Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Ela caminhou pela sala, vindo em meu sentido. O tempo todo seus olhos estavam vidrados nos meus, como se tivéssemos uma ligação magnética que não nos permitia desviar a atenção. Parou bem em minha frente, e senti meu corpo inteiro se arrepiar somente com a sua proximidade.

- Diga-me o seu nome. – Ela me ordenou. Tinha uma voz suave mas seu tom era duro.

- Poncho. – Foi tudo o que consegui dizer.

Não podia acreditar que uma mulher como ela era uma mafiosa tão poderosa. Tinha traços delicados e femininos, que poderiam passar uma noção de fragilidade. Porém, tinha uma expressão dura e agressiva na face, como se dissesse para não se meter com ela. A atitude era firme, de quem estava acostumada a dar ordens e os outros acatá-las. Estava completamente fascinado por aquela mulher, como nunca antes por nenhuma outra.

- Você sabe quem nós somos, Poncho? – Ela se deliciou dizendo o meu nome lentamente.

- Provavelmente são a máfia de Tepito.

- Explique-se. – Me mirava com aqueles belos olhos desconfiados.

- São claramente uma quadrilha, e não há nenhuma outra que atue nessa região, por respeito e medo à Tepito.

Ela se aproximou mais de mim e se abaixou à minha altura, já que eu estava sentado. Seu rosto estava tão próximo do meu.

- O quanto você sabe sobre nós?

- Não sei nada além disso.

Me encarou por um momento, analisando todo o meu comportamento, buscando algum nervosismo que me incriminaria. Estava a salvo, ela não poderia ouvir como meu coração batia descompassado em meu peito.

- Quantos homens já matou?

Era uma pergunta cruel. Minha inclinação natural seria dizer que matei muitos, para que assim me aceitassem. Mas se dissesse isso, saberiam que estava mentindo sobre isso, e provavelmente sobre todo o resto. Disse a Fercho e Arruda que não tinha muita experiência, além de que ninguém nessa sala nunca tinha ouvido falar de meu nome, então não poderia ser um grande matador.

- Matei 4, um deles hoje.

Ela esboçou uma leve satisfação e passou os dedos por meu rosto, arranhando-me com suas unhas.

- Diga-me Poncho, tem vontade de participar?

- Sim.

Ela me deu um quase imperceptível sorriso, se afastou de mim e olhou para os outros que ali estavam.

- Iniciaremos o ritual de aceitação. Tragam o punhal de Omertá e a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.

Dois homens se aproximaram com os objetos que pediu. Ela pegou o punhal e se postou a minha frente.

- Me dê a sua mão direita.

Estendi minha mão para ela, que a pegou. O homem que carregava a imagem da santa, a colocou no chão, debaixo de meu braço estendido.

Anjo furou minha mão com o punhal e deixou as gotas de sangue caírem sobre a imagem. Em seguida, um dos homens acendeu um fósforo e o jogou sobre Nossa Senhora, queimando-a.

- Repita comigo. – Ela disse. – Juro de negar tudo...

- Juro de negar tudo. – Repeti.

- Toda a sociedade criminal em mim até hoje reconhecida para proteger a honra de meus sábios irmãos. – Ela continuou.

- Toda a sociedade criminal em mim até hoje reconhecida para proteger a honra de meus sábios irmãos.

- Se antes eu o conhecia como um sábio irmão feito e não fidelizado, deste momento o conheço por meu sábio irmão.

- Se antes eu o conhecia como um sábio irmão feito e não fidelizado, deste momento o conheço por meu sábio irmão.

- Honrarei com minha palavra, sob a pena de minha carne queimar como as chamas em Nossa Senhora, em caso de traição.

Olhei para a santa, quase toda consumida pelas brasas, sobrando apenas o pó.

- Honrarei com minha palavra, sob a pena de minha carne queimar como as chamas em Nossa Senhora, em caso de traição.

- Sob a presença de meus irmãos, protejo a santa cadeia. É formada a Santa Sociedade.

- Sob a presença de meus irmãos, protejo a santa cadeia. É formada a Santa Sociedade.

Estava dentro. Agora não tinha mais volta.