Fanfic: Minha Fotografia de Guerra - Vondy - Mini | Tema: Drama, Dulce Maria e Christopher

Capítulo 8

No dia seguinte

Dulce Maria apareceu cedo no hospital militar, fez sua ronda e foi direto para o quarto de Christopher

-Bom, hoje eu tenho que ... – Se deteve ao se deparar com a cama vazia- Christopher?!- saiu depressa do quarto e entrou no seguinte e no outro depois daquele- Christopher?!- Correu para o corredor e abordou o médico que passava – Cadê o meu marido?!- já chorava em desespero – Ele morreu? O que ouve pelo amor de deus?!

-Calma senhora, seu marido é o Christopher certo?

-Sim! Onde ele está?

-Venha comigo, ele acordou mais calmo e pediu para ir para o jardim. Venha, vamos eu lhe mostro.

-Ele acordou? – Secando suas lagrimas com as mãos tremulas

-Sim, vamos?

-Vamos, vamos sim.

O médico se pôs a caminhar e Dulce o seguiu tremula passando por algumas alas até chegar ao jardim.

Ao acordar Christopher estava mais confuso do que quando fora colocado para dormir, aquela voz teria sido um sonho? Estava muito perturbado e tentou sentar na cama, mas a dor do ferimento de bala em sua barriga o deteve, foi quando uma enfermeira passou em sua porta e ele gritou

-Hey moça!

A enfermeira o olhou assustada, e chegou mais perto

-Você não pode se sentar assim! O doutor vai enlouquecer se você se machucar

-Por favor, onde eu estou?

- Hospital militar da Virgínia, você chegou muito mal aqui

- Virgínia?

-Sim

“Christopher, meu nome é Christopher, e tenho 25 anos, 26 semanas que vem, eu acho, fiquei 10 meses na guerra e moro em Virgínia nos EUA [...]”

-Eu moro na Virgínia...

-Sim, você mora

“[...] e tenho família, Dul e Alice...”

-Dul! Dul e Alice! Minha família! Elas estão aqui também?

-Estão sim, sua esposa o encontrou 2 semanas após sua chegada, você se lembra dela?

-Eu... – Fechou os olhos com força e tentou lembrar, mas de nada adiantou, apenas o som de sua voz se fez nítida em sua cabeça, então soltou o ar com força- Não... Eu não lembro... Mas acho que sonhei com a voz dela....

-Você deve tê-la ouvido falar com você quando estava dormindo, acontece algumas vezes

- Ouvi... Onde ela está?

-Foi deixar sua filhinha em casa, ela é linda, meus parabéns – Sorriu para ele- Você precisa se encostar, não faça força por favor. – O arrumou na cama e se afastou -  Vou chamar o doutor, fique aqui, não se mexa. -E foi saindo quando ele a chamou.

-Hey! A foto, onde ela está?

-Ah sim – Abriu a gaveta ao lado da cama e tirou de la uma fotografia manchada de sangue e amassada – Ela está um pouco danificada – Entregou a ele-  Mas nota-se de longe que você e sua mulher eram felizes, não divide disso, você vai melhorar.

- Obrigado – Sorriu observando atentamente a foto

Alguns minutos depois o médico chegou

-Finalmente acordou rapaz, estávamos achando que teríamos de dar uns choques em você, sua mulher estava quase louca aqui -Disse brincalhão e depois olhou para a enfermeira -  Este aqui minha cara é um herói, salvou seus companheiros e acabou ficando para trás, temos que cuidar muito bem dele.

-Doutor, eu gostaria de ver o mar... Talvez me ajude a lembrar de algo.

-Podemos ir para o jardim, de lá você verá a praia.

-Certo.

Então com ajuda ele foi para a cadeira de rodas e o médico o levou para o jardim o deixando ciente dos últimos acontecimentos para distraí-lo, ao chegar no jardim ele foi empurrado para de baixo de uma arvore

-Aqui está bom? – Perguntou o médico, ele assentiu- Preciso continuar a ronda, daqui a pouco mando alguém para leva-lo de volta para o quarto.

-Tudo bem –  Disse Christopher perdido em pensamentos olhando hora para o mar, hora para a foto

-Até daqui a pouco – E saiu

A foto manchada fazia seu peito queimar, seu coração batia feito louco, e então ao olhar para o mar uma sensação de paz o preenchia, algo sublime, algo que o tocava em sua alma e deixava um rastro de uma estranha felicidade em seu ser. Seus pensamentos voltaram a sensação dos lábios delicados tocando os seus e ao desespero de não poder abrir os olhos e ver a dona de toque tão delicado, aqueles olhos verdes na foto o encaravam com tanto amor e alegria que ele queria ser capaz de se perder naquele olhar... Foi quando sentiu um toque em seu  ombro, ao se virar pra olhar quem queria sua atenção se deparou com os olhos mais verdes que já vira na vida

-Christopher? -disse com a voz embargada

Ele estava paralisado, sem dúvidas aqueles olhos eram os mesmo da foto que segurava, olhou para a foto e depois para aquela pessoa chorosa parada a sua frente

-Dulce? – Incerto

-Sim... você lembra de mim Chris?

Ele hesitou e fechou os olhos... Nada, nem uma lembrança, mas aquela voz? Ah aquela voz... ele havia se apaixonado por aquele som no momento em que a ouviu ainda desacordado, a voz de um anjo que agora tinha um rosto e era, sem dúvidas, o mais encantador que já vira

-Vejo que você se apaixonou novamente pela sua esposa Christopher – Disse o médico brincalhão - Não se preocupe meu caro, sua esposa é apaixonante, sua filhinha então? Não existe possibilidade de olhar naqueles olhinhos de esmeralda e ficar indiferente a aquele anjo – disse colocando a mão no ombro do mesmo – Dulce corou, Christopher não conseguia tirar os olhos de cima dela – Você gostaria de levantar para abraça-la meu jovem?

-Eu posso? -Perguntou Christopher hesitante

-Claro

Ah... aquela voz, como Dulce sentira falta daquela voz, ela precisou piscar para se livrar de algumas lagrimas enquanto via o médico ajudá-lo a se levantar, ao ficarem frente a frente o médico disse algo e saiu, nenhum deles ouviu nada. Então Dulce jogou seus braços em torno da cintura de Christopher o apertando e deixando as lagrimas rolarem tidas de uma vez

-Ai...

Ela se soltou rápido ao perceber que o machucara, mas ele a puxou de volta e ela o abraçou mais levemente

- Me desculpe... Eu senti tanto a sua falta! – disse levantando a cabeça para olha-lo nos olhos- Achei que tinha morrido!

- Eu também achei que morreria...

-Você não se lembra, não é? Não se lembra de mim...

-Não... Me desculpe. Eu queria, juro que queria, mas não consigo, me desculpe. – estava angustiado, queria lembrar, precisava lembrar daquela mulher, precisava saber quem era...

-Não é culpa sua. Ah! - lembrou-se de algo e se afastou um pouco para pegar algo na bolsa – Essa aqui é Alice Saviñon Uckermann, sua filha – Abriu o relicário com as fotos de uma linda menininha de olhos verdes e cachos louros e a mesma foto que ele carregava consigo. – Ela está com 9 meses agora, tem meus olhos, mas o resto é completamente você, seu cabelo, sua boca, seu gênio – sorriu para ele e ele sorriu de volta, fascinado naqueles olhinhos.

-Acho que senti mãos pequenas em meu rosto... Eram dela?

-Sim, você podia me ouvir?

-Sempre... Acho que me apaixonei pela sua voz – olhou para ela e sorriu – E agora pelos seus olhos

-Você sempre teve algo com os meus olhos – Riram

Último Capítulo Pessoal!! Comentem bastante pra eu postar o Epílogo ainda hoje!!

Me digam o que estão achando, será que ele vai se lembrar dela?