Fanfics Brasil - 03. you were my villain in my fairy tales. 《• ↬ First Love ♡ Kim Taehyung ↫ •》

Fanfic: 《• ↬ First Love ♡ Kim Taehyung ↫ •》 | Tema: imagine, longfic, fuffly, Kim Taehyung, BTS, V, music, colégio, romance, ficção adolescente


Capítulo: 03. you were my villain in my fairy tales.

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7 de fevereiro de 2012.


Eu não fui a escola no dia seguinte porque meu pé ainda não havia melhorado


Eu não fui a escola no dia seguinte porque meu pé ainda não havia melhorado. Tentei andar, mas ainda doía um pouco. Ao ligar para o colégio dizendo o que havia acontecido, eles informaram que eu podia ficar em casa, mas que quando eu voltasse fosse conversar diretamente com meus professores sobre as aulas perdidas. O que claro, seria um problema danado, visto que a senhora Yumi não deixaria passar. Eu não sei como eu ainda estava viva sendo aluna dela. A mulher era o cão em forma de mulher e causava medo em qualquer um, principalmente em mim já que parecia que ela tinha mais apatia por mim do que por qualquer outro do SOPA.


Meus pais ainda não haviam chegado no Brasil e Jaebum havia me ligado dizendo que passaria em minha casa ao entardecer.


Meu irmão era um ótimo irmão, era chato, mas era legal. Eu agradecia por ele me amar e sempre se preocupar comigo, porque a julgar pela a história dos meus pais e pelo o que havia ocorrido há quase três anos atrás, ele deveria me odiar, mas ele preferiu me acolher e dar todo o seu amor e carinho do que me dar as costas e por isso, mesmo as vezes ele sendo um completa babaca e muito chato — ciumento — eu o amava e sempre fazia de tudo para o ver bem. Como por exemplo, ele era trainner em uma grande empresa no mundo da música, e eu sempre o incentivei a continuar batalhando por aquilo que ele acreditava que seria; um grande k-idol. Meu pai também sempre o incentivou, sempre deu total apoio para que ele jamais desanimasse e desistisse.


Ao lembrar de meus pais, eu olhei meu celular e vi que não tinha nenhuma mensagem deles, estava preocupada, mas minha avó brasileira já havia me dito que me ligaria assim que ela soubesse que eles estavam no aeroporto de São Paulo. Sentada no grande sofá da sala do meu apartamento, eu deixei com que minhas lágrimas caíssem ao ver que eu realmente estava sozinha. Por que não fui com eles? Deveria ter ido, assim eu teria certeza de que tudo ficaria bem comigo. Lá eu tinha minhas primas, ali eu não tinha ninguém mais além de Jaebum. Claro, tinha meus avós. Mas eles eram bem rígidos e sempre que me encontravam me enchiam de sermões.


Solucei enquanto olhava o meu pé e me deitei no sofá, fechando os olhos e deixando toda a dor em meu peito se esvair, estava cansada. As últimas semanas tinham sido exaustivas para mim desde que eu havia recebido a notícia de que meus pais ficariam o ano inteiro fora.


O que eu faria nos dias de feriados? A primavera estava chegando e eu costumava sair com eles para apreciar as belas paisagens nas ruas de Seoul, nunca me enjoando delas. Eu teria que passar praticamente o ano inteiro sozinha, visto que não tinha amigos. Porém, um par de olhos indecifráveis e um sorriso lindo povoou minha mente e o garoto de cabelos castanhos tomou forma.


Ainda podia ouvir certinho o tom da sua voz, como se ele estivesse próximo a mim.


Lembrei dele dizendo que não me deixaria sozinha. Será? Quero dizer, o que faz um garoto como ele querer ser amigo de uma pessoa como eu? Era um tanto estranho. Mal nos conhecemos, mas ele agia como se fossemos amigos há um bom tempo... e eu tinha que assumir que também sentia como se o conhecesse há anos. Lembrei dele entrando no elevador e suspirei, talvez na realidade, ele não fosse vir e me disse aquilo só para ficar bem. Nesse momento senti meu peito se apertar, porque eu queria o ver mais vezes. Na noite passada, eu havia ficado horas e horas rolando na cama, pensando em seu atrevimento e seu sorriso contagiante. E ali estava eu novamente pensando nele. Balancei minha cabeça, tentando tirá-lo da minha mente e a campainha tocou. Limpei os vestígios de lágrimas em meu rosto, tentando ao máximo esconder que chorava. Peguei meu celular e vi que se passava apenas das duas da tarde e que meu irmão viria lá pelas as seis. Torci meus lábios enquanto pensava quem poderia ser e quem quer que fosse do outro lado da porta, estava apressado.


Por um momento pensei que fossem meus pais aparecendo e dizendo que haviam desistido de ir para o Brasil porque minha avó já estava bem. Um pouco egoísta, sim, muito. Mas era a primeira vez ficando longe deles e mesmo que fosse porque eu quis, ainda tinha muito para me acostumar.


Apressei em me levantar e com um pouco de dificuldade alcancei a porta pedindo para que me esperasse e tivesse calma. Parecia que estava acontecendo um apocalipse zumbi fora da porta e eu era a única salvação. Logo concluí que poderia ser meus avós. 
Não olhei no olho magico, apenas abri a porta convicta de que seriam eles. Porém, quando a porta foi escancarada revelando quem era, eu pude ver o sorriso convencido dele surgindo enquanto o meu ia se desfazendo.


— Você.... — Minha voz saiu baixo e ele tombou a cabeça para o lado.


— Mwo? Achou que eu não viria? — Deu uma piscadinha e com o dedo indicador, tocou meu ombro.


Era engraçado a forma como ficávamos perto um do outro, ele olhando para baixo e eu para cima.


— O que faz aqui? — Cruzei meus braços e ele riu.


— Eu disse que viria te ver e vim ué. — Deu de ombros colocando as mãos no seu casaco grosso e escuro — Na verdade, não vai dar para eu ficar muito porque hoje eu estou cheio de coisas para fazer. — Suspirou enquanto eu ainda tentava digerir que ele estava mesmo ali na minha porta bem quando eu estava pensando nele.


Teria eu o poder da força do pensamento? Queria acreditar que sim, mas sabia que foi uma enorme coincidência.


— Você estava chorando? — Seu sorriso foi se desfazendo e ele tentou tocar meu rosto, mas segurei sua mão.


— Não. Eu estou gripada. — Respondi rápida e ele me avaliou um pouco, então abaixei meu rosto, na intenção de que ele não visse que eu estava mentindo. — O que faz aqui? — Perguntei novamente e então o olhei, após o ouvir dar um suspiro.


— Eu passei aqui para pegar seu número. — Deu um pequeno sorriso e eu arqueei a sobrancelha.


Taehyung naquele dia estava se afundando dentro de um enorme casaco e pela forma que se movia sem parar, eu vi que estava com frio, eu teria sorrido ao ver como ele estava parecendo um pinguim todo empacotadinho, mas o que ele havia dito havia feito qualquer vontade de sorrir sumir.


— Meu número? — Era irônico, pois eu deveria estar feliz, mas eu estava surpresa e um pouco desconfiada.


— Sim. Seu número. Sabe, aquele que a gente usa para se comunicar por telefone? — Respondeu fazendo gracinha e eu revirei meus olhos.


— Por que quer meu número?


— Não é obvio? — Escorou sua mão acima da minha cabeça, se curvando para ficar na altura do meu rosto — Quero conversar contigo enquanto eu não puder ver aqui. — Piscou enquanto eu tentava não olhar muito para os seus lábios.


— E por que eu te daria? — Indaguei cruzando meus braços e escondendo meu celular que estava em minhas mãos, que claro, ele já havia notado.


Ele voltou a sua posição inicial, me olhando confuso e eu vi que ele se perguntava silenciosamente o que havia acontecido comigo. Nem eu sabia porque estava daquela forma, sendo que a quase um minuto atrás eu estava me perguntando se ele viria mesmo e queria que ele aparecesse. O que Kim Taehyung fazia comigo estava sendo uma incógnita.


— Bom, eu poderia dizer que por eu ter lhe ajudado ontem, você poderia fazer esse esforço, mas como trabalho com verdades... — balançou seu corpo para frente e para trás enquanto sorria — prefiro dizer que é porque não é para você ficar sozinha porque nós — Apontou para nós dois — Seremos grandes amigos daqui para frente. — Piscou apertando os lábios e eu franzi meu cenho escancarando minha boca.


— Não sei por que eu seria amigo de alguém que mal conheço. — Dei de ombros, pronta para entrar para dentro e me despedir dele.


— Bom, primeiro que, você adora os meus lábios e eu seria uma péssima pessoa se ficasse longe de você te privando de ver esses adoráveis lábios. — Sorriu e eu quis o bater — Segundo que, você está sozinha e parece não ter ninguém mais aqui além do seu irmão. — Suspirou sério e então concluiu: — E terceiro; eu quero ser seu amigo. — Deu de ombros e eu parei digerindo aquelas palavras.


Deveria dizer que eu também queria aquilo, mas eu sabia que não era uma boa ter ele por perto. Taehyung era uma pessoa boa demais e eu temia por isso.


— Sou uma pessoa que gosta de viver sozinha. — Retruquei e ele arqueou a sobrancelha.


— Wae?


— É mais divertido. — Menti. Claro que não era.


— Ok. — Pensou um pouco — Vamos fazer o seguinte? — Começou e eu apenas arqueei a sobrancelha para que ele continuasse — Você me passa o seu número e eu te mostrarei que me ter como amigo é bem melhor que ficar sozinha. — Apontou com os dois dedos enquanto fechava um olho — E aí, caso eu ganhe, nós continuamos sendo amigos. Se você não gostar da minha companhia e continuar achando que é melhor sozinha, eu prometo que apago seu número e saio da sua vida. — Sorriu fingindo ser inocente e eu franzi a testa não acreditando que ele havia mesmo me proposto aquilo.


Eu gostaria muito de aceitar, porém, eu tinha medo de me apegar a ele e acontecer o que sempre acontecia com quem se aproximava de mim. Todos iam embora e me deixavam. E eu não suportava mais pessoas saindo da minha vida.


— Não. — Respondi firme me virando de costas e pegando na maçaneta para fechar a porta quando ele segurou em meu braço.


— Qual é? Está com medo de se apaixonar por mim? — Indagou sorridente e eu me virei lentamente para ele.


— É o que? — Indaguei incrédula.


— Se não quer ficar próxima de mim é porque tem medo de se apaixonar. — Respondeu fazendo uma expressão sexy e eu bati em sua mão que segurava meu braço. — Aigoo! — Reclamou fazendo bico.


— Jamais me apaixonaria por você. — Se apaixonar por alguém estava fora de cogitação. Quando o fitei seu sorriso havia murchado.


— Jamais? — Abriu um sorriso tremulo e se aproximou de mim enquanto eu ia entrando cada vez mais em meu apartamento — Certo. — Disse sussurrando e em uma agilidade incrível ele conseguiu pegar meu celular.


Eu comecei a pular tentando pegar o celular, mas ele era muito alto e ainda ergueu a mão. Me sentia uma criança.


— Kim Taehyung! Me devolva! — Eu dizia pulando e ele ria e ficava rodando, enquanto eu ficava rodeando atrás da sua mão.


— Me passa seu número. — Disse rindo e eu quis estapeá-lo.


— Não. — Grunhi enquanto tentava pular e sentir meu pé doer. Então comecei a pular com um pé só e me escorei em seu casaco.


— Então eu só devolverei seu celular quando você me passar teu número e aceitar a sair comigo como amigos. — Disse me segurando assim que percebeu que eu estava pulando de um pé só — Oh, teu pé. Foi no hospital? — Indagou preocupado enquanto ficava colocando sua mão atrás das costas e depois para o lado, me fazendo de boba.


— Kim Taehyung! — Gritei e ele riu.


— É bonitinho ver você irritada assim. — Ele dizia enquanto tentava me segurar — Passa o seu número e eu prometo te entregar. — Disse calmo.


— Aish! Já comecei odiando você mesmo, sair só significa que vai ser pior. — Eu disse enquanto parava de pular.


— Me odiando? Tem certeza? Não foi bem isso que eu vi ontem. — Gargalhou.


— Ok. Eu vou passar. — Respondi e então ele sorriu pegando o seu celular e discando o número enquanto eu ditava. Ele só me deu o celular quando enviou uma mensagem para mim, para confirmar de que eu havia entregado o número certo.


— Viu? Não era simples? Agora ficou pulando igual uma louca e ainda machucou mais o pé. — Balançou a cabeça em reprovação e eu o fuzilei com meus olhos.


— Eu já estou te odiando. — Repeti irritada e ele sorriu.


— Você sabia que o amor e ódio costumam andar juntos? — Indagou com um sorriso malicioso e eu fiz que ia bater nele, mas ele segurou meu pulso e quando ia dizer algo, seu celular tocou e ele atendeu rápido — Já tô indo. Ya! Está bem, eu já vou! — Finalizou a chamada e então me olhou, ainda segurando o meu pulso, porém estava mais sério — Tenho que ir, mando mensagem depois. — Suspirou um pouco hesitante, olhou para mim por mais um segundo e então se foi dando uma piscadela e saindo correndo


   Eu fiquei observando ele entrar na porta onde dava acesso a escadaria e dei risada do quão engraçado e estranho era Kim Taehyung.


— Eu estou bem! — Suspirei pela décima vez para o garoto parado a minha frente, que era meu irmão


— Eu estou bem! — Suspirei pela décima vez para o garoto parado a minha frente, que era meu irmão.


— Tem certeza? — Não parecia satisfeito e eu concordei com a cabeça — Aish. — Levou suas mãos até a cabeça e suspirou — Não gosto da ideia de te deixar sozinha nesse apartamento. Seus pais são loucos. — Olhou em volta, como se quisesse conferir se não havia nenhum ladrão ou tarado por ali.


Jaebum havia passado só para me dar um abraço porque tinha compromissos e o plano de ficarmos juntos aquela noite, assistindo a filmes ou jogando e comendo guloseimas, havia ido por agua abaixo. Fiquei chateada? Claro que fiquei, mas não demonstrei porque eu sabia que não era por mal e assim como eu havia decidido ficar longe dos meus pais para seguir meu sonho, ele estava fazendo aquilo para seguir o seu. Por isso eu estava tentando o fazer acreditar de que eu ficaria ótima sozinha, porque ele precisava ir para a JYP entertaiment onde era trainner.


— Eu já sou bem grandinha e meu pai é seu pai. — Comecei a empurrá-lo para a sala onde Jinyoung o esperava — Por favor, leve ele de volta. — Suspirei cansada e Jinyoung riu.


— Sabe que ele não vai desistir, não é mesmo? — Jinyoung, seu parceiro, me disse sorrindo.


   Sim. Esse era Jinyoung, o cara por quem eu estava tendo uma forte atração — e talvez me apaixonando por ele. Desde que eu o conhecera eu o achava um príncipe. Lembro-me bem de Jaebum brigando comigo porque eu não parava de perguntar se ele tinha mesmo certeza que Jinyoung não era da realeza. Mesmo não sendo, eu continuava achando ele um príncipe. 


   Tudo começou quando Jaebum entrou na JYP e logo viraram amigos e em um dos dias que meu irmão tirava para ficar comigo, ele o levou para o cinema onde eu já o esperava com uma enorme pipoca nas mãos e emburrada por ele estar atrasado. Eu iria dizer umas poucas e boas quando JB apareceu, mas então ele estava ao seu lado e quando eu o vi, eu automaticamente sorri e abracei meu irmão toda feliz. Porque Jinyoung era lindo, ainda mais quando ele sorria verdadeiramente e tentava esconder seu lindo sorriso por vergonha. Meu coração dava umas batidas mais fortes quando isso acontecia. Além do mais, Jinyoung costumava visitar os meus sonhos e nos últimos meses vinha sendo com bastante frequência.


— Não é como se ele tivesse outra opção. — Dei de ombros e Jaebum me observava emburrado — Aish, se até a minha omma e o appa deixou, quem é você para querer implicar? — Indaguei cruzando meus braços e ele ficou bravo.


— Ya! Vamos JB, precisamos voltar. — Jinyoung se intrometeu antes que meu irmão me desse uma bronca.


   Ele já estava acostumado com as briguinhas bobas de nós dois, tanto que eu já não tinha vergonha de fazer tal ato na frente dele e era sempre ele quem se intrometia tentando apaziguar a situação.


— Aish.... — JB suspirou inconformado com a minha recusa de ir para sua casa e eu mostrei-lhe a língua.


— Eu ficarei bem, bobinho. — Me aproximei apertando sua bochecha e o abraçando.


— Qualquer coisa me ligue, idiota. — Me abraçou forte e bagunçou meus cabelos enquanto beijando o topo da minha cabeça.


   Odiava ser baixinha. Dei um cutucão e ele riu se afastando enquanto Jinyoung me dava tchau.


   Fiquei olhando eles saindo e tranquei a porta olhando para aquele enorme apartamento, sufocando a vontade de chorar e de abrir a porta novamente dizendo para meu irmão que eu havia mudado de ideia. Porém, eu tinha que me lembrar de que eu já não era mais criança e de que fui eu quem quis ficar na Coreia, e que prometi aos meus pais que ficaria bem.
Deslizei meu corpo sobre a porta e suspirei ao olhar para a cozinha e imaginar minha mãe novamente ali. Era hora do jantar e não seria ela quem faria mais uma vez a comida que eu tanto adorava. É, eu realmente estava sozinha....


 


     


 


     O meu celular apitando sem parar foi o que me acordou e eu estranhei ao ver que eu estava dormindo esparramada no sofá da sala. Procurei pelo o aparelho que continuava apitando e olhei em volta vendo que continuava escuro. Quem será que estava me incomodando àquela hora? O toque mostrava que não se tratava de uma ligação e sim de mensagens. Então vi a luz piscando no outro sofá e fui até lá meio cambaleante, esfregando meus olhos e odiando quem estava enviando as mensagens. Demorei alguns segundos para me acostumar com a claridade do aparelho, então desbloqueei-o e franzi meu cenho quando notei que era um número que não estava na minha lista de contatos.


"Oi *-*"


Recebida ás 22:32.


A primeira mensagem só dizia isso e eu esfreguei meus olhos para poder ler as outras, tinha mais de dez mensagens. Quem era? Não eram muitas pessoas que tinham o meu número. Será que....


— Jinyoung? — Apertei o meu celular contra o meu peito, ao imaginar que poderia ser ele. Seria o meu sonho?


Então voltei para ler as outras, com um sorriso grande.


"Ya! Não acredito que vai mesmo me ignorar! É isso que eu recebo por ter te ajudado ontem? "


Recebida ás 22:51.


— Me ajudad.... — Logo o meu sorriso bobo sumiu e eu suspirei ao lembrar que se tratava de Kim Taehyung — Ah, você.... — Comentei como se ele pudesse me ouvir.


As outras quatro mensagens se resumiam praticamente dele chateado que eu o estava ignorando.


"Aish, eu estou morto e sabe o que me faria bem agora? O seu chocolate! :D"


Recebida ás 23:19.


Nessa mensagem eu sorri, mas logo desfiz o meu sorriso quando li a outra em que ele perguntava se podia ir até a minha casa, só para tomar o bendito chocolate.


— Como se eu fosse mesmo deixar ele vir aqui a essas horas e ainda fazer chocolate para ele. — Rolei meus olhos na escuridão e voltei a minha atenção para as mensagens.


Mais três delas foram ele reclamando sobre eu não estar dando atenção e eu ri quando ele perguntou se esse era realmente o meu número. Dei uma risada nasalada e então voltei minha atenção para as duas últimas mensagens, que eu havia recebido a pouco.


"Foi ao hospital? Eu espero que esteja tão preocupada com esse tornozelo quanto eu. Não pode deixar para lá. "


Recebida ás 23:50.


"Estou pensando... podemos ir ao hospital amanhã, o que acha? Sei que precisa de ajuda :3"


Recebida ás 00:33.


Olhei para o relógio e vi que se passara apenas dez minutos desde a última mensagem que ele enviara, então decidi responde-lo.


"Você acha que eu vivo grudada no celular? Aish, você atrapalhou o meu sono! "


Enviada ás 00:43.


Me levantei odiando o fato de que apenas a luz do corredor dos quartos estava acessa e me perguntei porque diabos eu dormi no sofá. Eu morria de medo do escuro, não me dava muito bem com ele. Então fui praticamente me arrastando até o quarto, imaginando que Taehyung já estivesse desistido de mim, porém, o toque no meu celular apenas dois minutos depois, significava que não se tratava de uma mensagem e sim de uma ligação desta vez. Olhei para a chamada e vi que era o seu número, estreitei meus olhos querendo o mandar dormir e então atendi.


— O que pensa que está fazendo? — Indaguei assim que atendi — Se eu soubesse que iria atrapalhar o meu sono assim eu teria passado o do meu appa. — Suspirei enquanto do outro lado da linha, ele permanecia quieto.


— Ya, Kyung! Sabia que quando eu te vi pela primeira vez pensei que você era daquelas garotas fofas e educadas? — Ouvi um desapontamento em sua voz e dei risada.


— Estava certo quanto ao educada, pois eu sou e muito. Até te convidei para dentro e ainda te fiz um chocolate quente. —Retruquei enquanto entrava em meu quarto.


— É, isso compensa o fato de você ser rude comigo. — Disse dramático e eu rolei os olhos enquanto arrumava minha cama para me deitar.


— Coitado dele. — Ironizei e ele suspirou — Por que está me ligando? Não vem achando que eu vou fazer chocolate quente porque eu não vou nem abrir a porta.


— Ya! Que mal humor.... — Reclamou.


— Claro! Você atrapalhou meu sonho. — Respondi me enfiando debaixo das minhas cobertas e ele riu.


— Oh, que fofa, estava sonhando com príncipes e castelos? — Disse e eu me perguntei se ele podia ler mentes, ou sei lá o quê, mas então me dei conta do deboche em suas palavras.


— Com um príncipe sim. — Respondi fechando os meus olhos e lembrando de Jinyoung.


— Que seria eu. — Não era uma pergunta.


— Não sei onde você se vê um príncipe. Nesse mundo, com certeza você é o vilão já que me atrapalhou. — Suspirei, era uma mentira, mas ele tinha que parar de ser convencido. Ele estava rindo.


— Tenho certeza de que sou eu. — Acho que se alguém me perguntasse o significado de "convencido" eu passaria a dizer "Kim Taehyung" porque não era possível.


— Ah, claro. Você é o único ser na terra.... Aram, vai vendo.


— Não o único na terra, mas sou o único garoto bonito na sua vida. — Disse me fazendo escancarar a boca incrédula, como se ele pudesse me ver.


Ouvi o som da sua risada após alguns segundos em que o celular ficou mudo, era agradável a sua risada, mas eu não estava afim de alimentar seu ego logo assim no começo. Logo uma ideia surgiu em minha cabeça. Eu acho que o destino deve ter me colocado no caminho dele para tirar essa presunção dele.


— Não mesmo! Jinyoung é o mais lindo da minha vida. — Falei com um sorriso bobo imaginando o garoto citado a minha frente e eu ouvi ele respirar fundo — Vai dormir Kim Taehyung. Tchau! — Desliguei o celular e pensei que ele insistiria em ligar, porém, meu celular ficou mudo.


Já estava achando que ele não iria mais me incomodar, quando recebi uma mensagem.


"Pode deixar que no meu sonho, você será a princesa. ;)"


— Aish! Que abusado! — Reclamei, pronta para responde-lo, mas desisti e deixei meu celular no criado-mudo, me ajeitando melhor na cama e fechando meus olhos implorando para que meu sono voltasse.



 


E eu fui sua princesa, Taehyung... assim como você foi meu príncipe... mas nossa história não era um conto de fadas.


 



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Autor(a): Black

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