Fanfic: O Silêncio da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Ela espalhou beijos pelo peito másculo, cheio de cicatrizes, ao mesmo tempo em que abria os botões da calça.

Apesar da urgência, ele conseguiu ter calma suficiente para proporcionar à mulher amada momentos inesquecíveis.

Esperara tempo demais para desperdiçar um segundo que fosse.

E ela, maravilhosa, equiparou-se a ele toque por toque, beijo por beijo, sem negar-lhe nada.

Ele a acariciava com as mãos e a boca, sem deixar que um ponto sequer daquele corpo fosse negligenciado.

Nunca tivera uma amante tão excêntrica, que explorava seu corpo feio e marcado fazendo-o sentir-se um Adônis.

— Eu te amo. — declarou, então, sem poder se conter.

Porque era amor o que estavam fazendo.

Pela primeira vez na vida, Vincent estava fazendo amor, e nada mais seria o mesmo daquele momento em diante.

Depois do clímax, por fim, e depois permaneceram deitados, juntos, ele abraçando-a, ela com a cabeça apoiada em seu ombro.

— Eu a amo desde que pus os olhos em você pela primeira vez. — confidenciou Vincent. — Lembra-se de quando foi? No enterro de meu irmão.

Catherine sorriu.

— Verdade? Isso o perturba?

— Nem um pouco. Mas achei que você se perturbaria com a idéia de que seu cunhado tivesse começado a cobiçar você antes mesmo de o irmão ser enterrado.

Ela riu, sua respiração provocando arrepios no amplo peito daquele homem assustador.

— Nunca amei George. Nosso casamento foi arranjado e o amor não fez parte da barganha. Eu o respeitei e dei-lhe uma filha, mas nada mais. Ele não era um homem fácil de se lidar.

Vincent deslizou os dedos por seu braço esguio, sentindo a pele sedosa.

— Mais fácil do que eu, creio.

— Está enganado, Vincent. George era muito parecido com seu pai, o velho conde. Ambos eram frios como gelo. Acho que nunca amaram ninguém neste mundo. — ela ergueu o rosto e sorriu. — Sabe quando me apaixonei por você, Vincent?

— Quando?

— No dia em que Anahí fez dez anos. Nenhuma das crianças que convidamos para a festa compareceu, porque aquele médico horrível espalhou que ela não falava por ter a língua possuída pelo demônio. Ela ficou lá, sentada no chão de vestido novo, chorando... Lembra-se?

Vincent fechou os olhos.

— Lembro-me. Eu teria matado aquele médico se o tivesse encontrado.

— Como não encontrou, você fez a festa acontecer, chamando a mim, Camila e os filhos dos arrendatários. Você ergueu cada criança em seus ombros e brincou de cavalinho pelo salão. Foi quando eu descobri que o amava. Tive tanto medo.

— Com razão. — ele lhe tomou a mão, fitando-a nos olhos. — Seu coração fez uma péssima escolha, Catherine.

— Eu sei. Você é um homem mau, não é? Sempre soube disso, mas não pude dissuadir meu coração. Eu te amo, e nada irá mudar isso.

— Você não imagina as coisas que já fiz, os homens que matei ou mandei matar, os roubos, as farsas, as transações ilegais... Você não faz idéia!

— Não, não faço, e é provável que o reprove à medida que for sabendo, mas eu o amo, Vincent. Sempre vou amar. Ponha-me à prova, se quiser.

— Eu estava por trás daquele sequestro envolvendo você, Camila, Anahí e, depois, Herrera. Meu objetivo era fazer Herrera se casar com Anahí.

— Eu sei.

Vincent espantou-se.

— Você sabe?

— Deduzi, por seu comportamento enquanto Anahí agonizava. Rezei para que ela sobrevivesse, não só por ela, mas por você também. Você jamais se perdoaria se ela morresse.

— Eu jamais vou me perdoar, de qualquer forma.

— Devia aprender a lição. — ralhou Catherine. — Herrera descobriu a verdade? Foi por isso que não conseguiu trazer Anahí para casa?

— Foi.

Ele contou toda a difícil conversa com Herrera.

— Oh, Vincent...

— Eu sou o único culpado. — reconheceu Vincent. — E Herrera tem toda a razão. Anahí não pertence ao meu mundo, assim como você e Camila.

— Mas nós estamos aqui. — ela o abraçou com força. — E não o abandonaremos. Nem nós, nem Anahí. Herrera vai permanecer zangado por algum tempo, e com razão, mas acaba superando. Anahí adora você e, quando ela quiser vê-lo, terá de estar lá, Vincent.

— Ela terá Herrera para consolá-la, não precisa de um irmão corrupto estragando-lhe a vida. Apesar de arrependido, estou feliz que ela esteja com Herrera. Ele será bom para ela sem que eu tenha que obrigá-lo. Acho até que ele a ama.

— Espero que sim, pois ela o ama, com certeza.

— Ele será bom para ela — convenceu-se Vincent. —, assim como Axel será bom para Camila, se conseguir se casar com ela. E assim como Lorde Kimball será bom para você, Catherine.

Ela se sentou e o encarou.

— Lorde Kimball nunca terá essa oportunidade.

— Catherine...

— Sei que é impossível nós nos casarmos. As leis inglesas nos vêem como parentes próximos demais. Mas eu ficarei mais que satisfeita com uma relação menos formal. Já esqueceu que dispensei sua amante?

Ele começou a brincar com seus cabelos castanhos.

— Não, não esqueci. Coitada da Georgina. Deve ter levado um susto quando abriu a porta e viu você.

— Ah, levou... Mas fui breve. Simplesmente comuniquei que você não precisava mais dos serviços dela. Ela se mostrou hesitante em deixar a corte sem falar com você, mas uma boa soma em dinheiro a fez se sentir mais que segura. A coitada da Georgina agora tem o bastante para se manter o resto da vida, pode estar certo. Nem sequer vou exigir que você me reembolse.

Vincent riu.

— Obrigado, minha Senhora.

— Não me dei a esse trabalho a troco de nada, Vincent! Não haverá nenhuma outra! Só eu! Estamos entendidos, meu Senhor?!

Ele beijou uma mecha dos cabelos dela.

— Que mulher brava... — replicou ele. — Brava Lady Catherine... Só você me faz lamentar ter abandonado o lar um dia. Se eu tivesse visto a noiva escolhida para meu irmão, com certeza a teria roubado no dia do casamento.

— E eu teria ido de bom grado. — ela pôs os braços em torno de seu pescoço e puxou-o para que ambos se deitassem. — Sem me arrepender.

— Jura, Catherine?

Ela sorriu.

— Nunca vou me arrepender de amar você, Vincent. Nunca. Perdemos muito tempo sendo nobres e respeitaveis. Não vamos desperdiçar nem mais um minuto. Não nos arrependamos nunca disto.

— Eu te amo. — declarou ele, beijando-a ternamente.

— Prove. — desafiou ela, num sussurro. — Mostre.

Ele entendeu perfeitamente.