Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Peguei os dois revólveres Rossi 941 calibre 38 que estavam misturados entre as roupas na minha mala. Só foi possível trazê-los por termos pego o jatinho particular em um aeroporto clandestino, fora da cidade. Caso contrário, teríamos que passar pela polícia federal e o raio x dos aeroportos legais e seríamos, basicamente, presos.

Coloquei dois coldres presos no cinto da calça, um de cada lado da cintura, de modo que ficavam para dentro, escondidos. Pus então as duas armas nos coldres, e abaixei a barra da camiseta que vestia, ficando imperceptíveis para qualquer um.

Como esse modelo de revólver só comportava seis balas de cada vez, botei um saco com mais doze no bolso de minha jaqueta. Era bom estar sempre prevenido, quem sabe em diabos Anjo tinha se envolvido. Levava também uma faca tática dentro de uma das meias.

Peguei minha carteira e pus no bolso de trás da calça e me certifiquei de que tinha tudo antes de sair correndo da suíte e pegar o elevador.

O taxi que eu tinha pedido por ligação já estava na entrada do hotel me esperando e entrei apressado, acabando por bater a porta do carro com força e recebendo um olhar repreendedor por parte do motorista pelo retrovisor, que eu resolvi ignorar.

- Eu preciso chegar no condomínio de mansões bem rápido. O mais rápido que esse taxi conseguir correr. – Falei afobado.

Ele riu debochado com o que eu disse.

- Tá achando que isso daqui é o quê? Eu vou na velocidade que eu bem entender.

Peguei duas notas de cem da carteira e ofereci sem paciência para ele, que mudou instantaneamente sua atitude.

- É pra já.

Foi tudo o que falou antes de arrancar com aquela lata velha, que não chegava além dos 90 km/h. Vinte minutos depois, estava de frente para o muro do condomínio, mas bem distante da portaria.

Eu notei que tinha uma pequena palmeira de uns 5 metros próxima ao muro, de modo que se eu pulasse do alto da planta, cairia do lado de dentro da propriedade.

Escalei-a com dificuldade, escorregando um pouco no caminho, mas conseguindo chegar até o seu topo. Apoiando meus pés no tronco, tomei impulso e me soltei, atravessando a barreira e caindo com tudo no chão. Levei uma mão às costas e gemi. Meu corpo estava completamente dolorido, mas ao menos não tinha quebrado nada.

Me pus de pé com esforço e encontrei o caminho que levava à rua principal. Fui andando em estado de alerta até a mansão que Anjo me descreveu. Olhava o tempo inteiro para tudo o que tinha à minha volta, certificando-me de que não tinha sido notado.

Ao parar escondido atrás de um arbusto, de frente para a última casa da rua, lembrei-me do que ela tinha me dito.

“Tem três seguranças rondando o interior. Não atire a menos que seja questão de vida ou morte, porque a casa tem um alarme que chama a polícia em caso de som de disparo. Eu estou no porão, a porta para a escada fica no canto direito, logo depois da biblioteca.”

Após observar um pouco a estrutura da casa, decidi que a melhor maneira de invadi-la seria pela porta dos fundos que dava para uma enorme piscina. Aquela porta com certeza não estaria trancada. O único problema era que teria de pular outro muro, e seria um milagre se eu saísse intacto de outra queda.

Novamente escalei uma palmeira e antes de pular, olhei para ver se tinha algum segurança por ali, só então me joguei, mas tendo a sorte de cair em cima de um arbusto, que amorteceu minha queda.

Mancando um pouco, cheguei até a porta de correr e entrei dentro da casa, após uma pequena olhada para ver se a barra estava limpa. Com cuidado, fui caminhando pelo lado direito do corredor, olhando o interior de cada cômodo, que estavam todos com as portas abertas, procurando pela biblioteca da qual ela me falara.

Achei-a quase no fim do corredor, era a penúltima porta. Então a porta que levava ao porão só poderia ser a última. Me preparando para qualquer situação que poderia encontrar ao girar aquela maçaneta, puxei um dos revólveres e abri rápido a porta, me abaixando e olhando o ambiente diante de mim.

Meus olhos bateram em Anjo, que tinha uma expressão divertida na face e mordia o lábio para conter um riso.

- Bela entrada. – Me alfinetou.

- Pensei que algum dos seguranças pudesse estar aqui. – Disse ao me levantar e fechar a porta atrás de mim, em seguida descendo as escadas.

- Não tem com o que se preocupar. Eles vão demorar para voltar, só quando o belo adormecido acordar. – Tinha um sorriso maldoso no rosto.

- Do que você está falando? – Perguntei confuso.

- Oh, não importa. – Fez um gesto com a mão para que eu esquecesse aquilo. – Trouxe uma arma para mim?

Puxei de dentro de minha calça e estendi para ela o revólver, que pegou. Dei-a também algumas munições extras, que ela recolheu contente.

- Eu poderia te dar um beijo agora. – Falou em tom de brincadeira.

- Por que não dá? – Perguntei me aproximando perigosamente dela, que pôs uma mão em meu peito, me afastando.

- Você não tem tanta sorte assim. – Disse rindo baixo.

- Não foi o que pareceu naquele dia no seu escritório. Se eu me lembro bem, fizemos até bem mais do que beijar. – Provoquei-a com satisfação.

- Bem, aquilo foi obviamente um erro. Um erro que eu não vou cometer de novo, pode ter certeza. – Disse com total segurança.

- Como pode estar tão certa disso?

- Porque nem foi tão bom assim. – Falou maldosa.

Cheguei mais perto dela, quase colando nossos rostos, e olhei bem no fundo de seus olhos.

- Eu não acredito em você. – Afirmei, fazendo ela revirar os olhos e rir de modo exagerado. – Se não foi bom, como você explica os gemidos convincentes demais para serem fingidos, o grito que você deu quando seu corpo todo estava rígido e não pode mais segurar o orgasmo que queria te invadir? Como explica a força com que se segurou em mim nos seus três ápices, cravando suas unhas de modo tão violente que me fez até sangrar?

- É impressionante, você é muito convencido. – Disse enquanto se afastava de mim.

Eu queria agarrá-la e beijá-la duro ali mesmo, mostrando para ela o quão bom nós poderíamos ser juntos. Mas quando eu estava me aproximando dela novamente, ouvimos o barulho da porta abrindo bruscamente.

- Quer dizer que a madame pediu um resgate? – Um dos seguranças falou debochado, os outros dois bem atrás dele.

Merda.