Pov Dul

Dois Meses Depois

Depois que a minha sogrinha comprou o hospital pro meu filho, o PS foi reaberto. O Ucker corria contra o tempo para conseguir dar conta de toda a papelada que estava em suas mãos e as cirurgias que ele precisava realizar. E isso fez com que a gente não se encontrasse muito pelos corredores e nem nos amassemos por ali, mas quando nós encontrávamos em casa quando não estávamos de plantão. Eu seguia minha rotina normalmente mesmo estando gravida de 6 meses, mas agora eu não corria mais riscos de perder o meu bebê e com isso eu, o Ucker, a Bel e agora a minha sogra estávamos ainda mais unidos e estávamos felizes. Só que devido a gravidez o Ucker reduziu os meus plantões e ao invés de fazer quatro vezes por semana e eu fazia duas vezes por semana e seguia unicamente de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Uma rotina normal, e nem um pouco cansativa tentava convencer ele a me deixar fazer quatro vezes por semana, mas ele dizia que melhor não já que eu já estava gravida de 6 meses e não podia me cansar e já estava muito sobrecarregado pra mim, mesmo não concordando tive que aceitar. Hoje o Ucker não havia dormido em casa, pois ele estava de plantão e por isso eu dormi em casa sozinha e como já estava acostumada a dormir com ele mal dormi de noite e por isso também hoje eu acordei mais cedo que o normal e fiz um café enquanto assistia o noticiário. Me vesti tranquilamente depois de tomar banho e segui até o hospital. O dia seguiu sem turbulências até 22h40. Foi nesse horário que tudo começou a mudar. Eu estava em um quarto dando os resultados dos exames para um paciente quando meu pager fez barulho. Era o Trevino. Ele precisava de mim no PS. Saí correndo pelos corredores e desci as escadas o mais rápido que eu podia devido a minha gravidez chegando até o leito que ele havia indicado.

Dul: O que aconteceu? (perguntei percebendo um paciente completamente ensanguentado sendo atendido por ele e pela Bel).

Trevino: Dulce, ele foi atingido por um caminhão (ele disse e eu coloquei luvas, me aproximando e ele continuou). Ele tem traumatismo no peito. Bem feio.

Dul: Tudo bem Trevino (falei e peguei meu estetoscópio, apoiando no peito da vítima, auscultando seus quase inaudíveis batimentos cardíacos). Amor ele tem batimentos fracos. Tem alguma coisa impedindo que o coração bata da maneira correta. Nesse instante, a enfermeira retirou algumas gazes que estavam postas no pescoço dele, o que fez com que um jato de sangue espirrasse em meu rosto, fazendo com que eu fechasse os olhos).

Bel: A carótida está lesionada.

Dul: Mas que droga (eu disse e me afastei, tentando limpar meu rosto com as mangas no meu jaleco).

XXX: Não diga que esse sangue no rosto da Saviñón é do paciente (eu ouvi uma voz de quem devia ser uma enfermeira dizer. Eu ia dizer algo, mas o Trevino me interrompe e diz).

Trevino: Por que você diz isso Ludwika?

Ludwika: Porque o paciente é HIV positivo (ela respondeu e sorriu vitoriosa e eu paralisei com as mãos ainda em meu rosto).

Bel: Ah, meu Deus (ela disse pirando e então disse). Todo mundo reforçando a segurança. Transfiram o paciente para a sala de trauma 3 e monitorem todo mundo que tiver contato com ele. Você pode ficar ela disse). E eu sabia que ela se referia ao Trevino. Ouvi o silêncio começando a se instalar e eu ouvi a cortina sendo fechando as cortinas em volta do leito. Eu estava apoiada com minhas mãos na bancada, sentindo meu estômago doer, sem conseguir abrir os olhos).

Continuaaaaaaaaa...