Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

P.O.V. Poncho

Acordei de repente com o barulho de trovão e olhei por reflexo para a janela de meu quarto. Embora ela estivesse embaçada, era possível notar as grossas gotas que se chocavam contra o vidro a todo momento. Ao fundo se podia ver um borrão da Cidade do México, escurecida pelo céu cinza daquela manhã diluviosa.

Me voltei para o despertador em minha cabeceira, que indicava que eram 5:50. Tarde demais para voltar a dormir, já que me levantava sempre às 6:00. Suspirei e esfregando os olhos, me obriguei a sair da cama, mesmo que estivesse exausto.

Fui dormir bem tarde naquela noite, por ter passado horas terminando o relatório de um caso de tráfico humano. Passei o último mês inteiro focado nisso e enfim tinha encerrado-o. Precisava realmente de uma troca de ares, foi um caso complicado e esgotante para mim. Com sorte, talvez ganharia agora uma investigação de um pequeno furto ou coisa do tipo.

Fui até a cozinha e cliquei no interruptor para acender a luz, pois ainda estava bastante escuro. Preparei um café bem forte ao mesmo tempo em que ligava o rádio na estação de notícias.

Começava sempre meu dia ouvindo sobre homicídios, extorsões, tráfico de drogas e todos esses outros crimes, para me sentir mais motivado a dar o meu melhor em meu emprego. Quando me sentia cansado, como nesse dia, gostava de lembrar que as pessoas dependiam de mim para livrá-las dos criminosos.

Sempre fui um homem muito correto, com princípios e um senso de justiça inabalável que herdei de meu pai. Ele era um homem muito bom, daqueles que cuidava de cachorros abandonados e saía distribuindo presentes para as crianças carentes no Natal. Conhecido por todos na vizinhança por seu simpático sorriso e coração bondoso. Me criou sozinho, após a morte de minha mãe, quando eu tinha apenas 3 anos. Mesmo com todas as dificuldades que passamos, conseguiu me educar muito bem à sua imagem.

Peguei as chaves do carro, um Hyundai Accent preto, e fui para a delegacia. Ao chegar, entrei em minha sala e justo após me sentar em minha cadeira, Ucker, outro investigador e meu amigo, abriu a porta.

- O Garcia quer te ver agora.

O delegado Garcia queria me ver? O assunto só poderia ser muito sério para que me chamasse pessoalmente. Ele era um homem muito ocupado, e nos 5 anos em que trabalhei na 13º DP, só conversei com ele 3 vezes.

- Eu fiz alguma coisa de errado? – Perguntei preocupado.

- Eu não sei, foi o Carlos que me avisou que ele está te esperando. Não falou o motivo.

- Droga. Se for algum problema com o relatório que eu enviei de madrugada e ele pedir para eu refazê-lo, acho que vou enlouquecer. – Ucker riu.

- Vai logo lá, antes que ele se estresse.

Sai para o corredor e o atravessei inteiro, a sala do delegado era a última daquele andar. Bati na porta duas vezes e recebi autorização para entrar.

- Herrera, sente-se.

Era um homem de meia-idade, com mais fios grisalhos do que negros na cabeça. Alto e carrancudo, do tipo intimidador. Falava somente o necessário, nada além disso.

- Me chamou, delegado Garcia?

- Sim. – Fez uma pausa. - Fez um ótimo trabalho no caso do tráfico humano.

Supõe-se que quando alguém te elogia, faz isso com uma expressão amigável. Mas não o Garcia. Suas sobrancelhas estavam franzidas e os olhos pareciam ameaçadores o tempo todo. Acho que ele era incapaz de sorrir.

- Obrigado, senhor.

Me analisou por um momento, antes de dizer:

- Eu tenho uma investigação especial para você. Quero que se infiltre na máfia de Tepito e consiga para mim, informações suficientes para prender todos os cabeças da quadrilha.

Fiquei em choque. Nunca tinha lidado tão de perto com um caso, sempre obtinha as informações sem ter nenhum contato com os bandidos. Não sabia se poderia me passar por um deles. Ainda mais lidando com a máfia mais perigosa de todo o México.

- Senhor, eu não sei se posso aceitar.

Sua expressão se tornou ainda mais desagradável.

- Você é um covarde, Herrera? Acreditava ser um dos meus melhores homens. Acho que me enganei com você.

Suas palavras me atingem. Eu era um policial, não poderia ter medo de enfrentar criminosos, nem mesmo o temido El Paco, líder da máfia de Tepito.

- Eu aceito o caso, senhor.

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Hellooo meus amores!

Eu sei que eu não devia estar começando outra web quando eu não atualizo Autodestruição há alguns dias (culpa do bloqueio criativo). Masss eu juro que é só durante esse mês que eu vou postar menos, quando acabarem minhas provas na faculdade, eu volto ao normal. Vou tentar postar um capítulo da Autodestruição amanhã.

Bjs pra vocês! :)