Pov Dul

Depois que o fato que ocorreu por eu e o Ucker termos dormido juntos ter se espalhado pelo hospital, eu recebia ódio gratuito pelos corredores, não entendi o porquê seu todos sabiam que eu e o Ucker estávamos juntos e que esperávamos um filho que futuramente seria o dono desse hospital. Alguns dos meus colegas me excluíram de seus grupos de amizades e eu estava sozinha, quer dizer o Ucker sempre estava comigo, quer dizer sempre que ele podia, pois tinha que resolver as coisas do hospital do nosso filho, e ele nem a Bel, a Any, a Mai, a Zora, o Poncho e o Fercho não se afastaram de mim, sempre que podiam e não estava, ocupados iam falar comigo, mas nem sempre e quando eu não estava com eles eu ficava sozinha. Eu ia da casa para o trabalho e do trabalho para casa sem ter contato com ninguém mais que os residentes e meus pacientes. Isso misturado com a angústia de ficar sozinha fez com que eu me inscrevesse para um programa de especialização na área de cardio na Espanha, enfim iria passar um tempo no meu pais. Eu havia feito uma prova online e uma entrevista. Dias depois eu recebi a notícia de que havia sido selecionada. Arrumei minhas malas e as deixei no apartamento. Não fui ao trabalho devido à necessidade de organizar tudo antes de ir. Eram cerca de sete horas da noite quando eu fui até o hospital para pedir o afastamento do emprego e comunicar à diretoria que eu estava indo embora.

Ucker: Seu turno começava doze horas antes (o Ucker disse assim que eu entrei no saguão eu o olhei e disse).

Dul: Eu não pude vir, me senti mau (respondi e ele me olhou incrédula e eu disse). Não tem nada a ver com o nosso filho, mas precisamos conversar.

Ucker: Tudo bem (ele disse e me olhou preocupado e disse). Vamos até minha sala (nós seguimos até a sala dele e ele trancou a porta quando entramos, se posicionando atrás da mesa, esperando que eu começasse a falar).

Dul: Eu estou indo embora (falei, percebendo que minha voz saiu mais baixa do que eu esperava).

Ucker: Como é? (ele perguntou, franzindo a testa).

Dul: Eu me inscrevi em um programa na Espanha e fui aprovada. Vou embora amanhã de manhã. Ele cruzou os braços e me olhou mais intensamente, passando a mão pelo rosto.

Ucker: Primeiro que você não pode viajar no estado que se encontra, segundo que você espera um filho meu e não pode o afastar de mim e terceiro você sabe que devia ter me avisado antes. Bem antes.

Dul: Eu sei disso tudo e não vou te afastar do seu filho você poderá ir visita-lo sempre que puder e quando ele estiver maior ele poder vir te visitar e ficar um tempo com você (falei o encarando seriamente e disse). E não me importo. Só vim aqui pra assinar minha demissão.

Ucker: Dul (ele disse e suspirou). Por quê?

Dul: Por que eu vou embora? Você ainda pergunta? Acha que é legal ser ignorada por todo mundo e ouvir sussurros dizendo “va/dia” toda vez que você anda pelos corredores? Eu não sou obrigada a tolerar isso. Por isso vou embora.

Ucker: Isso vai passar (ele disse me encarando tentando me passar confiança). As coisas vão se acertar. Todos tem que entender que estamos juntos nos amamos e vamos ter um filho juntos que futuramente será o dono disso tudo aqui.

Dul: Não, Ucker. Não vão. Já fazem duas semanas e nada mudou. E você sabe que também tem parte nisso e ninguém está distribuindo ódio gratuito pra você.

Ucker: Pequena você está enganada, pois estão sim, mas eu ignoro e as vezes vou até eles e mostro superioridade e deixo bem claro quem manda aqui e você como mãe do futuro dono daqui tem que fazer o mesmo mostre a eles que você manda aqui até o nosso filho alcançar a maioridade e poder assumir isso tudo aqui, você… (eu o interrompo e digo)

Dul: A demissão, Ucker. Eu só vim aqui pra isso pois não sou forte assim como você e não consigo enfrentar os outros como você (ele fez uma careta e pegou alguns papéis nos armários atrás dele, colocando na mesa à sua frente. Peguei uma caneta e assinei onde era preciso). Então (falei e olhei para ele). Acho que isso termina aqui.

Ucker: Eu não queria que isso acontecesse.

Dul: Ok. Foi bom te conhecer e sempre que quiser ver nosso filho sabe o meu número é só me ligar e pode deixar que quando ele estiver pra nascer eu te aviso e você tentar arrumar um jeito de ir pra lá acompanhar o nascimento dele. Eu me virei e fui até a porta, foi quando ele puxou meu braço e, quando me dei conta, seus lábio estavam encostados nos meus. Senti seus braços em volta de mim e eu o puxei para mais perto, retribuindo seu beijo. O afastei tempo depois, já ofegante). Eu preciso ir (sussurrei e ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha).

Ucker: Eu estarei aqui te esperando caso decida voltar (ele disse e eu o abracei, sentindo seus braços firmes em volta de mim.

Dul: Adeus, Christopher (falei e o soltei, saindo porta afora, sem olhar para trás).

Continuaaaaaaaa....