Fanfic: O Silêncio da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA
Capítulo Seis
Herrera passou o resto do dia fazendo planos e visitas.
Os planos eram tão bons quanto as circunstâncias, ou o destino, permitiam.
Ao capataz de St. Cathyrs enviou instruções para executar as reformas na propriedade sobre as quais já haviam discutido.
Tendo conhecido e, de certa forma, se comunicado bem com Lady Anahí, era com tranquilidade que tomava a atitude.
A mãe e irmãs redigiu uma missiva mais leve, pedindo-lhes que se juntassem a ele em Londres.
A condessa Herrera raramente visitava a corte, não obstante, ainda consolidava o respeito e o poder clamados somente pelas mais austeras matronas da sociedade para apresentar uma jovem com sucesso, a despeito dos defeitos específicos da jovem em questão.
Se conseguisse suportar os paparicos típicos de sua mãe e irmãs, Lady Anahí não tinha nada a temer na travessia das águas turbulentas da sociedade.
As visitas foram, no geral, mais previsíveis.
Maite e sua mãe, Lady Perroni, receberam-no como de costume, fazendo-o sentir-se um par do reino extremamente elegível, o prêmio do mercado casamenteiro daquela temporada, assim como o fora nas temporadas anteriores.
Nos últimos quatro anos, haviam-lhe atirado mais donzelas do que podia se lembrar, mas conseguira escapar de qualquer compromisso, até que lhe atiraram a moça certa.
Maite.
Era encantadora por natureza, inclusive fisicamente, e percebera, logo ao conhecê-la, que era a esposa ideal para ele.
Quase chegara a fazer-lhe uma proposta.
Quase. Não sabia ao certo o que o detivera.
Estava bastante seguro da profundeza dos próprios sentimentos, se não a amava, com certeza a admirava e a tinha em grande afeto.
Achava que Maite sentia o mesmo por ele. Ela chegara a insinuar que, se a pedisse em casamento, sua resposta seria positiva.
Entretanto, detinha-se, aguardando algo que não conseguia definir.
Algo tolo. Algo ridículo.
Algo como um raio do céu quando olhasse para ela, ou uma sensação de leveza quando lhe beijasse os lábios, o que já fizera duas vezes sem sentir nada, ou algum tipo de palpitação, qualquer coisa que lhe garantisse que jamais se arrependeria de tomá-la como esposa.
Mas aquela última visita apenas confirmara quão tolo fora em hesitar.
Maite e ele eram perfeitos um para o outro, em mente e espírito, e jamais encontraria outra moça assim, tão doce, inteligente e compreensiva.
As quatro e meia, em Wilborn Place, fora informado pelo mordomo insípido que o conde desejava falar-lhe antes que saísse com Lady Anahí e Lady Camila para o passeio programado.
Desta vez, o conde já o aguardava no estúdio já conhecido, aquele onde ele tratava da maioria de seus negócios.
— Ei-lo aqui... — grunhiu Vincent, erguendo os olhos dos papéis na escrivaninha. — Ótimo. Sente-se. — indicou-lhe a cadeira que ocupara na visita anterior. — Acho que já sabe o que quero discutir.
— Imagino. — replicou Herrera, de pé atrás da cadeira. — Espero que seu capanga não tenha sofrido nenhum dano irreparável. Não gostaria que fosse excluído do mercado de trabalho. Não se deve dispensar um tipo desses dos benefícios da casa de correção.
Vincent sorriu sarcástico.
— Gostaria que ele ficasse sob a responsabilidade das autoridades? Nada tema. Eu cuido de todos os meus empregados, de um jeito ou de outro.
Herrera não duvidava nem um pouco disso. Imaginava se o pobre sujeito, que fizera de si mesmo tamanha chaga, ainda respirava.
— Folgo em saber. Mande outro me seguir e prometo que não sobrará muito para você tomar conta.
Vincent soltou um grunhido, divertido.
— Não será mais incomodado, dou-lhe minha palavra. Por menos que acredite, minha palavra é tão confiável quanto a morte. — sem tirar os olhos dos papéis, os quais separava em pilhas diversas, tratava-o como a um criado desobediente: — Ofereci-lhe uma cadeira.
Herrera apenas ergueu de leve o sobrolho.
— Pegue sua cadeira, meu Senhor, e vá para o inferno. Se quer falar comigo, fale logo. Caso contrário, não farei Lady Anahí e Lady Camila esperarem mais.
Bruscamente, Vincent recostou-se e fitou o visitante.
— Não tenho muito a lhe dizer, Herrera — declarou, frio. —, mas acredito que exista algo que você deseja dizer-me.
Herrera endureceu o queixo até sentir dor, tão furioso que quase desabafou de maneira nada recomendável.
Mas lembrou-se a tempo de que Vincent não era homem de se tratar levianamente ou, pior, tolamente.
— Se recebeu a mensagem que passei a seu capanga, já conhece meus sentimentos. No entanto, permaneço curioso em saber por que não me contou que Lady Anahí não fala, como se considerasse tal informação irrelevante.
A irritação tomou conta das feições deformadas de Vincent.
— Anahí é capaz de falar. Optou por não fazê-lo por razões próprias. Conforme você mesmo disse, considero o fato irrelevante, tanto com relação a Anahí quanto com suas providências no sentido de que ela se divirta em Londres. Não obstante sua visão da situação, Anahí falar ou não falar, não influencia o que lhe foi determinado.
— Falar é fácil. — protestou Herrera. — Graças a sua negligência, eu cheguei bem perto de humilhá-la. No Almack's! Até você, desdenhoso que é das etiquetas sociais, deve imaginar o que isso teria significado para ela.
— Teria sido uma desgraça — admitiu Vincent. —, em especial para sua mãe e irmãs. Deve me achar um espírito de porco por colocar Anahí numa situação tão precária, mas senti-me seguro quanto a sua reação. Vocês, almofadinhas, são bem-educados demais para perderem o controle de qualquer situação. Trincam antes de quebrar, não é mesmo, Herrera?
— Você arrisca demais.
— É, quase sempre, um homem na minha situação não tem muita escolha, o que explica essa necessidade extrema de ter planos para qualquer eventualidade. Se você, por acaso, houvesse magoado Anahí, a esta altura já saberia quão desgraçado pode ser um erro.
— Suas ameaças tornam-se enfadonhas, Senhor. Acho cada vez mais difícil acreditar que Lady Anahí tenha algum laço de sangue com a sua pessoa.
Vincent riu.
— Sinto o mesmo. Anahí é linda, não é? Charmosa, fina e encantadora. É tão diferente do resto da minha família que já considerei ter sido deixada pelas fadas, ou que meu pai, principalmente, não tivesse nada a ver com ela. Tudo bobagem. — fez um gesto vão. — Quer saber por que Anahí não fala, correto?
— Seria bom.
— Ela nasceu perfeitamente normal, apesar do parto complicado que causou a morte de minha mãe. Mas como era um bebê muito quieto, que raramente chorava, o cretino do meu pai achou que se tratava de uma retardada mental. Suponho que, se houvesse chorado noite e dia, como eu e meu irmão, ele a teria considerado normal. Conforme você já constatou, ela é.
Herrera confirmou com um movimento de cabeça.
— Apesar de esperta e inteligente, Anahí começou a falar só aos três anos, um pouco atrasada comparada às outras crianças, mas nada que não pudesse compensar, desde que respeitassem seu ritmo de progresso. Acontece que, justamente nessa época, uma das criadas perdeu o filho e ficou meio louca, achando que seria melhor para Anahí morrer também. Ela misturou detergente ao seu leite.
— Céus... — murmurou Herrera.
— Mesmo vomitando a maior parte do veneno, Anahí quase morreu. Passou um tempo doente, com febre alta. Ao se recuperar, já não falava mais. Meu pai teimoso não acreditou no diagnóstico dos médicos de que aquela súbita incapacidade de falar se devia às sequelas de uma inflamação nas cordas vocais, fiel à antiga conclusão de que se tratava de uma retardada mental. Ela foi entregue aos cuidados dos criados, sem jamais ter contato com os familiares e sem tutor, até meu retorno à casa. Aprendeu a ler e escrever somente aos doze anos e disse a primeira palavra aos catorze.
— Mas então ela fala?! — espantou-se Herrera.
— Fala, mas é muito doloroso e exaustivo para ela. Além de difícil, ela não gosta do som da própria voz. Devido aos danos nas cordas vocais, não consegue atingir um tom nem remotamente feminino, se bem que eu acho sua fala encantadora. De qualquer forma, ela prefere a linguagem de sinais.
— A linguagem de sinais... — repetiu Herrera, pensativo. — Hoje de manhã, no parque, ela e sua sobrinha, Lady Camila, se comunicaram dessa maneira, com as mãos.
— É o método desenvolvido por Abbé Sicard no Real Instituto para Surdos-Mudos da França. Um de seus discípulos mais brilhantes, o Sr. Christian Chávez, fundou uma escola aqui na Inglaterra, para ensinar o método, adaptado ao inglês é claro, mas antes disso passou cinco anos em Vincent Hall instruindo Anahí e todos os que convivem com ela. Até os criados aprenderam a linguagem de sinais em seu benefício.
Herrera já tinha uma imagem totalmente diferente do conde de Keller.
O homem devia amar demais a irmã para se dedicar ao aprendizado de algo tão peculiar e ainda impô-lo aos empregados.
Eis por que ela se sentira tão confiante quanto a passar aquela temporada em Londres. Vincent, apesar de toda a ruindade, dera-lhe isso.
— A febre causou-lhe alguma deficiência no ouvido esquerdo, bem como nos pulmões, mas o ouvido direito escapou sem danos. — prosseguia Vincent. — Ela adoeceu várias vezes, com inflamações, sendo que por duas vezes quase morreu, mas nunca comente nada disso em sua presença. Ao contrário de muitas mulheres, que só sabem conversar sobre suas fragilidades, a ponto de nos matar de tédio, Anahí é bem capaz de lhe quebrar o nariz se desconfiar de que a considera alguém de saúde delicada.
Herrera mal suprimiu o sorriso ao imaginar a doce criatura que o cativara poucas horas antes dando-lhe um soco no nariz.
— Então, vai levar Anahí e Camila num passeio? — retomou Vincent, aprovador. — Até agora, Londres lhes causou ótima impressão.
— Farei todo o possível para introduzir Lady Anahí e Lady Camila na sociedade, bem como para que aproveitem sua estada em Londres, mas não sob ameaças de sua parte ou de seus capangas. — advertiu Herrera. — Vai me deixar cumprir minha palavra de honra em paz. Se não estiver de acordo, pode tomar posse de St. Cathyrs agora mesmo, e será assunto encerrado.
Fez-se uma pausa antes de Vincent responder:
— Já lhe dei minha palavra de que não será mais seguido. Cumpra a sua parte, que cumprirei a minha.
— Estamos entendidos, então. — Herrera fez uma breve mesura. — Boa tarde, meu Senhor.
Depois que a porta se fechou, Vincent passou um minuto remexendo seus papéis, até que os abandonou.
— Pode sair, Porter.
No outro lado da sala, uma porta de armário se abriu e o homem que estivera seguindo Herrera saiu.
— Satis... feito, meu... Senhor? — murmurou, em frangalhos.
— Sente-se, antes que caia. — ordenou Vincent, indo até a janela para observar a rua abaixo. — Satisfeito? Sim, estou. Muito satisfeito, na verdade. Ele é melhor do que eu esperava. Talvez não a melhor opção para cunhado, mas ele será um bom marido para Anahí, ou viverá para se arrepender. — abriu um sorriso tênue. — Mas duvido de que isso aconteça. — voltou-se para o capanga, que segurava a cabeça dolorida com as duas mãos. — Execute o planejado quanto ao sequestro. O conforto de Anahí é fundamental. Ela não pode se machucar de forma alguma. Pode fazer o que quiser com Herrera, desde que não cause dano permanente. E garanta que cada um cumpra seu papel, lá no antigo covil do Saxby. Herrera e Anahí não poderão saber jamais quem estava por trás de seu breve cativeiro. Não antes de estarem casados. Nada de erros. Entendeu, Porter?
— Oh, sim... Meu... Senhor. — respondeu o homem, obediente.
— Acho bom. Porque se algo der errado, você terá mais a lamentar do que um queixo quebrado. Muito mais!
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SURPRESA Anahí fala Mas bichinha, tudo o que passou e tão novinha...
E sim, Vincent está planejando o sequestro da própria irmã :o
Autor(a): Mila Puente Herrera ®
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Capítulo Sete Nos últimos três anos, toda noite antes de dormir, Anahí sonhara acordada com todas as experiências maravilhosas que uma moça podia viver em sua primeira temporada em Londres, como passear num parque no horário mais movimentado, às cinco da tarde, na companhia de um belo cavalheiro. Realista, porém, ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 76
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tatahaya Postado em 17/02/2018 - 19:38:10
Ahhhh que historia perfeita amei AyA ficaram juntos,Alfonso tão fofo apredendo lingua de sinal, Vicent e Catherine se casaram e vão ter um filho, Chaverroni e Axel e Camila também amei amei,esses padrinhos do poncho são idiotas odiei eles,que sociedade horrivel.Amei essa historia
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ponnyforever10 Postado em 15/02/2018 - 20:09:57
*Sim, seus bilhetes. — confirmou Herrera, beijando-a. — Guardei-os todos e sei todos de cor.* <33333. Ele aprendeu a linguagem de sinais aaaa *-----*. Amei a história vc sabe que histórias assim tem um lugar especial no meu coração né *----*
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ponnyforever10 Postado em 14/02/2018 - 23:30:28
Aiii que ódio dos padrinhos do Poncho, cada coisa que falaram pra ela :((, quero proteger Anahi. Ela ficar sabendo td assim desse jeito =. To com mt raiva !!!. Axel e Camila vão se casaaaa *------*
Mila Puente Herrera ® Postado em 15/02/2018 - 16:57:38
Pois é:/ A gnt fica querendo gritar que ela escuta :/ Essa Anahí tinha que viver em um pote :3 Mentira tem perna curta né? :/ SIMMMM viu que sou difícil só no fim que deu certo KKKKKKKKKKK
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tatahaya Postado em 14/02/2018 - 23:02:39
ai esse Sir Hatton é um idiota ridiculo,não gostei dele ainda bem que o Christian e o Poncho deu um jeito nele,kkkkk morro com a Camila e o Axel são demais kkkkkk,aí que dor da Anny coitada esse povo tem uns pesamentos absurdos,tomara que fiquem tudo bem com aya
Mila Puente Herrera ® Postado em 14/02/2018 - 23:13:09
Sim ele é MUITO idiota :@ Somos sim u.u KKKKKKKKKKKK Veremos...
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ponnyforever10 Postado em 14/02/2018 - 20:21:25
Olha quando Camila deu um tapa no Axel eu fiquei feliz pq isso significou que td estava voltando ao normal kkkkk, e não é que parece que se acertaram *---* kk. Anahi e Eddy seguindo Poncho e Maite kkk. Anahi tem td direito de pensar que há algo entre herroni pq realmente parece né:(, tadinha.
Mila Puente Herrera ® Postado em 14/02/2018 - 23:12:27
MORTA KKKKKKKKKKKKK Pois é, ainda mais que nem sabemos direito oq está acontecendo :/
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ponnyforever10 Postado em 13/02/2018 - 23:13:30
Ai que bom que Christian chegou, não aguentava mais esse Hatton falando bobagens pra Anahi :(. Reta final =(
Mila Puente Herrera ® Postado em 14/02/2018 - 16:06:04
Pois é, o pior é ela *querer* isso :/
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ponnyforever10 Postado em 08/02/2018 - 23:31:17
*Esse Sir Hatton é um completo idiota, na minha opinião. Já chegou dizendo que Anahí não consegue falar devido a uma praga de Deus. Não sei como ela suporta tanta insensatez. As sessões se iniciam com Anahí de joelhos, implorando o perdão divino. Que ridículo esse homem ..., torcendo pra que Anahi saiba pelos dois sobre td :(
Mila Puente Herrera ® Postado em 09/02/2018 - 17:06:33
Pior é a Anahí fazendo isso achando que o Poncho tem vergonha dela :/ Tomara né? :x
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ponnyforever10 Postado em 08/02/2018 - 08:40:54
Anahi ta mt magoada e com razão, mas tadinho do Poncho tbm só quer proteger ela =
Mila Puente Herrera ® Postado em 08/02/2018 - 16:10:03
Pois é, a coitada tá com razão mas tmb ficamos com pena dele pq ele só quer proteger ela :/
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ponnyforever10 Postado em 06/02/2018 - 20:32:25
Anahi ta decidida mas morrendo de medo do que ela vai enfrentar em Londres :/
Mila Puente Herrera ® Postado em 08/02/2018 - 00:23:14
:c
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ponnyforever10 Postado em 05/02/2018 - 20:47:56
Porque eu acho que essa história dos dois irem juntos noa eventos não vai dae certo:/ medo de chegar na Anahi essas fofocas :(. Eita chaverroni tbm estão separados
Mila Puente Herrera ® Postado em 06/02/2018 - 17:02:07
Pq será? :x Como diria minha mãe... *Mentira tem perna curta* Pois é :/ Só VinCat estão bem KKKKKKKK