Pov Dul

Any: Eu sou mãe (ela disse sorrindo pra mim).

Dul: Eu sei (falei retribuindo o sorriso).

Any: Eu tinha enjoos antes de ser mãe. Tipo, alguns meses antes (apoiei o peso do meu corpo na outra perna e suspirei, olhando em toda a sala para ver se o Fercho, a Mai e o Poncho ainda estavam lá, mas não estavam).

Dul: Eu não estou grávida.

Any: Foi só um enjoo normal? Nada de vertigens e nem atrasos menstruais?

Dul: Não (falei sorrindo pra ela). Isso aqui não é aqueles filmes que alguém desconfia que está grávida e boom, tem um bebê à caminho.

Any: Não tem nada de estranho nisso.

Dul: Espere (falei sentindo um frio na barriga). Que dia é hoje?

Any: 15.

Dul: Estou atrasada (falei preocupada). Eu nunca estive atrasada (ela sorriu e pegou minha mão).

Any: Vamos fazer um exame de sangue (ela disse e me puxou levemente, fazendo que eu a seguisse. Por um minuto, o mundo em torno de mim pareceu entrar em câmera lenta. Grávida. Eu não podia estar grávida. Isso iria atrapalhar agora. Não que eu não quisesse um bebê, mas acontecer repentinamente me apavorava. E tinha o Ucker. Tinha a Bel que era super protetora com o irmão, e era minha amiga o que ela ia achar de mim engravidar do irmão dela e nem lhe dizer nada. E eu teria um bebê dele. Um bebê. Isso me deixava eufórica porque eu tenho certeza que ele seria um pai maravilhoso. Mas me deixava com medo, pois eu sabia que não seria bem-visto isso acontecer agora, ainda mais com ele sendo irmão da minha residente e uma das minhas melhores amigas. Mas talvez eu não tivesse grávida. Pode ser uma intoxicação alimentar, afinal eu comi frutos do mar ontem, e quem sabe isso não me caiu bem. Entramos em uma sala e a Any pegou uma seringa e um tubo, andando até mim. Depois de coletar meu sangue, ela se sentou na minha frente e me olhou e disse). Vai ficar tudo bem

Dul: Não (respondi com muito medo). Estava tudo bem até você aparecer e insinuar que eu estou grávida. Eu não posso estar grávida. Não agora. Isso seria terrível (eu disse e passei a mão pelo meu rosto, sentindo as lágrimas descendo pela minha pele). Isso não pode estar acontecendo. Meu Deus.

Any: Um bebê não é o fim do mundo, muito menos da sua carreira. Eu posso afirmar isso.

Dul: O problema não é minha carreira (falei, já começando a soluçar).

Any: É com o pai da criança? Ele não vai te ajudar? Me fale quem esse filho da mãe é que ele vai conhecer Anahí Portilla e eu vou fazer com que ele... (eu a interrompo e digo)

Dul: Talvez eu não esteja grávida. Tudo vai ficar bem e ninguém vai saber que isso sequer foi cogitado. Ninguém vai.

Any: Dulce (ela disse me olhando seriamente). Quem é? (fiz uma careta e continuei em silêncio). Você pode confiar em mim.

Dul: Você tem que prometer que não vai falar sobre isso nem sob tortura.

Any: Okay. Eu prometo (suspirei e olhei para o chão antes de encará-la).

Dul: É o Ucker (ela congelou e me olhou com a boca semi-aberta, com um expressão de espanto). Não posso estar grávida (falei e ela assentiu).

Any: Vou levar isso pro laboratório (ela disse sorrindo pra mim e disse). Me espere aqui (assenti e vi ela sair. Any voltou uma hora depois. Ela parou na minha frente e ergueu o papel e disse).

Continuaaaaaaaa....