Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Uma semana tinha se passado desde o ritual e eu não tinha descoberto absolutamente nada. Não tinha nenhum nome verdadeiro, não sabia onde ficavam os outros pontos de encontro, para onde ia o dinheiro que conseguiam, muito menos onde El Paco estava.

Todos me tratavam com bastante cautela ainda e não falavam sobre nada importante em minha frente.

A única tarefa que tive nessa semana foi a de extorsão. Me mandaram em vários locais da cidade onde tinham influência, para para recolher o que eles chamavam de dízimo. Era a taxa que os comerciantes e os moradores pagavam para que a máfia os deixassem em paz.

Fui em alguns bairros miseráveis, cobrar o dinheiro. Me cortou o coração cada vez que arranquei dinheiro daquelas pobres pessoas. Algumas imploravam de joelhos ou chorando para que eu não as cobrassem. Diziam que se eu levasse o seu dinheiro, não teriam como comprar nem mesmo um saco de arroz.

Pensei em não tirar o dinheiro dos mais necessitados, somente fingir que tinha cobrado. Mas mesmo sem vê-los, eu sabia que estava sendo vigiado pelos mafiosos. Tinha o tempo todo a sensação de não estar sozinho. A cada canto que ia, podia sentir seus olhos queimarem em minhas costas.

Cheguei na fábrica abandonada, que eu agora sabia que se localizava no Barrio Norte. Passei muito tempo nessa semana estudando o mapa da cidade.

Andei pelos corredores daquele local, que já conhecia relativamente bem, até chegar na chamada sala de tesouraria, onde ficava o padrinho que recebia todo o dinheiro que conseguíamos. Não sabia, porém, para onde ele mandava esse montante depois.

- Quanto você tem aí? – Me perguntou Xavier, o tesoureiro.

- Quase uns 5 mil. – Respondi e abri a mochila onde estava guardado o dinheiro.

Eram centenas de notas, quase todas de 50 pesos. Xavier despejou sobre a mesa e começou a contar de maneira muito rápida. Ia me virar para sair, quando ele me impediu.

- Já ia me esquecendo. Anjo quer falar com você. Não a deixe esperando, ela é muito impaciente.

Assenti e voltei para o corredor. Não via Anjo desde o ritual de aceitação. Embora me custasse admitir, estava ansioso para vê-la novamente. Ela era uma mulher absolutamente linda e de personalidade forte, e isso me chamava a atenção.

Percebi que tinha me esquecido de perguntar à Xavier, onde ela se encontrava. Ia voltar para a tesouraria, quando um homem de dois metros apareceu por trás, me levantou e começou a me carregar.

- Sabe, eu posso andar sozinho.

Ele riu irônico do que eu disse.

- Calado. – O grandalhão falou.

Me trouxe até a última porta daquele andar e quando entrou no cômodo comigo, enfim me pôs no chão. Então se retirou e pude olhar em volta.

Anjo estava sentada em uma cadeira de veludo vermelho, em frente a uma enorme mesa de madeira escura. O que supus ser seu escritório, era decorado com móveis antigos e finos. Dominavam os tons escuros de vermelho e marrom ali. Havia uma imensa estante que ocupava toda uma parede, recheada de livros que me pareciam ser clássicos. No centro da sala tinha um pequeno sofá vermelho para duas pessoas e de cada lado uma poltrona na mesma cor. Um tapete persa riquíssimo em detalhes cobria quase todo o chão, que pelo pouco que se podia ver, era de madeira. Atrás dela tinha uma grande janela, que dava vista para os barracos daquele bairro. Ela parecia não se importa, talvez até gostasse de se sentar virada para o vidro e contemplar a pobreza dos outros enquanto tomaria um café. Parecia ser o tipo de pessoa sem compaixão.

- Desculpe-me pelos modos de Torres, mas você estava demorando muito e tive que mandar alguém te buscar. Fiquei bastante tempo te esperando, e eu realmente não gosto que me façam esperar. – Disse com voz ácida e um sorriso de canto.

- Peço perdão por isso. Só fui avisado que queria falar comigo agora a pouco.

Ela se inclinou para a frente em sua mesa, dando-me ampla visão do belo decote de seu vestido branco. Engoli em seco.

- E como pretende me recompensar por isso? – Seu tom era cheio de malícia e pude me sentir endurecendo com a possibilidade velada.

- Como? – Foi tudo o que consegui dizer.

Ela se levantou de sua cadeira e atravessou a mesa, se sentando em cima dela. Cruzou as pernas de modo bastante sensual e meu olhar correu por ali.

- Você conseguiu me deixar irritada com a sua demora, e eu acho que mereço algo em troca pelo aborrecimento que me fez passar. O que você vai me dar? Ou... Fazer comigo?

Ela estava pedindo por mim. E embora eu quisesse tanto, não poderia fazer o que ela estava sugerindo. Não poderia me envolver com uma bandida, nem que fosse somente sexo. Eu era um policial, por Deus!

- Eu não sei o que posso fazer por você. – Respondi.

Ela riu com descrença.

- Por que será que eu não acredito em você? – Fez um sinal com o dedo indicador, me chamando até ela. – Venha aqui, Ponchito.

Até mesmo um nome no diminutivo ficava sexy saindo daquela boca carnuda. Parei em sua frente.

- Será que eu vou ter que fazer tudo sozinha? – Ela me perguntou.

Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa para respondê-la, ela puxou com as duas mãos a gola de minha camisa, colando meu corpo ao dela. Depois, enlaçou suas pernas em minha cintura, enquanto cravava suas unhas em minha nuca.

- Tem certeza que não sabe o que fazer por mim? - Falou de maneira rouca em meu ouvido.