Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy - adaptada | Tema: vondy adaptada
O jantar chegou ao fim e minha inquietação aumentou. Meus pais queriam ir para minha casa, e de maneira alguma eu os levaria para lá. Então, saquei o celular e liguei para a portaria. Para minha sorte, o elevador continuava na mesma.
— Continua parado — contei a eles, fazendo uma boa atuação para ocultar meu alívio. — Não vou poder ir para casa hoje.
— Então está resolvido — minha mãe disse. — Você vai com a gente para a
casa do seu irmão.
— Não vai caber todo mundo lá, mãe.
— Claro que vai. Sempre coube — Poncho argumentou.
— Mas eu não gosto de ver o pai dormindo no sofá — rebati. — Ele é teimoso, nunca me deixa ficar na sala.
— Christopher ... — meu pai começou.
— Você podia ficar na minha casa — Dulce murmurou.
O olhar de minha mãe — e de Poncho — disparou em direção a ela.
— Tem espaço. — Suas bochechas ganharam um delicioso tom rosado.
— A tia Berenice não ia se importar.
— Não há razão para incomodar a sua tia — seu Víctor ponderou — quando
podemos nos ajeitar na casa do Poncho e da Anahi.
— Humm... Acabei de lembrar! O sofá está quebrado — Anahi veio em meu socorro. Eu amava aquela menina. — Umas molas estão saltando. O Christopher tem razão, seu Víctor. O senhor ia ter uma noite horrível nele.
— Não me importo com isso, minha querida.
— Mas eu me importo, pai — falei. — Está decidido. Vou dormir na casa da Dulce e da tia dela.
—Christopher ... — minha mãe qw.
— Mãe, a senhora insistiu que eu contratasse uma babá. Eu tenho que usar os serviços dela. Amanhã bem cedo eu volto para casa e, se estiver tudo bem com o elevador, ligo pra vocês irem conhecer o meu cafofo. Certo?
Houve discussão, claro, mas eles acabaram cedendo graças a Poncho, que, mesmo furioso comigo, percebeu que eu queria mais um tempo com Dulce e decidiu me ajudar. Claro que, ao nos despedirmos, ele sussurrou na minha orelha:
— Vamos almoçar amanhã, e então você vai me explicar direitinho o que diabos anda fazendo.
Meu pai se ofereceu para nos levar, mas eu preferi chamar um táxi, já que a casa de Dulce ficava fora de mão. Ela ligou para a tia e passou o percurso todo falando com ela. Na verdade ouvindo, pois conseguiu perguntar poucas coisas.
Mas escutava tudo com um sorriso tímido de deleite no rosto.
— Está tudo bem? — perguntei quando ela, por fim, desligou.
— Ela parece uma criança de tão contente. Bateu cinco vezes. As “meninas” já foram embora, exceto a Magda, que vai passar a noite com ela.
Era difícil não enxergar, mesmo com a parca luz que o painel do táxi fornecia,
o amor e a devoção de Dulce para com a tia.
O táxi estacionou em frente ao sobradinho na periferia meia hora depois. Dulce saltou e, sem que eu dissesse nada, pegou a cadeira no banco da frente e começou a montar — embora eu nunca a tenha ensinado. Acho que aprendeu apenas me observando. Não sei ao certo como me senti em relação a isso.
Dulce parou no portão e ficou olhando para a casa do outro lado da rua.
A lâmpada da varanda do sobrado em frente ao dela estava ligada.
— O Christian deve ter saído. Ele nunca deixa a varanda acesa se tiver alguém em casa.
— Você e ele são muito ligados — resmunguei, carrancudo.
— E como não seríamos, Christopher? Eu o conheço desde que me entendo por
gente. O Christian sempre esteve lá. — Apontou com a cabeça para o sobradinho amarelo em frente.
Ela abriu o portão e foi entrando. Eu a segui com alguma dificuldade, mas já estava me habituando ao trajeto irregular. Ao chegarmos à sala, percebi que o ar estava pesado, lembrando que não era habitada já havia alguns dias.
— Parece diferente — comentei.
— Também estou com essa sensação. — Ela admirava o ambiente com algo entre a saudade e a angústia. — Quer beber alguma coisa?
— Pode ser.
Enquanto ela desaparecia na cozinha, examinei a lombada dos livros na pequena prateleira sobre a TV. Era fácil distinguir os de Dulce e os de sua tia.
Para começar, os da senhora estavam em um estado penoso, de tanto manuseio.
Os de Dulce estavam como novos. Muitos eram técnicos, é verdade, mas havia bastante coisa fina: Crime e castigo, Os irmãos Karamazov, O pequeno príncipe, Dom Casmurro, Um teto todo seu.
Ao lado da modesta TV, havia a dock station mais maneira que eu já tinha visto.
Dulcr retornou à sala.
— Tem pouca coisa na geladeira. Só encontrei um pote de margarina quase vazio, dois ovos, um Superbonder e um saquinho de queijo ralado. Mas achei isso no armário. — E ergueu uma garrafa de vinho tinto.
— Se você me acompanhar...
Ela hesitou por um momento, mas acabou cedendo.
— Tudo bem. Só uma taça.
— Posso? — Indiquei a dockem formato de cubo mágico.
— Claro. — Ela foi para a cozinha e voltou com duas taças. Serviu a bebida
enquanto eu plugava meu celular e ajustava o volume. Um rock dos anos 90
começou a tocar.
Ela me passou o vinho e eu o ergui em um brinde.
— Por noites menos conturbadas.
— Amém! — Bateu a taça na minha e experimentou um gole. — Christopher, eu realmente lamento ter esquecido de tirar o anel. Já me acostumei com ele, e não lembrei que nem todo mundo deve vê-lo.
— Tudo bem. Eu também esqueço.
Um silêncio constrangedor pesou sobre a sala, e nós bebericamos o vinho
apenas para ter o que fazer. Amúsica terminou e outra começou.
— O que você achou da reestruturação que estão fazendo na L&L? O Poncho e a
Anahí não falam de outra coisa — puxei assunto e ela suspirou de alívio. Aquele
era um tópico seguro, e ela falou sem parar por uns bons dez minutos. Eu
bebericava o vinho, assentia e sorria nos momentos certos.
Isso ajudou a varrer aquele clima esquisito para longe. Quanto mais ela falava, mais relaxada parecia, o que era a minha intenção. Eu não gostava de vê-la tão tensa perto de mim. Não desse jeito, não por esses motivos.
Além disso, eu podia admirá-la sem parecer um idiota ou um psicopata.
Meu Deus, ela era tão bonita! Tudo nela fazia meu peito se contrair. Tudo nela
despertava o desejo de beijá-la.
A conversa subitamente mudou de rumo, se tornou pessoal. Ok, eu tornei a
conversa pessoal. Estávamos fazendo nosso top três de momentos embaraçosos.
— Tentei invadir a sala dos professores para pegar minha redação — ela contou. — Eu não aceitei aquele oito e meio. Fui pega, acabei na diretoria e a tia Berenice me deixou de castigo por um mês.
— Meu terceiro lugar vai para a primeira vez que tentei fazer sexo. Eu tinha catorze anos, e uma garota do colegial me deu mole. Meus pais tinham saído para fazer compras, então eu achei que estava tudo bem. Só que meu pai
esqueceu a carteira em casa e eles voltaram em vinte minutos. Chegaram bem na hora em que eu tentava colocar a camisinha.
— Meu Deus do céu! E esse é o terceiro lugar? — Ela riu.
— Pois é. Acredite, ainda tem coisa pior. Desse dia em diante, nunca mais levei uma garota para a casa deles, obviamente. — Peguei a garrafa para encher nossas taças.
— Obrigada, já bebi o suficiente por hoje. — Ela pousou a taça na mesinha de
apoio.
— Tudo bem. Seu segundo lugar, Dulce.
Depois de refletir um pouco, ela soltou:
— Definitivamente, foi quando eu descobri sobre o cara do wi-fi. Fiquei muito constrangida.
Autor(a): wermelinnger
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O bichinho da curiosidade dentro de mim ergueu as orelhas e ficou sobre asduas patas, atento. Havia muito que eu queria entender o que tinha acontecidoentre ela e esse cara. Como o wi-fi podia ser responsável pelo fim de um relacionamento? E o mais importante: como ele foi idiota o bastante para deixar uma garota como a Dulce escapar? Ela soltou um ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 202
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Vondy Forever❤ Postado em 20/02/2020 - 19:32:55
Nossa eu amei essa história do começo ao fim, e uma história linda de amor e de superação e bastante engraçada. Amei a tia Berê ter casado com o médico que acompanhou o seu caso no final. Abraços..
wermelinnger Postado em 29/02/2020 - 17:02:59
Oii eu tambem amei esse final feliz para a tia Bere. Obrigada por ler e comentar Beijinhos
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ana_vondy03 Postado em 18/02/2020 - 17:40:58
Aaaaa eu não acredito que acabou! Vou dar uma passadinha lá nas outras histórias! Simplesmente adorei o final da história, bem q poderia ter uma continuação né? Kkkkk
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:38
Pois É nem eu acredito:( passa sim tenho certeza que vai adorar
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mari_vondy Postado em 18/02/2020 - 10:31:29
Ai que final lindo, dona Berenice se deu bem. Vondy finalmente juntos, tão fofo. Amei a fanfic
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:06
Pois É dona Berenice finalmente realizou seu sonho de casar. Que bom que gostou
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ana_vondy03 Postado em 17/02/2020 - 13:19:11
Hahahaha amei a reconciliação! Aaaa eu n qro q acabe, vou sentir mta falta de ler a história! Continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:56
Eu tmb vou sentir falta
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mari_vondy Postado em 17/02/2020 - 10:30:22
continuaaaaaaaaa, que reconciliação mais fofa, amei
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:55
Gostou? Tambem achei fofo!!
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ana_vondy03 Postado em 15/02/2020 - 12:04:59
Naaaao cara tô chorando aqui! O Christopher eh um fofo! Espero q agora ela perdoe ele! Continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:36
Ele quando nao tá sendo um idiota É um fofo mesmo
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mari_vondy Postado em 15/02/2020 - 08:45:02
continuaaaaaaaaa, aí Dulce vai atrás dele logo kk ansiosa pelos próximos capítulos
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:08
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 14/02/2020 - 13:10:15
Não tinha pensado q a Dulce era o alvo da Samantha, mas do msm modo ela tava louca kkkkk continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 15/02/2020 - 07:40:09
Quando eu li eu também não imaginav que era esse motivo Continuando
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mari_vondy Postado em 14/02/2020 - 10:34:21
continuaaaaaaaaa, tadinho do Christopher, ainda bem que Samantha vai ficar bem longe agora
wermelinnger Postado em 15/02/2020 - 07:39:18
Continuando....
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mari_vondy Postado em 14/02/2020 - 09:12:49
continuaaaaaaaaa, posta outro sim, nem imaginei que a Samantha queria era a Dulce, Vondy tem que se acertar logo
wermelinnger Postado em 14/02/2020 - 09:37:13
Prontinho... depois posto a continuação do cap