Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Anahi

Não iria mandar ninguém para fazer o serviço por mim, dessa vez. Só confiava em mim mesma para não deixar escapar nenhum detalhe importante sobre Poncho.

Comecei minha investigação por seus pais, Luís Daniel Gutierrez Romero e Heloisa Gusmão Gutierrez. Hackei o banco de dados civil do governo e logo encontrei os dois. Eram realmente casados, confirmei.

Mas olhando um pouco melhor, percebi que em suas fichas não constava nenhum filho. E após mais um tempo analisando, bati meu olho em suas datas de nascimento. Não tinham idade para ter um filho de 26 anos. Luís Daniel tinha 35 e Heloisa tinha 31.

Christian talvez tivesse encontrado o casal errado, isso explicaria. Decidi então procurar por Poncho Gutierrez nos dados. E a filiação que encontrei era exatamente a mesma que estava na pasta em minha frente.

Por que ele iria alterar os dados do governo para mentir sobre seus pais? Deixei para pensar nisso depois e passei para o ponto seguinte, seu celular.

Entrei no site de serviço de consulta de números e descobri que sua operadora era a Movistar. Hackeando o site da mesma, descobri que seu número tinha sido criado três dias antes de nos conhecermos.

Isso me fez pensar que ele tinha conseguido aquele número somente para se comunicar conosco. Então ele já planejava entrar para a máfia?

Novamente hackei um site, o do banco BBVA. Constatei que sua conta tinha sido aberta também três dias antes do ritual de aceitação. O dinheiro então estava ali somente para despistar.

Passei para meu último ponto, o endereço. Calle de La Libertad, 23, Obrera. Nem precisaria checá-lo para saber que Poncho não vivia realmente ali. Todas as informações falsas que desmascarei já deixavam bastante óbvio que essa também não era verdadeira. Além do fato de o bairro de Obrera ser bastante pobre e perto de toda aquela região que ele não conhecia bem, até eu mostrá-lo.

Então ele planejou sua entrada na quadrilha. Tudo indicava isso. Espere aí.

Fico chocada quando um questionamento me vem à cabeça. Como ele fez para encontrar Arruda e Christian? Só se ele sabia que eram, sabia como eram seus rostos. Ele os investigou e... A todos nós. Ele investigou meu pai e eu.

Eu estava certa. Ele é realmente mais inteligente do que deixa transparecer.

Mas o que ele queria?

Peguei o celular. Iria ligar e dizer para ele vir me ver. Quando chegasse, eu o amarraria e iria torturá-lo até que me contasse tudo. Quando estava discando, Pepe apareceu.

- Desculpe incomodar, Anjo, mas El Paco está te esperando. – Disse e saiu em seguida da sala.

Droga. Justo agora.

Peguei meu carro e fui até o esconderijo de meu pai, que ficava na parte mais perigosa de Tepito.

Era um barraco simples para quem via de fora, mas dentro tinha um verdadeiro palácio no subsolo. Aquela casa passava por debaixo da moradia dos outros habitantes de Tepito, mas ninguém se importava de ajudar a esconder El Paco. Aqui ele era tratado como rei.

Entrei com a minha cópia da chave e desci as escadas. Encontrei-o em seu escritório, onde ele sempre me esperava quando queria falar comigo.

Ele fez um gesto para eu me sentar na cadeira a sua frente, e eu fiz.

- O que deseja falar comigo? – Perguntei.

- Você sabe o quanto eu te acho competente no que faz, se não acha-se, não teria te posto no controle de todo o negócio.

Meu pai era um homem bastante sério, que tratava todos como se fossem seus funcionários. Era incapaz de mostrar afeto, até mesmo por sua filha. Sendo assim, nossa relação era somente profissional.

- E eu te agradeço pela confiança.

Esperei que ele chegasse ao ponto.

- Você realmente mostrou levar mais jeito do que eu para a coisa, já que o lucro subiu bastante depois de você tomou as rédeas.

- Sim. – Eu disse.

Ele sempre fazia isso, enrolava para chegar ao ponto.

- Sabe, eu não costumo me meter no seu modo de comandar as coisas. – Ele fez uma pausa, para fumar o seu charuto. - Nunca fiz isso, para falar a verdade.

Somente balancei a cabeça em concordância.

- Mas temos um problema, que você vai ter que resolver.

- Qual é o problema? – Perguntei calmamente.

Ele riu irônico.

- Você não sabe? Precisa realmente que eu te diga qual é o problema?

Logo compreendi do que ele falava.

- A concorrência no tráfico de armas. – Eu disse.

- Sim, a concorrência no tráfico de armas. E o que você está fazendo para impedir que eles dominem o mercado?

Nada. Eu não tinha feito absolutamente nada. Não tinha ideia de como poderia acabar com a competição pelos consumidores.

Meu silêncio falou por mim. Ele balançou a cabeça em negação.

- Era exatamente o que eu imaginava. Você tem um mês para resolver isso.

Ele não precisou dizer mais nada. Estava bastante explícito o que me aconteceria se não solucionasse tudo. Perderia o meu cargo e me tornaria uma inútil para meu pai, que provavelmente iria tomar meu apartamento e me largar à minha própria sorte nas ruas.

Depois da ameaça velada, ele me dispensou e voltei para a fábrica.

Liguei para Poncho e mandei que ele viesse até mim, estava realmente precisando descontar a minha raiva em alguém. Que seja o traidor, então.

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Ela descobriu sobre ele :O

A partir de agora a coisa vai pegar fogo!