Fanfic: Os Opostos Se Completam | Tema: AyA Rebelde Opostos
Anahí narrando:
-Ei! – escutei gritarem assim que tranquei o portão e joguei a chave pelas frestas do mesmo, acertando a porta. Virei- me assustada e relaxei ao perceber que era o Bingo.
- Oi – disse baixinho. Ele estava em cima da sua moto, e me olhava como se quisesse analisar-me – O Alfonso chegou, se quiser falar com ele...
Bingo desceu da moto, colocou o capacete no guidão, acertou o pedal para que parasse em pé e me abraçou forte. Permitindo-me chorar em seus ombros, até desabafar todas as minhas mágoas e tristezas.
Eu queria ceder ao Alfonso. Queria, e por um triz não o agarrei dizendo que voltaria com ele. Que o amava, e que ele era a minha vida. Mas por outro lado, Alfonso não merecia nada disso. Por causa do seu orgulho ferido, acabou também me ferindo de maneira que não dava para ignorar. Eu precisava ser forte, por mais que fosse doloroso dizer que não teríamos volta. E confesso... Não foi nada fácil. Doeu minha cabeça, meu estômago e minhas pernas estavam completamente bambas. Terminar com alguém que você ama, é a coisa mais dolorosa a ser feito.
Ficamos abraçados até que eu decidi parar de chorar. Alfonso não merecia. A decisão estava tomada, e se ele havia sido orgulhoso o suficiente para não querer voltar comigo quando podia, eu também não voltaria.
- Quer desabafar? – perguntou, enquanto afagava meus cabelos – Vocês brigaram sério?
- Terminamos – falei de uma vez, sentindo uma onda de choro querer tomar conta de mim novamente. – Mas, não vou conseguir falar sobre isso, Bingo. Depois você pergunta para o seu amigo, que ele te explica, tá?
Bingo não protestou. Nos desvencilhamos do abraço e ele beijou minha testa.
- Vai para onde? Estou indo para a casa da Vick, quer que eu te leve?
Respirei aliviada por aquela carona. Seria terrível ter de encarar ônibus com aquela imensa dor no meu peito.
- Por favor. Estou indo para lá, também.
Bingo me entregou um capacete reserva que estava no baú da moto, coloquei e subimos, rumo a casa da Angelique. Ainda estava com vontade de chorar, mas não chorei. Respirei fundo mil vezes e tentei me distrair com tudo, até mesmo com a própria estrada para não pensar no Alfonso.
Eu precisava esquecê-lo.
Alfonso narrando:
Posso dizer que raiva era meu sobrenome desde que Anahí decidiu sair da minha casa. Parte de mim ainda me jogava na cara que eu era muito fraco por deixa-la ir, mas eu queria acreditar que tinha sido melhor daquele jeito, por mais que meu coração estivesse completamente em frangalhos. Eu tentei, mas marrenta como só ela, não me deu ouvidos. Não pude fazer mais nada, apenas abrir mão. Deixá-la solta para colocar a mão na consciência e ver ser estava realmente agindo certo.
Fiquei ali quieto, calado, esperando uma luz que pudesse me guiar para o caminho certo. Eu ainda tinha que voltar ao escritório do Ricardo para entregar alguns documentos, mas não estava com vontade. Estava completamente indisposto. Queria apenas colocar minha cabeça num travesseiro e fechar os olhos implorando para o dia seguinte ser mais leve, mais prazeroso.
Na hora do almoço, minha mãe chegou com uma sacola com vários pacotes de miojo. Quando não tinha muito tempo, fazia macarrão instantâneo, que era mais rápido e todos nós adorávamos. Ao me ver, dona Ruth me deu um abraço sufocante e me encheu de beijos no rosto me recepcionando da melhor forma. Eu correspondi sorrindo no começo, mas nada melhor que estar nos braços da sua mãe para poder desabafar tudo o que seu peito guarda. E foi exatamente isso que aconteceu.
Sem esforço, acabei chorando, enquanto ela me abraçava. Quando percebeu, me colocou sentado no sofá ao seu lado e me aninhou em seus braços, enquanto sussurrava palavras de consolo do tipo “calma, meu amor,” “O que aconteceu?”. Porém, eu não conseguia dizer nada. Nem ao menos tocar no nome da Anahí sem chorar.
Eu não era um garoto que chorava na frente das pessoas, nem da minha mãe que sempre me ajudava em tudo que precisava. Mas, dessa vez não consegui me segurar. Era muita barra, e meu coração simplesmente não suportou tanta pressão. Minha mãe ainda tentou dizer que Anahí iria cair em si em breve, e que logo estaríamos bem novamente, mas eu não acreditava mais nisso. Cheguei até a pensar que se uma história deu tanto errado como a nossa, não iria dar certo mais.
Quando fiquei mais calmo, fui tomar um banho enquanto minha mãe fazia o almoço. Deixei a água cair em meus olhos quando senti que novamente as lágrimas queriam cair. Estava cansado de chorar, cansado de brigar, cansado dessas coisas de amor mal curado. Queria apenas trabalhar e voltar para casa no meu horário para poder jantar e descansar. Esquecer-me da Anahí nem que fosse por alguns minutos.
Durante o almoço o telefone tocou, e era Anahí pedindo desculpas para a minha mãe, por não ter podido ficar. Disse que depois a procuraria para conversar melhor, mas que no momento era melhor ela ficar na Angelique, mesmo, para evitar novas desavenças.
Perdi o apetite na hora.
Escovei meus dentes, despedi-me da minha mãe, peguei minha mochila e fui rumo ao meu serviço que era o que me distraia. O que conseguia me fazer feliz, já que Anahí não queria arriscar novamente.
Assim que cheguei no escritório, cumprimentei Joana e fui em direção a sala do Ricardo. Pude entrar no segundo toque da porta. Ele estava ao telefone, mas logo desligou para me atender.
-Boa tarde, garoto – disse, enquanto se levantava para apertarmos nossas mãos. Ele fez um gesto para que eu me sentasse, e assim o fiz. Peguei os documentos da minha bolsa e o entreguei.
- São dos advogados. E o Manuel marcou uma nova reunião para daqui um mês mais ou menos.
Ficamos conversando sobre os documentos por algum tempo. Ricardo pareceu satisfeito com a minha interação ao caso. Disse até que apostava mais em mim nisso tudo, do que na própria Beatriz que era estagiária.
E foi ai que me lembrei dela e de toda a história que estava me atormentando o juízo. Senti minha cabeça girar, e me perdi nas lembranças do que aconteceu logo depois daquela foto. Eu não queria ficar com raiva da Beatriz, mas era inevitável. Embora fosse apenas um pau mandado, e tivesse sido ameaçada para ameaçar o meu namoro, ela tinha sido sim o pivô da separação, e simplesmente não conseguia desculpá-la. Alicia foi a cabeça, mas ela topou a palhaçada.
- Alfonso? – Ricardo me chamou, enquanto eu viajava no dia anterior. Onde tudo havia ido por água abaixo muito rapidamente – Está me ouvindo, garoto?
Ergui minha cabeça rapidamente e esbocei um sorriso completamente sem graça.
Eu não estava prestando atenção em quase nada, desde que tocou no nome da Beatriz.
- Desculpe-me Ricardo, eu não estou legal hoje – respirei fundo – Posso começar as entregas? Deve ter bastante coisa hoje.
Ricardo me analisou por alguns instantes. Olhou meu rosto inteiro, e focou nos meus olhos como se tentasse ler meus pensamentos. Fiquei quieto para que não estragasse sua análise, e então ele quebrou o silêncio.
- Você não me parece normal, Alfonso. Aconteceu alguma coisa?
- Nada de mais. Eu só estou um pouco... cansado. Nada que um dia de entregas não me reanime. – não queria ter que explicar o motivo da minha cara de cansado emocionalmente. Seria constrangedor dizer que estava triste por ter acabado com o relacionamento que tinha com sua filha.
Ricardo relaxou sua fisionomia, demonstrando por trás daquele advogado correto, um ser humano capaz de entender outras pessoas. Capaz de entender aquele rapaz simples e entregador de documentos importantes que eu era. Naquele momento, pareceu um pai de verdade. Aquele que eu queria que o meu fosse. Com o olhar de ternura que queria receber do Fábio, mas que ocorreu pouquíssimas vezes.
- Você e minha filha brigaram? – perguntou calmamente – Parece-me coisas do coração esse seu cansaço.
Bingo. Ricardo chegou na minha ferida.
- Não queria falar sobre isso – abaixei a minha cabeça – Nós terminamos, Ricardo, mas não pergunte o motivo, por favor. Foi doloroso hoje. Demais. Foi doloroso quando ela saiu da minha casa, e eu não pude fazer nada.
Ergui minha cabeça e vi que seus olhos estavam estatelados, como se estivesse surpreso com a minha confissão. Acho que não esperava que terminássemos tão rapidamente assim. Bom, acho que ele nem sabia do pedido de namoro, mas sabia que ficávamos, e que era praticamente um namoro. Porque até dormir em casa ela dormia.
Ricardo soltou o ar dos pulmões e me olhou com pesar.
- Sinto muito. Quando quiser tocar no assunto, pode contar comigo, tá? – suspirou – Eu também não estou nada bem com a saída dela de casa. Mas, o que posso fazer?
Naquele momento meu peito doeu ao perceber que ela poderia estar mais triste ainda. Perdeu duas pessoas que amava em poucos dias.
- Acho que precisamos esperar, apenas. Anahí deve estar confusa, vamos respeitar o espaço dela.
A conversa parou ali. Acho que não tinha mais nada a ser dito. Precisávamos encarar os fatos de que Anahí havia saído da sua casa, da minha, e que não queria nos ver por sabe-se lá quantos dias.
No final das contas, fui dispensado. Pude tirar o dia inteiro de folga, e tentar tratar do meu psicológico que infelizmente estava abalado demais. Não voltei para casa, fui para o fim da minha rua onde havia uma rocha, e eu gostava muito de ir lá para pensar. Quando meu pai saiu de casa, passei a madrugada inteira lá chorando, sentindo meu mundo desabar gradativamente. E estava me sentindo daquele jeito sem a Anahí.
Autor(a): anyeponcho
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Anahí narrando: Com tanta confusão na minha vida, havia esquecido que em poucos dias seria Ano Novo. O Natal já tinha sido longe do amor da minha vida, e pelo visto o Ano Novo não seria diferente. Era quarta-feira, e não tinha sinais de que nosso caso fosse solucionado até sábado. Eu na verdade não tinha esperanç ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 246
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degomes Postado em 16/08/2019 - 07:06:00
Contínua 🙏
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:29:34
Continuei =)
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AnaCarolina Postado em 11/08/2019 - 18:54:57
Mas como assim gente? Me diz que esse exame foi alterado
anyeponcho Postado em 27/08/2019 - 11:30:28
Será? Vamos saber o que aconteceu daqui a alguns capítulos... Só digo uma coisa: a história é AyA, então....
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AnaCarolina Postado em 30/07/2019 - 09:17:33
Aaaaah esse momento é todinho meeeeu Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:52:08
=) Foi pequenininho o poste, mas, mais tarde tem mais ;)
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luananevess Postado em 28/07/2019 - 21:35:41
Continua
anyeponcho Postado em 04/08/2019 - 16:51:23
Continuando.... =)
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AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:16
Continuada <3
anyeponcho Postado em 18/07/2019 - 23:37:48
Postei 2 vezes hoje 😀
AnaCarolina Postado em 07/07/2019 - 22:19:44
Continua* hehehe
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 18:36:10
Caramba, que merda! Não vejo a hora de tudo se resolver de vez :'(
anyeponcho Postado em 14/06/2019 - 17:07:20
Eu também :) Mas, infelizmente vai demorar um pouquinho pra acontecer
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AnaCarolina Postado em 10/06/2019 - 13:59:58
Oláaaa já já vou ler os capítulos e volto pra comentar <3
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AnaCarolina Postado em 04/05/2019 - 00:05:27
Cadê você?
anyeponcho Postado em 14/05/2019 - 20:49:51
Volteiiiii!!! Passei por uns momentos ruins, mais agora estou de volta =)
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AnaCarolina Postado em 09/04/2019 - 21:51:48
Tadinha da Mai :(
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AnaCarolina Postado em 31/03/2019 - 22:43:19
Que bom que apesar de tudo o Ricardo entendeu e não demitiu ele... Continua