Fanfics Brasil - Capítulo 90 Os Opostos Se Completam

Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos


Capítulo: Capítulo 90

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Anahí narrando:



Eu não voltei a dormir, fiquei o tempo inteirinho pensando no Alfonso, e onde ele deveria estar. O voo não demoraria muito a chegar, e ele também não. Minha vontade era sair correndo daquela casa para não cruzar com ele, pois sabia que iria ceder facilmente, mas ao mesmo tempo eu queria abraçá-lo só para matar um pouquinho da saudade que eu sentia. Saudade de quando estava em Londres, que ainda não tinha se esvaído, e saudade que aumentou quando foi viajar.



Levantei-me para ver se Ruth já tinha acordado, e a encontrei entrando no quarto da Mai. Quando fechei a porta do quarto do Alfonso, ela me olhou assustada com a mão em seu peito. Seus olhos estavam lacrimejados, e eu já imaginava que estivesse a procura do Miguel.



-Viu o Miguel, querida? O procurei pela casa inteira e não o encontrei.



- Está dormindo na cama do Alfonso – me aproximei – Fica tranquila, Ruth, ele veio dormir comigo de madrugada. Estava triste, e eu o coloquei ali.



Ruth respirou aliviada e fechou a porta do quarto da Mai.



- Mas, triste por quê? – perguntou intrigada – Aconteceu alguma coisa?



Foi só olhar em seus olhos para eu ter uma vontade imensa de chorar. Não queria ter de ir embora, porque apesar da mãe da Angelique ser um amor de pessoa, eu sentia como se Ruth fosse a mãe que muitas vezes a minha não era. Tínhamos uma ligação tão forte, tão intensa, que se eu pudesse, moraria ali para sempre. Porém, não dava para continuar na mesma casa que o Alfonso, sem poder olhá-lo. Isso seria no mínimo frustrante, e causaria mais dores desnecessárias.



- Podemos conversar por um instante? – mordi o cantinho do lábio – Prometo não me demorar. Não irei atrasá-la.



- Que isso, querida – olhou no relógio – Ainda tenho meia hora. Podemos conversar tranquilamente.



Ruth me puxou ao seu quarto, e nos sentamos em sua cama que já estava arrumada e tudo no lugar. Isso era uma coisa que eu admirava muito nela, por mais que trabalhasse para fora, na maioria das vezes ainda arrumava toda a casa, deixando apenas o mais pesado para o final de semana. Ela era guerreira demais, e se eu pudesse a ajudaria todos os dias.



Seu olhar estava preocupado, mas acho que ela já tinha percebido que tinha acontecido alguma coisa entre Alfonso e eu. Pelo olhar que me lançava, dava para perceber que ela parecia pensar “o que o Alfonso aprontou agora, querida?”. Porém eu não estava nervosa. Ela me transmitia uma paz tão grande, que eu conseguia ficar tranquila para falar o que quer que fosse. Mas sentia vontade de chorar, porque despedidas não são fáceis. Mesmo que morando por perto e podendo ver sempre.
Ruth pegou minha mão direita para me dar a segurança de que eu poderia desabafar o que fosse com ela, e então eu me permiti relaxar os ombros e até chorar.



- Ruth, quero agradecer a estadia – pausei, tentando engolir as lágrimas – Agradecer por me permitir ficar aqui, por me tratar tão bem, e ainda me ajudar a superar as coisas que meu pai me disse. Eu vou embora, mas não queria ir sem antes agradecer de coração, por tudo!



Ruth arregalou os olhos e até abriu a boca no mínimo três vezes para tentar falar alguma coisa, mas as fechou novamente. Considerando o assunto, supus que fosse perguntar o motivo, e acabei explicando mesmo sem que dissesse alguma coisa.



- Alfonso e eu brigamos e... – não consegui terminar a frase. Doía demais ter que relembrar que eu fui a culpada por ter estragado nosso namoro. Doía pensar que eu tivesse mantido calma, eu jamais colocaria tudo a perder, mas não deu tempo para esfriar a cabeça.Alfonso ligou na hora errada. No ponto alto da minha raiva, e eu simplesmente não consegui ouvir seu apelo para que não terminasse o namoro. Eu iniciei a besteira, e ele completou quando foi orgulhoso demais para aceitar voltar comigo, mesmo que eu implorasse. E ainda dizer tanta coisa na frente dos nossos amigos, que me deixou ainda mais arrasada. No fim, nos embolamos em uma confusão de sentimentos. E a bola era tão imensa, que não dava para ser desfeita com apenas desculpas. O negócio era deixar o tempo passar.



Ruth me abraçou forte e afagou meus cabelos com as pontinhas de seus dedos. Era um carinho tão bom, que conseguiu me acalmar. Ao invés de me fazer querer chorar, me deu forçar para continuar vivendo mesmo que a realidade me mostrasse que eu não tinha mais o Alfonso. Que fora apenas um sonho, de tamanha rapidez que ele entrou e saiu da minha vida. Doía sim, e tinha plena consciência de que doeria por semanas, ou meses... Mas eu já tinha conseguido passar meses sem ele, sem poder nem vê-lo, por causa da distância, sem tocá-lo e nem saber como estava. Aquela vez não poderia ser pior.



- Sinto muito, meu anjo! – respirou fundo – Você pode me dizer o que aconteceu, ou prefere não tocar no assunto?



Com a Ruth eu não tinha segredos. E acho que me faria bem contar tudo, por mais que isso fosse me fazer chorar novamente. Se eu não contasse, com certeza de alguma forma ela saberia, então que fosse da forma correta.



- Recebi uma foto do Alfonso e a garota que ele foi viajar, se beijando – suspirei – De primeiro momento, eu acreditei que fosse verdade, e a pior besteira foi Alfonso ter me ligado justamente quando eu ainda tentava engolir essa história toda. Se ele tivesse ligado um pouco mais tarde, eu com certeza teria parado para pensar melhor e iria perceber que isso era armação. Eu percebi, Ruth. Quando minha raiva diminuiu, eu tive um sonho que me fez pensar e ao acordar conseguir raciocinar e ver que realmente Alfonso não teve culpa. Não tinha nexo eu receber uma foto, mesmo que ele tivesse realmente me traído. Quem saberia meu número se ninguém foi com eles? – entortei os lábios – Pedi desculpas e pedi para que ele voltasse para mim, mas ele não quis. Ele disse que conversaríamos cara-a-cara, mas que estava magoado por eu não ter acreditado nele, e ainda ter terminado tudo por telefone. – abaixei minha cabeça, sentindo o meu estômago se revirar pela culpa que sentia. Ruth me abraçou novamente e beijou meu rosto – Eu me arrependo muito, sabe? Alfonso pediu para que eu acreditasse nele, e até chorou no telefone, mas eu não quis lhe dar ouvidos. Estava tão magoada que não quis conversar, Ruth. Quis apenas desligar o telefone e chorar por horas.



Ruth se desvencilhou do abraço e limpou minhas lágrimas com o polegar. Seus olhos eram um misto de pena e carinho. Eu sabia que tinha feito a coisa certa falando tudo para ela, e que jamais me julgaria, mesmo que me achasse errada.



- Eu acho que faria a mesma coisa, sabia? Quando amamos uma pessoa, não da para ser racional, isso é normal – sorriu – O Alfonso é orgulhoso, mesmo... O pai dele era assim. Qualquer coisa fechava a cara e se achava o dono da razão, mas no final voltava me pedindo para não deixá-lo – olhou para baixo, como se recordasse de cada pequeno detalhe de seu marido. Eu peguei em sua mão novamente, levando-a a me olhar – Mas, o assunto aqui é vocês, o meu ex-marido não me causa mais nada do que tristeza por ter abandonado meus filhos. Enfim! – suspirou – Dá um tempo à vocês, mas não desiste dele, querida. Tenho certeza que ele está louco para te ver, e esclarecerem as coisas.



Eu queria tocar no assunto de seu marido e lhe dar a mesma força que estava me dando, mas achei melhor uma outra hora. Não queria deixar Ruth triste, e nem sabia se ela realmente queria falar sobre o assunto. Ela cuidava dos dois tão bem, que eu até me esquecia que para nenéns serem gerados, precisava de um homem contribuindo.



Acho que no fundo, seu marido foi somente isso, um contribuinte para que tivesse seus dois maiores tesouros, mas que não passava disso. Pois dava pra ver o quanto era livre, moderna, responsável, e não precisava dele para absolutamente nada.
Continuamos conversando sobre Alfonso e eu, e eu contei o que ele tinha feito no WhatsApp e que me deixou completamente triste. Pois, apesar de ele também estar chateado, deveria ao menos respeitar, e não jogar coisas na minha cara bem na frente dos nossos amigos, deixando-me inteiramente constrangida a ponto de sair do grupo. Ela me ouviu com a maior atenção, e eu quase tomei o resto dos trinta minutos que lhe faltava para sair de casa. No fim, me sentia culpada, pois para arrumar o Miguel acabou se atrasando para o serviço. Mas confesso que me sentia mais leve por ter me aberto com ela, me senti mais calma para enfrentar o Alfonso, mais confiante com seus conselhos e força.



- Querida quero que conte sempre comigo, tá? – disse, enquanto abria a porta correndo para não se atrasar. – Pode me esperar para almoçar? Tenho o tempo livre à tarde, e queria muito continuar a conversa.



Eu não queria ficar, por causa do Alfonso. Na verdade, ele já estava estourando por São Paulo, e eu não queria encontrar com ele, ainda. Queria antes saber quem foi a autora da armação, para depois ter alguma conversa com ele. Mas, considerando tudo que ela tinha feito por mim, eu não poderia negar um pedido daqueles, então acabei concordando mesmo não tendo certeza de que seria uma boa cruzar com Poncho.



- Tudo bem – sorri, um tanto forçado – Eu espero sim, Ruth.



O Miguel beijou meu rosto, me abraçou e correu para o portão onde a perua que o levava para a escola, o esperava impaciente. Ruth beijou o meu rosto e saiu logo depois às pressas. Fui até o portão e fiquei ali um tempinho vendo as crianças saírem para as aulas com suas mochilas de rodinhas e pose de alguém muito importante. Algumas meninas de chiquinhas, e os meninos de cabelo arrepiado. Dava vontade de morder uma por uma. Vi também as pessoas saírem para trabalhar, e até vi Cris com sua moto. Ele buzinou e acenou, acelerando sua moto com tudo.



Cris trabalhava em uma oficina na zona sul. Era de um amigo seu da faculdade, e até que se davam bem. Aliás, se davam bem por dois motivos. Recebia muito bem, dando para ajudar seus pais a comprar suas coisas, e ainda via Angelique. A coisa parecia estar ficando cada vez mais séria, realmente.



Quando me virei para entrar, escutei uma voz que me estremeceu o corpo inteirinho. A voz dele, aquela voz de homem, rouca, que deixava qualquer mulher à flor da pele. Que me tirava de órbita, me tirava da realidade, e me fazia querer desfalecer em seus braços.



- Não fecha! – disse Alfonso, referindo-se ao portão de alumínio que era trancado todos os dias, por cauda da rua nada confiável que ele morava.



Minhas mãos suavam, minhas pernas tremeram e meu coração disparou tanto, que eu quase desmoronei ali, antes mesmo de me virar para abrir o portão para ele. Fiquei ali, parada de costas esperando minhas pernas andarem, mas não consegui. Elas cravaram no chão com tanta força, que poderiam criar raízes facilmente.



Fiquei segundos até que ele finalmente se aproximou e abriu mais o portão, entrando meio que espremido, porque eu ainda permanecia tampando a passagem. Ele fechou o portão, trancou e caminhou até minha frente, olhando em meus olhos daquela maneira que não dava para negar o amor que ambos sentíamos. Eu queria pular em seus braços e pedir para que ele não me soltasse mais, mas, eu não sabia definir seu olhar, e fiquei com medo de ser rejeitada.



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Autor(a): anyeponcho

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 246



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  • degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00

    Contínua 🙏

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34

      Continuei =)

  • AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57

    Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado

    • anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28

      Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....

  • AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33

    Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08

      =) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)

  • luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41

    Continua

    • anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23

      Continuando.... =)

  • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16

    Continuada <3

    • anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48

      Postei 2 vezes hoje &#128512;

    • AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44

      Continua* hehehe

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10

    Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(

    • anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20

      Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer

  • AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58

    Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3

  • AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27

    Cadê você?

    • anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51

      Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)

  • AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48

    Tadinha da Mai :(

  • AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19

    Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua


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