar sua mãe, o sono lhe consumiria em poucos minutos, talvez em cinco minutos de chaves.

-Boa noite, pequeno – beijei sua testa delicadamente, mas antes de me virar, sua mão alcançou meus dedos, impedindo-me de sair dali.

Miguel fez biquinho e me puxou novamente, fazendo-me sentar ao seu lado.

- Fica aqui até eu dormir? Não gosto de ficar sozinho e sei que a mamãe vai demorar.

Considerando que era apenas uma criança de cinco anos, acabei deitando ao seu lado para lhe fazer companhia. Era para esperá-lo adormecer, mas a última coisa que me lembro é de o Miguel rindo de uma cena em que o Chaves acerta o senhor Barriga com uma de suas atrapalhadas. Acabei dormindo primeiro que ele.

Alfonso narrando:

Eram 22 horas quando entrei no whatsApp novamente, e vi que Anahí tinha ficado online às 20 h 59 m. Eu não senti fome a tarde inteira, e não conseguia dormir. Eu queria falar com ela, mas estava muito chateado por ela ter acreditado em uma foto, do que em mim. Foi quando de repente foi como se levasse um soco no estômago. Algo dentro de mim se iluminou em um pensamento, que fez minha esperança renascer novamente. Sentei-me à cama e fiquei pensando em tudo o que Anahí me disse.

Por que cargas d´água. Ela receberia uma foto minha beijando outra menina? E de quem? Quem tinha seu celular? Aliás, que mente maligna poderia ter a ideia de tentar ferrar meu relacionamento que mal tinha começado?

Foi pensando nisso que resolvi vestir uma roupa e ir bater no quarto de Beatriz. Soquei aquela porta com tanta força que até uma senhora que estava hospedada no quarto da frente, acabou saindo para ver o que estava acontecendo. Talvez pensasse se algum bandido, devido ao modo relaxado que estava vestido. Ela me chamou meio receosa, e eu a olhei com tanta raiva, que o passo que pensou em dar, foi esquecido e a porta quase fechada.

-Me desculpe o modo, não quero assustá-la – disse calmamente – Mas, a senhora sabe me dizer se a menina que está hospedada nesse quarto, se encontra?

A senhora apenas negou com a cabeça e fechou a porta rapidamente, como se eu fosse sugar seu cérebro como em filmes alucinantes de zumbi. Respirei fundo e bati novamente, mas ninguém me atendeu. Nem vestígio da garota, nem um barulho pequeno como se ela estivesse fugindo de mim, nada. Estava silencioso demais para ter alguém. Voltei ao meu quarto e fechei a porta com tudo, descontando toda a minha raiva, sem me preocupar se poderia acordar o hotel todo ou quebrar a porta. Peguei o celular que estava em cima da cama, e vi uma ligação perdida de casa. Respirei fundo, e retornei. Atenderam no primeiro toque.

- Alô? – pela voz fininha apesar de masculina, pude perceber que era o Miguel.

Ele falava tão baixinho que só poderia estar sozinho na sala.

- Mamãe me ligou, pirralho?

Miguel soltou uma risadinha e suspirou.

- Não, irmão. Eu liguei – fez uma pausa, mas eu apenas esperei para saber o que queria.

Confesso que fiquei preocupado. Miguel não ficava acordado até as 22h. eu sabia que minha mãe iria voltar mais tarde, porque ela mesma havia me dito. Mas, ele não estava sozinho. Maite e Anahí estavam com ele.

- Aconteceu alguma coisa? – insisti, enquanto Miguel se mantinha calado.

- Uhum. A Any acabou dormindo comigo no quarto da mamãe, mas não para de sussurrar seu nome – soltou uma risadinha – Eu não sei se a acordo. A Mai já foi dormir.

Meu coração disparou muito a hora que ele falou, e toda a raiva que senti por ela ter duvidado de mim, diminuiu assim que ele disse seu nome. Apesar de tudo, eu sabia que apenas estava magoada, e talvez se pensasse melhor, não duvidaria de mim como aconteceu.

- Chama ela para mim? – respirei fundo, controlando a vontade que eu estava de chorar novamente.

- Chamo, irmão. Só um minuto que vou terminar minha torta e subo.

- Miguel, leva primeiro... – não adiantou. Miguel simplesmente desligou o telefone, ao invés de levar logo o telefone para Anahí. Respirei fundo e liguei em seu celular.

Anahí narrando:

Acordei assustada com o sonho que havia tido. Incrível como nem dormindo eu conseguia ficar tranquila, ou esquecer a foto que tinha visto. Sentei-me abruptamente sentindo meu coração querer sair pela boca. Maite tinha me acordado, alegando que eu estava gritando para a rua inteira ouvir, eu gritar pelo Alfonso. Por um impulso, a abracei forte e ela correspondeu, afagando meus cabelos. Chorei em seu ombro como se fossemos melhores amigas, e o que me deixou surpresa foi que Maite não me negou afeto e carinho. Pelo contrário. Sussurrava palavras de consolo em meu ouvido, enquanto me permitia chorar até ficar mais tranquila.

-O Alfonso não pode ter me traído, Mai, não tem lógica – sussurrei, lembrando-me que foram apenas Alfonso e Beatriz naquela viagem. Não havia ido mais ninguém do escritório do meu pai, mais ninguém que pudesse querer prejudicar meu namoro com o Alfonso, ou que no conhecêssemos.

Nem os outros advogados não me conheciam, não sabiam nada sobre minha vida pessoal. Não um pingo de lógica nessa história toda. Isso me cheirava armação das boas. Uma foto parar em meu celular, nem que fosse verdade não seria algo tão certeiro. De qualquer maneira, quem enviou a foto sabia o que estava fazendo, e sabia que isso me afetaria. Ah, e não esquecendo... sabia o número do meu celular.

- Eu conheço o Alfonso, e sei que não fez nada que possa magoar alguém – disse ela – Se ele está namorando com você, é porque te ama sim, Any, e muito. Não coloca tudo a perder antes de conversar melhor com ele.

Afastei-me devagar da Maite, limpei minhas lágrimas e neguei com a cabeça.

- O Alfonso não me traiu, Mai. Não tem lógica alguma tudo isso. Pensa comigo – respirei fundo e a olhei – Não tem ninguém lá com eles. Se alguém me enviou a foto, é porque Beatriz bolou isso com essa pessoa e de alguma forma descobriu meu número de celular. Ela fez de propósito, sabendo que isso afetaria meu namoro. Não tem sentido eu receber uma foto do nada. De quem?

Maite arregalou os olhos e concordou de imediato.

- Só pode! – ela olhou para a cama, onde meu celular estava tocando. O pegou e olhou-me fazendo-me suspeitar de quem seria aquela ligação – Alfonso. Vai atender?