Fanfic: Mentira Perfeita - Vondy - adaptada | Tema: vondy adaptada
O relógio marcava dez e onze quando o interfone tocou naquela manhã de domingo, anunciando a chegada de minhas novas hóspedes. Dona Berenice
tivera alta naquele dia, e ela e Dulce viriam do hospital direto para cá.
Eu tinha arrumado a casa toda, dei um tapa no banheiro e até coloquei uma vela aromática — Poncho disse que as mulheres gostavam disso. Dulce aparecera no dia anterior e me ajudara a limpar o quarto onde ela e a tia dormiriam. Ela fez questão de deixar claro seu descontentamento com a situação não falando comigo. A única vez em que me dirigiu a palavra foi para me perguntar se poderíamos adiar o jantar em que eu a apresentaria aos meus pais, naquela noite, como tínhamos combinado.
— Fica tranquila, já cancelei — contei, e ela voltou a me ignorar.
O que era bom, de certa maneira. Toda aquela raiva certamente faria Berenice acreditar que tínhamos mesmo terminado.
Diabos, de boba aquela mulher não tinha nada. Dulce estava certa: era uma
péssima mentirosa, e nem todos os seus esforços convenceram sua tia de que
realmente tínhamos um relacionamento. Confesso que fiquei boquiaberto quando Berenice me falou no carro:
— Eu sei que você e a Dul não estão juntos de verdade, que ela só está tentando me fazer feliz com a ideia de um casamento iminente.
Naturalmente, fiz o que qualquer pessoa faria numa situação dessas. Neguei.
— Não sei de onde a senhora tirou um absurdo desses, dona Berê. A Dulce jamais fingiria alguma coisa. A senhora sabe como ela é...
— Por isso mesmo eu sei que ela está mentindo! O que eu não entendo é por
que você está fingindo ser apaixonado por ela.
Eu podia ter respondido aquilo de mil maneiras diferentes. Qualquer merda
teria sido mais aceitável do que o que eu disse.
— Eu não estou mentindo, dona Berê. Eu realmente estou louco por ela.
Uma expressão de surpresa e esperança dominou seus traços contorcidos pela dor.
— Oh! Então... eu me enganei? Vocês estão envolvidos?
— Eu só penso nela, dona Berê.
E desde aquele momento a verdade continuava ali, me encarando de frente,
de cima, de todos os ângulos: eu amava Dulce. Amava como jamais amei ou viria
a amar alguém. E sabia que a convivência com ela seria complicada, que ela estava magoada comigo. Um tipo de mágoa profunda, que não seria fácil de apaziguar.
Mas eu só queria que ela sorrisse mais, que seus ombros não estivessem sempre tão eretos, como se esperasse pelo pior, que ela não me olhasse com
tanta decepção. Sobretudo esta última.
Por isso eu sabia que tinha feito a coisa certa ao oferecer minha casa a elas.
Uma mulher na idade de dona Berenice não podia tomar banho numa tina na
lavanderia. Eu nunca deixaria minha mãe passar por uma humilhação dessas. E, se a tia estivesse confortável e bem instalada, então talvez Dulce relaxasse um pouco.
A batida na porta me fez disparar para a entrada e abri-la. Júlia trazia uma mochila em cada ombro e uma expressão assassina no rosto delicado.
— Bom dia — ela disse, sem nenhuma emoção.
— Vai entrando. Agora a casa também é sua.
— Apenas por um tempo. — Ela passou por mim. Uma das mochilas me acertou na cabeça, e tenho quase certeza de que foi de propósito.
— Christopher, meu querido — Berenice começou, o rosto ainda pálido. A seu lado, lhe oferecendo o braço, estava um rapaz que me pareceu vagamente familiar. Ele trazia duas malas enormes. — Obrigada por ter nos acolhido. Não sabe como eu estou agradecida.
— O que é isso, dona Berê? É um prazer ajudar a senhora.
— Ah, meu amor... — Beijou minha bochecha. — Já conhece o Christian?
Então aquele era o tal Christian. E, diabos, ele não era a cruza do Gollum com o Chewbacca que eu havia imaginado. Na verdade, ele era a cara do George Wilson, o jogador de futebol americano do Tennessee Titans, só que mais jovem e menos inflado.
Que bosta.
— E aí? — cumprimentei.
— Beleza — ele respondeu, direto. Onde eu coloco as malas?
— Primeira porta à esquerda.
Ele foi entrando, e Dulce, que retornava para a sala, fez meia-volta e o
acompanhou. Eram íntimos. Muito íntimos, se ela o deixava entrar em seu
quarto.
— Me mostre a casa, querido? — Berenice pediu.
— Claro. Bem aqui de frente é a cozinha...
Mostrei os cômodos a ela em dois minutos. Christian me encontrou na sala e disseque precisava de ajuda com uma mala. Estranhei um pouco — quase ninguém pedia a minha ajuda para nada —, mas o acompanhei. Ao chegarmos à
garagem, ele apontou para o carro, que havia pegado emprestado com um
amigo, segundo ele dissera, e abriu o porta-malas.
Então, jogou um trambolho do tamanho de uma van sobre mim. A força do choque fez minha cadeira rolar até colidir contra a parede, assim como a parte de trás da minha cabeça.
Apenas quando Christian estava sobre mim, empurrando a mala com força de
encontro ao meu peito, me dei conta de que não fora um acidente.
— Nunca mais a faça sofrer — ele disse entredentes. — Essa foi a primeira e última vez que eu a vi chorar por sua causa, estamos entendidos?
— Eu sabia que você gostava dela — empurrei a mala e a ele com força.
A bagagem caiu no chão com um baque surdo.
Ele se endireitou e cruzou os braços.
— Gosto muito mais do que você pode imaginar ou compreender. Se a magoar
de novo, eu mato você.
— O que te preocupa é a possibilidade de eu a magoar de novo ou o fato de ter
esse poder?
— Não banque o engraçadinho comigo. — Deu dois passos para mais perto,
chutando a mala para o lado. — A Dulce é a pessoa mais importante do mundo pra mim. E ela já passou por muita coisa nesta merda de vida. Eu não vou permitir que um babaca feito você a machuque de novo. Estou pouco me lixando que você esteja nessa cadeira. Ainda vou te arrebentar se você a magoar de novo.
— Eu não tenho intenção de magoar a Dulce. Não que isso seja da sua conta. O
que acontece entre mim e ela não te diz respeito.
Ele ficou me olhando de cima, os olhos apertados.
— Ela te contou sobre nós?
Então havia uns “nós”, porra.
— Não. E tudo o que eu preciso saber é que ela está agora arrumando as coisas na minha casa, não na sua. Que ela ligou para mim quando a tia passou mal, não para você.
— Isso porque eu não tenho carro, e moro num sobrado exatamente igual ao
dela. Ela não queria vir, Christopher, e você sabe disso. Ela me disse que vai ser um pesadelo conviver com você.
— Então eu vou ter que fazer ela mudar de ideia.
— Você não merece uma mulher como a Dulce — ele cuspiu.
— Nenhum homem neste planeta merece uma mulher como a Dulce —
corrigi. — A menos que ele seja capaz de fazer chover estrelas enquanto dança
com ela ao som de Frank Sinatra. Ainda assim — cheguei mais perto, elevando o
queixo, desafiando-o —, ela está na minha casa agora.
A raiva faiscou em seu rosto enquanto ele continuava a me encarar. No entanto, algo mudou, mas não tive tempo de descobrir o que era.
— O que está acontecendo aqui? — A voz de Dulce chegou aos meus ouvidos.
Christian acabou cedendo e desviou os olhos para ela. E sorriu, o filho da puta.
— Nada, florzinha. Só estávamos nos conhecendo melhor.
Florzinha? Pelo amor de Deus!
Afastei-me do cara e me virei para ela. Estava parada a poucos passos, os
olhos indo de mim para Cristian com desconfiança.
Autor(a): wermelinnger
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— Tem certeza? — ela insistiu. — Porque eu tive a impressão de que vocêsestavam discutindo. — Foi só impressão — garanti. — Você sabe que eu falo um pouco alto. — Christian riu. — Humm... Tudo bem, então. Acabou? Pegamos tudo? & ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 202
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Vondy Forever❤ Postado em 20/02/2020 - 19:32:55
Nossa eu amei essa história do começo ao fim, e uma história linda de amor e de superação e bastante engraçada. Amei a tia Berê ter casado com o médico que acompanhou o seu caso no final. Abraços..
wermelinnger Postado em 29/02/2020 - 17:02:59
Oii eu tambem amei esse final feliz para a tia Bere. Obrigada por ler e comentar Beijinhos
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ana_vondy03 Postado em 18/02/2020 - 17:40:58
Aaaaa eu não acredito que acabou! Vou dar uma passadinha lá nas outras histórias! Simplesmente adorei o final da história, bem q poderia ter uma continuação né? Kkkkk
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:38
Pois É nem eu acredito:( passa sim tenho certeza que vai adorar
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mari_vondy Postado em 18/02/2020 - 10:31:29
Ai que final lindo, dona Berenice se deu bem. Vondy finalmente juntos, tão fofo. Amei a fanfic
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:06
Pois É dona Berenice finalmente realizou seu sonho de casar. Que bom que gostou
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ana_vondy03 Postado em 17/02/2020 - 13:19:11
Hahahaha amei a reconciliação! Aaaa eu n qro q acabe, vou sentir mta falta de ler a história! Continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 19/02/2020 - 07:14:56
Eu tmb vou sentir falta
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mari_vondy Postado em 17/02/2020 - 10:30:22
continuaaaaaaaaa, que reconciliação mais fofa, amei
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:55
Gostou? Tambem achei fofo!!
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ana_vondy03 Postado em 15/02/2020 - 12:04:59
Naaaao cara tô chorando aqui! O Christopher eh um fofo! Espero q agora ela perdoe ele! Continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:36
Ele quando nao tá sendo um idiota É um fofo mesmo
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mari_vondy Postado em 15/02/2020 - 08:45:02
continuaaaaaaaaa, aí Dulce vai atrás dele logo kk ansiosa pelos próximos capítulos
wermelinnger Postado em 17/02/2020 - 13:08:08
Continuando
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ana_vondy03 Postado em 14/02/2020 - 13:10:15
Não tinha pensado q a Dulce era o alvo da Samantha, mas do msm modo ela tava louca kkkkk continuaaa amoreee S2
wermelinnger Postado em 15/02/2020 - 07:40:09
Quando eu li eu também não imaginav que era esse motivo Continuando
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mari_vondy Postado em 14/02/2020 - 10:34:21
continuaaaaaaaaa, tadinho do Christopher, ainda bem que Samantha vai ficar bem longe agora
wermelinnger Postado em 15/02/2020 - 07:39:18
Continuando....
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mari_vondy Postado em 14/02/2020 - 09:12:49
continuaaaaaaaaa, posta outro sim, nem imaginei que a Samantha queria era a Dulce, Vondy tem que se acertar logo
wermelinnger Postado em 14/02/2020 - 09:37:13
Prontinho... depois posto a continuação do cap