Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Anahi

Andrés estava deitado ao meu lado, já dormindo. Me levantei com cuidado da cama e fui até minha bolsa, que estava jogada no chão.

Peguei o frasco de Rivotril de dentro dela, e andei até o lado da cama onde ele estava. Andrés já estava com a boca aberta, e babando inclusive.

Pinguei 10 gotas, para garantir que não acordaria tão cedo por nada nesse mundo.

Vesti minhas roupas e peguei meu celular, botando-o dentro do sutiã. Precisaria dele caso algo desse errado.

Abri uma fresta da porta do quarto, procurando por alguma câmera no corredor. Tinha uma localizada no canto da parede ao meu lado. Peguei uma cadeira que tinha por ali e coloquei debaixo da câmera. Em seguida, subi em cima, e com um grampo de cabelo, abri a lateral da câmera e com minhas mãos puxei dois fios, arrancando-os. A luz vermelha que indicava que estava gravando se apagou.

Fui fazendo o mesmo por toda a casa, tomando cuidado para não ser pega por um dos seguranças. Também dava uma espiada no que tinha atrás de cada uma das portas, procurando pela central de controle.

Depois de vasculhar quase a casa inteira, que estava longe de ser pequena, finalmente encontrei o que procurava.

Um cômodo onde uma parede estava repleta de televisores que mostravam as imagens, agora quase todas em preto, obtidas por cada uma das câmeras. Embaixo tinha uma mesa cheia de botões e alavancas. De frente para a mesa havia uma cadeira de encosto bastante alto.

Qual foi a minha surpresa ao ver a cadeira girando, me dando a visão de um homem de terno sentando nela.

Merda! Era um dos seguranças.

Ele estendeu o braço e apontou um revólver na direção da minha cabeça.

- Fique parada e nada lhe acontecerá.

Eu tentei correr de costas, mas trombei em alguma coisa. Olhei de relance para trás e vi os outros dois seguranças atrás de mim.

- Aonde pensa que vai? – O que estava sentado perguntou com divertimento.

Como eu pude deixar isso acontecer?

Eu estava desarmada, não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento.

Um deles amarrou bem apertado os meus pulsos, quase tirando a circulação de minha mão. Para em seguida me levarem a um porão, que não tinha janelas e parecia ser à prova de sons.

Um dos seguranças me empurrou, fazendo-me cair sentada em uma cadeira de madeira velha que estava descascando.

Tirou a corda de meus pulsos, e puxou meus braços para trás da cadeira. Ele começou a me amarrar novamente, e mantive meus pulsos um pouco separados, não o suficiente para que ele percebesse. Terminou o nó e caminhou até as escadas, atrás dos outros dois.

- Aproveite a estadia. Quando o chefe acordar, o que pode demorar bastante já que você o dopou, nós voltamos aqui para fazer com você o que ele mandar.

Foram embora e fecharam a porta.

Ok, mudança de planos.

Comecei a mover meus pulsos, tentando me soltar da corda que estava um pouco frouxa por eu ter mantido os pulsos um pouco afastados enquanto me amarrava.

Após um tempo considerável, consegui enfim me livrar das amarras. Me levantei e caminhei pelo cômodo, procurando algum objeto que me pudesse ser útil.

Tinha um monte de objetos de tortura espalhados por ali, como aranha espanhola, chicotes diversos, açoites de ferro, esmagador de pulso, garfo dos hereges, colar cravado. Mas não seria nenhum pouco fácil atacar três homens de uma só vez com nada daquilo. Eu precisaria de uma arma de fogo.

Suspirei.

Eu ia precisar de ajuda, por mais que eu detestasse admitir.

Peguei o celular de dentro de meu sutiã e liguei para a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento.

- Alô. – Pude escutar sua voz do outro lado da linha.

- Eu estou sendo mantida em cativeiro e preciso que você venha me resgatar. Pegue dois revólveres, vai ser preciso. Consiga um taxi e peça para ele te levar no condomínio de mansões. O vigia não vai te deixar entrar, obviamente. Então você vai saltar do taxi ainda na rua e pular o muro, dê seu jeito. A casa que tem de procurar é a última na rua central do condomínio. Tem três seguranças rondando o interior. Não atire a menos que seja questão de vida ou morte, porque a casa tem um alarme que chama a polícia em caso de som de disparo. Eu estou no porão, a porta para a escada fica no canto direito, logo depois da biblioteca.

- Fique calma, eu vou te tirar daí. – Poncho soava nervoso e eu podia ouvir o som de seus passos apressados através da ligação.

- Eu estou calma, quem não parece nada bem é você. Só venha logo, está bem?