Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Sai correndo do banheiro, ainda de toalha e pingando. Ouvi meu celular tocando e tive que interromper o banho para ir atendê-lo, poderia ser Anjo querendo falar comigo.

Ela não tinha horário para me ligar, me chamava quando bem entendia. Suas ligações eram sempre para me mandar receber alguma carga de droga, nada além disso.

Nada de conversa, nada pessoal. Desde o dia em que transamos, e que me torturou, como eu poderia esquecer, ela simplesmente agia como se não tivesse ocorrido. Isso era frustrante.

Peguei o celular, que ainda tocava, em cima da cama e o atendi.

- Alô.

- Eai, Poncho. – Era a voz de Ucker. Me senti estranhamente desapontado por não ser ela.

- Por que me ligou? – Perguntei seco.

- Nossa, o que foi que eu te fiz?

Passei a mão pelo rosto, me acalmando.

- Nada, desculpe. É que eu estou com umas coisas na cabeça, só isso.

- Coisas sobre o caso? – Me perguntou.

- Pode se dizer que sim.

Uma certa loira dos olhos azuis de aparência angelical.

- Me conta o que está acontecendo? Descobriu alguma coisa importante? – Perguntou animado.

- Nada demais. Só mesmo os esquemas de extorsão e tráfico de drogas, mas não é o suficiente para o Garcia. Ele quer que eu consiga provas o suficiente para condená-los a 40 anos de cadeia.

- Vai precisar descobrir muito mais coisa para chegar nos 40.

- É, eu sei disso. Mas Anjo ainda está muito desconfiada comigo... – Ele me interrompeu.

- Desconfiada? É uma mulher?

- É sim. – Falei suspirando.

- O que foi, Poncho?

- Olha, eu vou te contar porque se eu não falar disso com alguém é capaz de eu enlouquecer. Ucker, eu te juro, é a mulher mais linda que eu já vi. Daquelas que fazem qualquer homem perder o fôlego e a mente só de olhá-la.

- Ih, falando assim parece até que você está apaixonado. – Ele disse.

- Apaixonado não. Mas ela mexe comigo, não vou negar.

- Rolou alguma coisa entre vocês?

- Rolou. No outro dia, ela me ligou e pediu para eu ir na sala dela. Chegando lá, ela simplesmente me seduziu e então transamos em cima da mesa dela.

- Boa, Ponchão. – Ucker ria do outro lado da linha.

- Espera que você ainda não ouviu a melhor parte. Acredita que logo em seguida ela me amarrou e começou a me torturar?

- Torturou como? Ela dançou sensualmente para você? Demorou para te dar o que você queria?

- Você não tem nem ideia. – Eu ri. – Ela me torturou com uma faca que cravou 4 vezes em mim.

- Deixa eu ver se eu entendi. Ela enfia uma faca em você várias vezes e mesmo assim você continua mexido por essa doida? – Seu tom era de incredibilidade.

- Ela é totalmente diferente das outras, Ucker.

- Ela é mesmo diferente, é uma psicopata.

- Anjo não é uma psicopata, eu sei que não. Eu consigo ver que ela é uma boa pessoa por debaixo de toda essa máscara de assassina cruel. – Tentei convencê-lo.

- Eu sempre soube que você gostava de mulheres fortes, mas não acha que está passando dos limites não?

- Eu sei o que estou fazendo. – Disse já sem paciência.

- Sabe mesmo, Poncho? Você está começando a se envolver demais com essa bandida. E o caso, como fica?

- O caso continua igual. Eu vou juntar provas o suficiente para prendê-la por um longo tempo. – Disse oscilando o tom.

- Vai mesmo? Por que será que eu não senti firmeza na sua voz?

- Que foi, Ucker? Vai me entregar pro Garcia, por acaso? Vai dizer que eu transei com a mulher que eu devo prender? – Estava ficando nervoso com aquela conversa.

- Você sabe que eu não faria isso contigo. Você é meu melhor amigo e eu nunca te trairia assim. – A linha ficou em silêncio por um momento. – Só tome cuidado com ela.

Depois de mais alguns minutos, encerramos a conversa e eu ia dormir quando meu outro celular começou a tocar. Agora sim, só podia ser ela.

- Alô. – Eu sorria feito um bobo.

- Poncho, eu vou precisar da sua ajuda em uma parada. – Anjo disse.

- Que parada?

- Preciso que você viaje comigo até Cancún.