Fanfic: Encruzilhada - AyA | Tema: Ponny, Hot

POV Poncho

Ela fechou os olhos e aproximou seus lábios dos meus, numa torturosa lentidão. Cerrei meus olhos também, incapaz de dizer não para essa mulher tão provocante.

E então ela gargalhou.

Abri meus olhos e vi que ela estava com as mãos apoiadas na mesa, as costas jogadas para trás enquanto ria.

- Você realmente acreditou que eu iria te beijar? Faça-me o favor. – Ela desceu da mesa e caminhou até uma cafeteira expressa, fazendo o seu café.

- Por que me chamou aqui? Foi só para rir da minha cara? – Perguntei sem deixar transparecer meu desapontamento por ela não ter me beijado.

- Não foi por isso. – Fez uma pausa para beber a xícara. – Embora foi um divertido improviso. Enfim, te chamei aqui porque já deve estar cansando de cobrar o dízimo. Francamente, é a parte mais chata do negócio.

- E o que eu vou fazer?

- Quero que receba uma carga de cocaína que vai chegar hoje da Colômbia. Você não vai precisar vendê-la, tenho homens para fazer isso. – Largou a xícara e foi até sua mesa, pegando um pedaço de papel e escrevendo nele. – Só precisa buscá-la nesse endereço. – Me entregou o papel.

Olhei para o endereço com receio, que Anjo notou.

- Que foi? Consegue matar a sangue frio mas não pode tocar em droga? – Disse debochada.

Teria de receber a droga se quisesse continuar na máfia. Estava começando a cometer muitos delitos, mas era por um bem maior. Iria prender todos esses mafiosos.

- Não é isso, eu só não sei onde fica esse lugar. – Disfarcei.

- Como não sabe? É um ponto muito conhecido de tráfico. – Me olhava chocada.

- Bem, eu nunca me envolvi com isso. Além do mais, minha área era em Polanco, a parte mais nobre da cidade.

Ela cruzou os braços e balançou a cabeça em negativo, ainda surpresa.

- Você realmente vai ter que circular mais, precisa conhecer nossa área. – Ela pareceu pensar um pouco. – Eu não tenho nada para fazer hoje, e iria ficar aqui em meu escritório no tédio. Talvez relendo algum livro. Então sorte a sua.

Olhei para ela confuso.

- Não entendi o que você está querendo dizer.

Ela revirou os olhos.

- Sorte a sua que é bonito. – Comentou irônica. - Eu quis dizer que vou te acompanhar até o local de recebimento da droga e vou te apresentar outros locais depois. Considere-me a sua guia pelos bairros mais perigosos da capital. Mas é só por hoje. – Apontou o dedo para mim. – Não quero ouvir de novo você dizendo que não conhece um lugar. Minha paciência é muito curta e sei doze maneiras diferentes de te matar com um lápis. – Me olhou de maneira ameaçadora.

Estranhamente, ao invés de sentir medo pela ameaça, fiquei admirado.

- Isso é realmente impressionante.

- Eu também acho, e tenho outros diversos truques, então não se meta comigo. Agora vamos, que a carga vai ser entregue daqui a meia hora e já perdemos muito tempo com essa conversa.

Ela se virou e saiu rebolando graciosamente de sua sala. Ela era linda e sabia muito bem disso. A sensualidade era somente uma de suas muitas armas.

- Você vem comigo ou vai ficar aí parado olhando a minha bunda? – Ela riu.

Cocei a nuca envergonhado e a segui.