Pov Dul

Ucker: Mas eu não recomendaria trabalhar a noite toda e nem em dias como hoje.

XXX: Pode acreditar (o paciente respondeu suspirou e disse). Pra mim, chega. Que negócio idiota. As pessoas ligam, pedem para dizer algo bonito. Só para que outro idiota possa esquecer que foi tratado como lixo todos os outros dias. Como se minhas flores fizessem mágica. Mas eu acreditei nisso e quase me matei tentando garantir que todos recebessem seus milagres. Que piada. As pessoas deviam parar de ser ruins umas com as outras, sabe? Me deixem fora disso (olhei pra ele assenti e disse).

Dul: A Dra.: Peregrin vai passar aqui mais tarde.

XXX: Obrigado (assenti e me virei, saindo do quarto e percebo que a Belinda e o Ucker saíram logo atrás de mim e a Belinda saiu as pressas no corredor sem dizer nada e quando estava me virando pra ir ver um paciente o Ucker me interrompe).

Ucker: Posso falar com você um minuto? (ele me pergunta e eu me virei o encarando). Sei que passou por momentos difíceis e sei que fiz parte disso. Sei que está de luto e que não há solução mágica para isso, mas… Poderíamos ser amigos. E eu realmente preciso de um amigo hoje (ergui uma sobrancelha e continuei o encarando). Que tal irmos ao Joe’s? Pago uma bebida pra você. Ou posso pagar muitas, muitas bebidas para você.

Dul: Terminou? (perguntei e nem deixando ele responder e então continuei). Eu acreditava que poderíamos ser amigos. Bons amigos, se é que você me entende. Mas a partir do momento em que você decidiu por a merda da necessidade desse hospital acima do meu irmão morto, e ainda me agarrou na sala de descanso dos médicos sendo casado com a minha residente, eu o odeio (ele fechou os olhos e abaixou a cabeça, o que fez com que meu coração desse um pulo e eu precisasse fechar os olhos para que eu não o abraçasse). Eu não consigo dormir à noite e isso faz com que eu gaste todas as energias em plantões para que, por sorte, a exaustão me derrube, e isso faz com que eu o odeie ainda mais. Toda vez que eu olho para esses seus malditos olhos azuis ou eu vejo você se aproximando, todas as células do meu corpo gritam para que eu o odeie. Eu cheguei a implorar que você estivesse morto em vez dele. Não podemos ser amigos. Não é luto. Isso não vai passar. Por favor, não fale comigo de novo a menos que seja sobre o trabalho ou eu não sei se vou conseguir continuar te odiando. E não consigo olhar na cara da Belinda não sei se é de ódio por ela não ter conseguido salvar meu irmão ou se ela pelos chifres que colocamos nela (abri minha boca para falar mais, mas simplesmente nada saiu. Sorri e olhei para o chão, saindo de perto dele o quanto antes. Mas antes que eu saísse ele segura meu braço me encara e diz)

Ucker: Só uma coisa antes de sair por aí julgando o envolvimento das pessoas procure saber se realmente é verdade, pra sair por aí espalhando o que não existe (ele me soltou e saiu e o olhei por um tempo e fiquei pensando, o que será que ele quer dizer com isso, suspirei e sai dali. Eu havia trabalhado a semana toda fazendo plantões três dias seguidos e eu já começava a sentir a exaustão me tomando. Não tinha tentado descobrir o que o Ucker tinha me falado, pois não tive tempo e até então ele e a Belinda estavam me evitando assim como eu os evitava, via o olhar de ódio deles pra mim, mas pouco me importava, só conversávamos sobre trabalho, a Mai, a Any, a Zô, o Fercho e o Poncho até tentaram saber o que estava acontecendo e tentaram me dizer algo, mas eu ignorava. Meu pager havia feito barulho e eu mandei uma enfermeira ver, afinal, eu estava no meio de uma cirurgia).

Continuaaaaaaaa....