Fanfic: The Wheelchair | Tema: Drama

Mais uma vez, estou deitada em minha cama, enquanto leio um livro qualquer. Na verdade, não estou prestando atenção na leitura, mas sim na visão que tenho pela janela. São crianças correndo pela rua, enquanto seus pais conversam uns com os outros, cachorros pulando e seus donos tentando contê-los. Tenho saudade dos tempos em que eu e minha família fazíamos isto, mas acho que nunca mais acontecerá, não depois de tudo.

Saio de meus pensamentos quando escuto batidas na porta e a voz de minha mãe. Fecho o livro e o coloco na escrivaninha ao lado de minha cama, logo depois vendo Ellen entrando em meu quarto sorrindo.

Ela sempre foi minha maior inspiração, com toda sua gentileza e bondade, além de sua beleza inegável. Minha mãe tem os cabelos loiros como os meus, mas os seus são curtos, além dos olhos verdes e sua pele que apresenta poucas rugas de idade.

- Bom dia Nat! Dormiu bem? – Apenas balanço a cabeça assentindo, vendo-a ficar triste com o meu silêncio. Se senta em minha cama, ao meu lado, e acaricia meus longos cabelos loiros. Ela sempre me aceitou, esteve sempre ao meu lado.

- Semana que vem as aulas voltam, está animada para fazer novas amizades? – Pergunta, tentando me animar com isto, mas não consegue. Aceno negativamente.

Ela suspira e me olha, triste.

- Olha Natasha, Henry errou, mas eu sei que, no fundo, ele se arrepende por tudo. – No momento em que ela citou ele, comecei a suar e as lembranças me inundaram. Meus olhos começaram a lacrimejar e eu rapidamente passei as mãos no rosto, não deixando ela perceber as lágrimas.

Balanço a cabeça rapidamente e ela me olha suspirando, se levanta, beija minha testa e sai de meu quarto, enquanto ainda estou em um tipo de transe. Me deito melhor na cama, fechando os olhos e tentando esquecer tudo, até que caio no mundo dos sonhos.

 Acordo algumas horas mais tarde, ouvindo gritos vindos do quarto ao lado, o quarto dos meus pais. Suspiro, ficando em silêncio e escutando meu pai dizer que não aceitava uma aberração como filha.

As lágrimas já rolavam por meu rosto, mas continuo em silêncio, apenas escutando tudo, até que um barulho me deixa petrificada.

Eu escutei o barulho de um tapa e o choro de minha mãe, mas não acabou com isso, ele continuou a bater nela. Eu, chorando, puxei minha cadeira de rodas para perto da cama e me impulsionei, me colocando sentada nela. Empurrei a cadeira para perto da janela e fiquei olhando a lua, escutando os gritos de meu pai e o choro da minha mãe, enquanto também chorava.