Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Anahí

Assim que a porta se fechou, Juanes jogou sua cabeça para trás e começou a gargalhar, achando muita graça de ter conseguido fazer o Poncho sair quase correndo.

Eu fiquei o encarando, de braços cruzados e sobrancelha erguida, esperando por uma explicação para seu comportamento.

- O que foi? – Ele se fez de desentendido.

- Por que você disse aquilo para ele?

- Porque ele estava morrendo de ciúmes de você e, não sei, achei que pudesse ser divertido deixá-lo um pouco mais irritado.

Eu continuei mirando-o, descontente com sua atitude possessiva sobre mim.

- Não me olhe desse jeito, Anahí. Sabe que eu não resisto quando você faz essa cara. – Ele pegou em meu queixo, mas com um movimento brusco eu afastei sua mão. - O que deu em você agora?

- Nós não temos mais nada, esqueceu?

- Mas poderíamos muito bem ainda ter.

Assim como eu, Juanes também cresceu em Tepito. Era de uma família muito pobre então, para alimentar sua mãe e seus irmãos mais novos, começou a roubar desde muito cedo. Acabou tomando gosto pelo crime e começou a se envolver com coisas mais pesadas, e o caminho que trilhou o levou até a minha máfia, onde nos conhecemos.

Nunca tivemos um relacionamento propriamente dito, era só sexo e às vezes conversas sentimentais de madrugada. Nos entendíamos bem e, até eu conhecer a Maite, ele era a única pessoa que eu podia confiar para contar tudo o que se passava na minha cabeça.

E então meu pai o botou à frente dos nossos negócios na Europa e, com a longa distância, o que tínhamos se acabou.

- Vai, chega de enrolação. Você ainda não me disse o porque dessa visita, porque eu tenho certeza de que você não atravessou o oceano só porque ficou com saudades de mim.

Ele caminhou até a minha mesa e se sentou na borda, em seguida dando dois tapinhas na madeira como que para indicar que eu deveria me juntar à ele. Eu revirei os olhos mas fiz o que ele me pediu, me sentando ao seu lado.

- Você está sabendo do nosso problema na Itália, não está? – Me perguntou pela primeira vez sério.

- Eu já imaginava, os números nos relatórios não estavam muito bons.

- Bem, como você já sabe, o mercado italiano é muito competitivo. No sul é completamente impossível de nos estabelecermos, com a Cosa Nostra e a ´Ndrangheta dominando a região. E agora a Camorra está tomando nosso espaço no norte, principalmente em Milão.

- Isso não é nada bom. – Pensei em voz alta.

Já conseguia até imaginar meu pai outra vez ameaçando me tirar meu cargo caso perdêssemos completamente nossos negócios na Itália.

- Eu tenho uma suspeita do porque isso está acontecendo. O principal ramo afetado é o da prostituição, então eu pensei que alguma de nossas putas pode estar passando informações para a Camorra. Essas garotas estão sempre escutando muitas coisas que não deveriam pelos cantos do bordel. Além disso, alguns dos meus homens também usam dos seus serviços e, sabe como é que é, né? – Ele sorriu um pouco sem graça. – Às vezes rola de ter que atender uma ligação de trabalho no meio da ação.

- Seus homens ou você? – Perguntei descrente com tamanha cara de pau.

- Os dois. – Ele ainda teve a coragem de rir.

- Eu estou com vontade de arrebentar a sua cara, por ter sido tão descuidado com os meus negócios.

- Ei, calminha meu anjo. Você sabe que eu sempre gostei do seu jeito agressivo, mas só na cama.

Babaca.

- E deixa eu adivinhar, você veio até o México para pedir a minha ajuda, acertei?

- Em cheio. – Disse enquanto piscava para mim.

- Me diga o que fazer. – Falei já sem paciência.

- É o seguinte, você vai se passar por uma prostituta e se infiltrar no bordel. Conversar com as outras meninas, observá-las, e então descobrir se uma delas é X9. O que me diz?

Eu fiquei batucando os dedos na mesa por uns segundos, enquanto pensava sobre o que ele estava me pedindo para fazer.

- Pelo que eu entendi, vou ter que realmente me comportar como uma puta para manter o disfarce, e isso inclui dar para os clientes, não é?

- Não é nada muito diferente do que você já fez antes. Qual é, eu sei que você já dormiu com alguns homens só para tirar informações deles. Ou até mesmo como parte de um plano para matar-los.

- Como você sabe? – Eu fiquei chocada.

- Não é muito difícil de deduzir. – Ele deu de ombros. – Você é uma mulher extremamente sensual que tem noção disso, e gosta muito de usar a sua aparência como arma para conseguir o que quer, até nas pequenas coisas. Eu só juntei dois mais dois.

- Eu nunca pensei que você pudesse ser tão observador.

- Tava achando que eu era apenas um rostinho bonito? Você me subestima, Anahí. E então, você ainda não me respondeu se vai me ajudar.

Eu não estava muito confortável com a ideia de me tornar uma puta. Mesmo que Juanes achasse que isso era o mesmo que sexo por informações, para mim era completamente diferente. Pois eu fazia o que fazia mas continuava dona de meu próprio corpo, ao contrário da prostituta.

- Por que você está tão relutante em aceitar me ajudar? – Ele me perguntou após me analisar.

- Eu não gosto muito dessa ideia, é só isso.

- Anahí, eu preciso de você. Em quem mais eu poderia confiar para fazer esse trabalho? Você sabe que não tem ninguém. Além do mais, eu sei como o seu pai é, e sei que se ele descobre o que está acontecendo na Itália, você e eu estamos os dois fudidos. – Ele olhou para o teto e ficou assim por algum tempo, procurando uma solução. – Bem... Eu pensei em uma coisa, mas não tenho certeza se você vai gostar de ouvir.

- Fala logo, Juanes.

- Tudo bem, eu vou falar. E se... E se eu fosse o seu único cliente?

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Será que ela aceita? Até sexta hahahah