Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Ela me amarrou, com meus pulsos, tronco e tornozelos presos a sua cadeira. Não podia me mover e estava totalmente a sua mercê, ela poderia fazer o que bem entendesse comigo. O pensamento me excitava e meu pau doía com a espera para descobrir o que ela faria.

Ela abriu uma gaveta de sua mesa e pegou alguma coisa que não consegui ver o que era. Depois se virou para mim, escondendo o objeto em suas costas. Se aproximou, com um sorriso nos lábios, da cadeira aonde eu estava amarrado e pegou em meu pau completamente duro, me masturbando com perfeição. Revirei meus olhos com a potente sensação.

- Está preparado para o que eu vou fazer com você? – Perguntou com aquela voz tão sensual.

Ela me apertou com força e eu gemi.

- Feche os olhos. – Me ordenou e eu obedeci.

Ela soltou meu membro e por um momento não disse nada, não fez nada. Mantive meus olhos cerrados à espera dela voltar a me tocar.

E então eu senti. Senti um forte ardor tomar conta de mim, uma dor como nunca senti antes, quando algo atravessou meu ombro. Abri meus olhos um pouco atordoado e a primeira coisa que vi foram grandes respingos de sangue de um vermelho intenso em meu peito. Olhei em seguida para meu ombro e pude ver que ela segurava o cabo de uma faca afiada, que estava cravada em mim.

- Isso é algum tipo de fetiche bizarro, sua doida?!?! – Perguntei exaltado.

Ela riu dissimuladamente.

- Não, o nome continua sendo tortura, que eu saiba.

Ela retirou a faca de meu ombro e cravou-a um pouco mais embaixo em meu braço. Cerrei meus punhos tentando controlar um pouco a dor, querendo inutilmente achar um alívio para o sofrimento. Aquela porra estava cortando a minha carne.

Essa mulher só podia estar louca. Ela simplesmente saía atravessando as pessoas com facas?

- Por que você está fazendo isso, porra?!?!

- Porque você me enganou. E eu te avisei o que te aconteceria se decidisse brincar comigo.

Ela acariciou suavemente meu rosto, poderia até ser confundido com um gesto de carinho se ela não estivesse quase atravessando meu braço inteiro com uma lâmina.

- Mas que caralho que você tá falando??

- Sobre como todos os seus dados são falsos. Sobre como você alterou os dados do governo para mentir sobre quem são os seus pais, mentir sobre seu endereço. Como você criou um novo número de celular e conta bancária três dias antes de nos conhecermos. – Ela falou ao mesmo tempo que perfurava minha coxa.

Merda! Como ela descobriu?

- Eu posso explicar.

- Explique-se. – Ela furou minha outra coxa.

- Arghh! – Tomei um minuto para me acalmar e respirei fundo, sentindo que a dor diminuía. – São falsos porque eu queria esconder minha verdadeira identidade da máfia. Tive medo, não sabia como vocês iriam reagir à minha aproximação.

- Então você confessa que planejou fazer parte? – Ela parou de me furar.

Pensei rapidamente no que dizer.

- Sim. Eu fiz isso porque sou na verdade muito ambicioso e quero me tornar um criminoso temido e conhecido. A melhor maneira de conquistar o meu objetivo era entrando na máfia e ir subindo aos poucos. Esse era o meu segredo, a minha ambição. – Menti de maneira segura.

- E por que você continuou escondendo isso, mesmo após nós te aceitarmos? – Me perguntou agora mais calma, mas ainda desconfiada.

- Achei que ninguém encararia muito bem essa minha sede de poder, principalmente você.

- Por que principalmente eu? – Sua expressão estava impassível e eu sabia que ela estava analisando muito bem cada palavra que eu dizia, enquanto montava um quebra-cabeças em sua mente com minhas respostas.

- Você é quem comanda, e eu quero estar no seu lugar.

- Então você seria capaz de me apunhalar pelas costas? – Perguntou com um discreto sorriso nos lábios.

Ela me pegou. Merda. Precisava inventar alguma coisa convincente rápido.

- Honestamente? Eu não sei muito bem se eu seria capaz. No começo? Sim, com certeza. Mas depois daquele dia que passamos juntos, alguma coisa mudou.

- Explique-se. – Me ordenou.

- Percebi que você é mais além da assassina e da mulher sensual. Tem também um lado doce e divertido, que me fez criar, digamos que, uma simpatia por você.

- Você tem um carinho por mim? É isso?

- Mais ou menos isso. – Desconversei.

- Esse é um sentimento bem fraco para fazer você desistir de querer tomar meu lugar. – Ela não parecia crer em mim.

Ela era tão difícil de manipular.

- Bem, eu sou esquisito não sou? Você mesma me disse isso.

- Eu me referia à aquela sua farsa de bandido bom. Você acabou de dizer que não é assim, que na verdade tem grandes ambições para o crime. Essa sua sede de poder deixa bem claro que você não tem medo de sujar as mãos de sangue. Então eu retiro o que eu disse, você não é mais um esquisito no meu ponto de vista. Destruído o seu argumento, voltamos assim ao ponto inicial, de que uma afeição por mim não é motivo suficiente para um homem sem escrúpulos, como você, não querer me sabotar.

Ela estava acabando comigo. Por que tinha de ser tão inteligente?

- Você está mentindo para mim novamente. – Ela pegou novamente a faca, que antes estava em cima da mesa. – O que será que eu faço com você agora? – Ela tinha um sorriso afiado no rosto.

Eu só enxergava uma saída, uma única mentira poderia me livrar de sua tortura.

- Eu não te apunhalaria pelas costas porque eu me apaixonei por você.

Ela deixou a faca cair de sua mão. Me olhava atônita e de boca aberta. Pela primeira vez desde que a conheci, ela estava realmente surpresa e sem palavras. Minha declaração deixou-a sem saber o que fazer em seguida.

- Por quê? – Foram as únicas palavras que saíram de sua boca.

- Você é muito bonita, a mais bela mulher que já vi, para dizer a verdade. Mas meu sentimento vai muito além do lado superficial. Eu te amo pelo que eu vejo por dentro. Você é incrivelmente inteligente, conseguiu descobrir toda a minha farsa, não sei como. É forte e corajosa, eu realmente admiro que você não abaixe a cabeça para ninguém, nem tenha medo de nada. É muito provocante e consegue me enlouquecer mesmo quando nem percebe. É divertida e bem-humorada, só que esconde esse seu lado para manter a aparência de grande mafiosa. Sei também que tem muito mais escondido aí debaixo, que você não quer me mostrar, mas que eu morreria por conhecer.

Não estava realmente apaixonado por ela, disse isso como última tentativa de me safar. Mas meu discurso era mais verdadeiro do que eu gostaria. Eu enxergava de verdade todas aquelas coisas que lhe disse, e ver tantos pontos positivos assim em uma assassina me assustava. Onde isso iria parar?

Ela ficou o tempo inteiro em silêncio, somente me encarando e processando minhas palavras. Seu rosto não demonstrava alegria nem fúria por minha declaração. Não demonstrava absolutamente nada.

Depois de um tempo, ela se abaixou no chão e pegou a faca que tinha deixado cair quando eu disse que a amava.

Porra! Não tinha adiantado nada. Ela iria me esfaquear outra vez.

Cerrei meus olhos enquanto ela se aproximava, já me preparando mentalmente para a dor. Mas ao invés de sentir uma lâmina sendo enfiada de maneira bruta em minha pele, senti um alívio da pressão da corda em meus pulsos.

Abri meus olhos e vi que ela tinha cortado as cordas que me prendiam ali. Em seguida fez o mesmo com meu tronco e tornozelos.

- Não espere um eu te amo de volta, mas você está livre. Vai ficar com umas boas cicatrizes, porém não vou me desculpar por isso. É para aprender a nunca mais mentir para mim. A próxima vez que me enganar, essa faca vai na sua garganta. – Apontava a faca para mim enquanto falava.

Engoli em seco com sua ameaça.

- Não vai ter próxima vez, pelo meu próprio bem.

- Acho bom mesmo.

Ela limpou a faca com um pano e depois pegou outro para limpar o sangue que escorria por meu corpo.

- Me tire uma dúvida, você planejava me matar? – Perguntei enquanto ela esfregava o pano em meu braço.

- É claro. Eu não deixo ninguém que brincou comigo sair vivo.

Se algum dia ela descobrisse o porque de eu estava ali, estaria ferrado.

- E por que transou comigo antes?

Ela riu e revirou os olhos.

- Seria uma pena desperdiçar todo esse conteúdo. – Me olhou de cima à baixo. - Eu queria ter a oportunidade de me aproveitar desse seu corpinho delicioso antes de ter que te matar.