Fanfic: O Silêncio da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo Quinze

O conde de Keller não estava habituado ao fracasso, ou ao desastre.

Ainda podia tomar inúmeras providências para colocar o conde de Herrera novamente sob seu jugo, mas nada faria.

Estava cansado. Bastava de esquemas e armadilhas.

Pouco antes, chegara a notícia de que Anahí sobreviveria. A condessa Herrera e as filhas haviam realizado mais um de seus milagres.

Anahí se casaria com Herrera, que seria bom para ela, conforme planejara, embora nunca houvesse imaginado que teria de abrir mão de sua linda irmã.

Mas Herrera estava certo, Anahí não pertencia a seu mundo de trevas e violência, nunca pertencera.

Em breve, providenciaria para que Catherine e Camila também fossem viver felizes num lugar seguro e nunca mais as veria, nem a Anahí.

— Vincent?

Era Catherine.

Não a ouvira entrar em seu quarto.

Voltou-se para a janela a fim de disfarçar a súbita fraqueza que o dominara.

— O que é? — replicou, rude.

Ela fechou a porta sem fazer barulho.

Ele sentiu-se encurralado.

— Saia, Catherine. Não devia estar aqui. A menos que esteja pronta para dividir a cama comigo.

Queria assustá-la, fazê-la sair antes que a machucasse.

Estava desesperado. Ia perdê-la para sempre e, quando isso acontecesse, pouco lhe importaria viver ou morrer.

— Está trancado aqui há horas. — observou ela. — Anahí já está fora de perigo. Não precisa se martirizar mais.

Ele deu uma risada sem graça.

Um longo minuto se passou em silêncio mortal.

— Estou pronta. — declarou Catherine, por fim.

— Pronta?

— Para dividir sua cama.

Ele não sabia se ria ou se chorava.

— Não percebi que estava tão desesperada, Catherine. — retrucou, sarcástico. — Eu bem poderia satisfazê-la, é claro, mas você levaria mais vantagem se tivesse escolhido Lorde Kimball. Ele, ao menos, a deseja.

Mais uma longa pausa.

Catherine respirou fundo, magoada e constrangida.

Ele não tinha opção, era preciso rechaçá-la a fim de protegê-la.

— Acho que cometi um erro. — desculpou-se ela, com voz trêmula. — Não vou incomodá-lo mais.

Ele estava a ponto de sucumbir.

— Catherine...

— Vou deixá-lo em sua escuridão, Vincent. — Catherine ainda conseguiu reunir forças para fazer a última declaração em tom firme: — Mas tenha uma certeza, não quero e nunca vou querer outro homem além de você. — com isso, ela saiu batendo a porta.

Vincent voltou-se da janela, embasbacado com o que acabara de ouvir.

Eis que a porta se abre de novo e Catherine completa:

— E, para seu governo, Vincent Keller, tomei a liberdade de dispensar sua amante enquanto você estava viajando! — de nariz empinado, bateu a porta de novo e se foi.

Vincent passou cinco segundos inteiros paralisado de choque.

Então, foi atrás dela.

— Catherine! — gritou.

Alcançando-a na escada, segurou-a pelo cotovelo.

Ela se desvencilhou e, furiosa, deu-lhe um sonoro tapa no rosto.

— Verme! — gritou, sem ligar para quem pudesse ouvir. — Não se atreva a me tocar novamente!

Sem pensar, Vincent pegou-a nos braços e voltou para o quarto.

— Vincent Keller! — berrou ela, dando-lhe socos que ele nem sentia. — Ponha-me no chão!

— Reconsiderei sua oferta. — explicou ele. — Quero que você divida minha cama.

— Mamãe! — gritou Camila, do andar térreo. — Tio Vincent?!

— Não se preocupe, Camila. — tranquilizou Vincent. — Sua mãe e eu vamos ter uma longa... conversa. Diga aos criados que não nos perturbem. Em hipótese alguma.

Novamente em seu quarto, Vincent trancou a porta e atirou Catherine na cama.

— Não vou me deitar com você! — berrou ela.

Quando ela tentou sair da cama, ele se deitou em cima dela, imobilizando-a.

— Ah, vai... Não vou me deter desta vez.

E começou a beijá-la, ignorando os protestos, até que ela retribuiu.

— E agora? — indagou ele, ofegante. — Você me quer, Catherine?

— Quero.

— Ótimo.

De joelhos na cama, ele começou a tentar tirar-lhe o vestido, puxando-o desajeitadamente para baixo.

— Porque eu passei os últimos doze anos querendo você. Está entendendo?

A expressão dela o encantou mais do que qualquer coisa que ele já vira.

— Estou, Vincent. Também o quero há muito tempo. E você está rasgando um de meus melhores vestidos, querido.

Ele atirou o vestido no chão e livrou-a dos sapatos e das roupas íntimas.

— Eu lhe compro outro. — afobado, começou a se livrar das próprias roupas. — O que você quiser. Tudo o que você quiser.

Catherine se sentou e o fez afastar as mãos, tomando a si a tarefa de desabotoar a camisa.

— Eu te amo, Vincent.

— Oh, céus... — ele lhe segurou o rosto e a fez encará-lo, nunca sentira tanto medo na vida. — Não diga isso.

Ela abriu a camisa e colocou as mãos espalmadas em seu peito.

— Eu te amo. — repetiu.

Ele estava trêmulo de desejo.

— Ame-me, então. — murmurou. — Vai me odiar depois.

— Nunca.