Fanfics Brasil - O pronunciamento O Mundo de Dunas

Fanfic: O Mundo de Dunas | Tema: Futuro apocalíptico, guerra, aventura


Capítulo: O pronunciamento

301 visualizações Denunciar


“Argh… esse quarto de roupas sujas...” Nilo e Volga estavam imóveis embaixo das pilhas de roupas sujas, ouvindo o oficial Chico patrulhando. Escondidos eles sentiam um frio no estômago, aterrorizados com a possibilidade de serem pegos. Ouviam atentamente o soldado “... não quero entrar aí não, vou sair”. Quando ouviu a porta bater novamente, Nilo pode voltar a respirar. Depois que os passos foram embora pela escada, os dois esperaram alguns minutos antes de sair do esconderijo.


Nilo falou, quase sussurrando:


“O que nós vamos fazer agora? Não podem ver a gente né” Volga concordou acenando com a cabeça e procurou onde havia deixado as roupas limpas que iam usar.


“Aqui as roupas, pode vestir. Nós vamos subir” Volga começou a se vestir e Nilo a seguiu. À medida que desabotoava o uniforme do exército, ele sentia o alívio de tirar o uniforme. Já havia muito tempo que estava sujo de areia, tanto por fora quanto por dentro. Sem roupa ele alcançou a camisa que Volga havia deixado no chão para ele. Antes de abotoar a camisa ele foi procurar a calça.


“Volga, onde está a calça…” ele se virou para ela, que já estava vestida, mas para sua surpresa percebeu que estava o olhando enquanto se trocava. Volga demorou para perceber que havia sido chamada e entender a pergunta. Nos segundos que se passaram, Nilo percebeu a direção em que ela olhava e ficou com o rosto vermelho de vergonha.


“Ah… a… a calça está ali debaixo do jaleco…” Nilo se virou para vestir a calça o mais rápido possível. A situação era engraçada mas muito constrangedora. O jaleco estava perto e a calça realmente estava em baixo. Mais uma vez se constrangeu ao se abaixar para pegar a calça e sentir a camisa subir um pouco, ficou totalmente descoberto atrás, onde Volga poderia ver.


Quando havia terminado de vestir a calça se virou para Volga, surpreendentemente ela não parecia ter se importado com o que havia acontecido. Nilo ainda precisava abotoar a camisa.


“Termina de se vestir logo Nilo” Volga falou sem muita paciência enquanto olhava para a porta. Nilo começou a abotoar a camisa,  ao mesmo tempo que olhava para Volga com um sorriso. Ela se virou para ele e, ao perceber, levantou as sobrancelhas surpresa. Com um suspiro falou “vamos logo, não trás a mochila, esconde ela junto com a minha debaixo das roupas, eu já escondi a pedra comigo.”


Seu rosto ficou imediatamente vermelho depois do que havia feito. Sorrir para Volga enquanto se vestia, agora parecia a ideia mais estúpida que poderia ter tido. Apesar disso Nilo terminou de abotoar a roupa depressa, vestiu o jaleco por cima, colocou as mochilas debaixo das pilhas de roupas e foi se calçar.


“Qual o alojamento mais perto daqui?” Ela disse enquanto ele amarrava as botas.


“O dos Vigilantes é no segundo andar” ele disse pensando “Eles tem algumas salas menores em cada andar mas ficam no segundo quando estão de folga”


“Vamos para lá então” Volga se virou para ele “você acha que alguém pode te reconhecer lá?”


“Sim…” Nilo ficou um pouco tenso “mas não sei um lugar mais perto para ir.”


“Vamos ter que arriscar, é melhor que sermos vistos pelos soldados andando por aí.”


-


Nilo e Volga subiram as escadas para o primeiro andar e viram somente um soldado na porta. Ele estava muito bem armado, o fuzil nas mãos era extremamente ameaçador. Nilo se arrependida de ter deixado as armas de Volga debaixo da pilha de roupas.


A companheira sinalizou para os dois continuarem subindo. Eles chegaram até a escada e foram para o segundo andar. Lá não viram nenhum soldado no corredor. Antes de sair da escada, Nilo olhou para cima, não sabia se os irmãos tinham conseguido chegar ao alojamento sem encontrar nenhum soldado.


“Nilo, vai na frente até o alojamento” Volga falou sussurrando. Nilo acenou com a cabeça e foi andando. Eles iam andando depressa, passando por diversas portas, os dois estavam atentos aos sons que poderiam vir das escadas. Quando Nilo chegou até a porta, ele bateu.


Escutou alguns passos e algumas vozes vindas de dentro, Nilo viu a porta ser aberta por um homem que ele não conhecia. O homem tinha uma expressão aterrorizada.


“Oh… oi… oi, nós estávamos lá fora… eh… só entramos agora…” , Nilo foi interrompido quando o homem o puxou para dentro, sendo seguido por Volga. Ao chegar dentro da sala viram alguns homens sentados em beliches e no chão. Todos pareciam estar muito tensos. Nilo não havia reconhecido nenhum deles.


“Vocês dois não deviam estar lá fora” o homem falou “fiquem por aqui até a gente poder sair.” Volga assentiu mexendo a cabeça mas Nilo estava curioso.


“Eles vieram até aqui?” perguntou enquanto se sentava em um canto com Volga.


“Sim, alguns de nós até tinham armas… eles levaram tudo…” quem disse foi um dos vigilantes sentado perto. Eles passaram os próximos minutos em silêncio. Depois de um tempo o vigilante que havia falado se apresentou.


“Meu nome é Jorge” acenando para Nilo e Volga, ela respondeu:


“Eu sou Ana e ele Gabriel.”


Jorge sorriu para ela enquanto ouvia a resposta e voltou a falar:


“Vocês não encontraram com ninguém quando subiram?” Nilo balançou a cabeça “que sorte hein.” George continuou falando, mas dessa vez se dirigindo para o homem que havia aberto a porta para Nilo e Volga.


“Chefe, você acha que eles vão fazer algo com a gente?”


“Não sei…” ele olhou tenso para todos na sala “se tivessem o que fazer já estaria feito não é?” ele se voltou para a porta e completou com um tom frustrado “Vamos acabar todos postos para plantar.”


De perto de Nilo veio a voz de um vigilante que ele não conhecia:


“Ouvi no rádio que eles falaram uma coisa de produção acelerada…”


Nilo o interrompeu.


“Como você soube disso?”


“Quando tomaram a Fazenda das Serras, antes de desligarem o sinal, os responsáveis pela rádio de lá colocaram o discurso do General para os Trabalhadores ao vivo...” o vigilante desconhecido continuou “Eles falaram que iam empregar as pessoas da Fazenda na produção acelerada para abastecer o mercado e o Exército deles.”


“Mas se fizerem isso a terra vai parar de produzir em poucos anos…” Nilo estava chocado, sabia que todo tipo de produção descuidada destruía o solo que já era muito sensível “assim deserto vai avançar até o litoral” ele parou de falar quando Volga suspirou.


“É isso mesmo” disse para Nilo, “eles não pretendem manter as Fazendas longe do litoral, eles fizeram isso com todas as nações que conquistaram nas últimas décadas, eles não mantém exércitos grandes em terra, o propósito deles é controlar os mares, as rotas comerciais…” Volga abaixou a cabeça enquanto o Chefe falava:


“Sua amiga é bem informada, Gabriel…” Nilo levou uns segundos para perceber que era com ele e sorriu para o Chefe.


“Me sinto péssimo aqui esperando sem saber o que vão fazer realmente” disse Nilo, logo em seguida todos ouviram algumas batidas na porta.


-


“Branco! Azul!” quando os gêmeos entraram no alojamento se surpreenderam com todos os colegas se levantando de uma vez. Quem havia gritado seus nomes era o vigilante do andar, ele estava perto da porta, atento à quem pudesse entrar no local.


“Ainda bem que vocês chegaram aqui…” ele olhava os gêmeos procurando algum machucado ou outro problema, estranhou as roupas que estavam usando. “Onde vocês estavam? Que roupas são essas e por que seus cabelos estão molhados?” os irmãos viram todos os colegas de quarto atentos, alguns estavam sentados nas camas mas a maioria reunida no chão. Eles trocaram olhares e Azul começou a falar.


“Erh… nós nos perdemos… durante a evacuação” ele balbuciava tentando achar palavras, não podia revelar nada sobre o irmão que retornara “...no prédio da escola, estávamos lá quando caiu, nós entramos escondidos e o fomos tomar banho… um deles nos viu e nos trouxe” ele parou quando viu a expressão indignada do vigia e o olhar de surpresa dos colegas.


“Como vocês se perderam? Era só seguir o treinamento. Além disso vocês deviam ter vindo direto pra cá, vocês poderiam tomar banho depois… o que vocês estavam pensando seus idiotas” o vigilante estava muito nervoso, ele havia passado as últimas horas muito preocupado com a segurança dos alunos. Depois de continuar falando por muito tempo, suspirou “...mas agora não há muito mais o que fazer, é até melhor que não tenham visto vocês lá, nem sujos de poeira…” ele parou de falar e pensou um pouco “vão para suas camas.”


Os gêmeos foram em direção à suas camas. No caminho foram olhando os colegas de alojamento. Eles estavam com os rostos tensos e entristecidos, muitos estavam sentados com a cabeça entre os joelhos.


A cama dos dois estava intacta, como haviam deixado de manhã, apesar disso as gavetas embaixo delas estavam abertas e reviradas.


“Foram os soldados…” eles se surpreenderam e viram que o vigilante tinha seguido os dois “...vamos falar aqui, longe dos outros…” ele olhou para os outros jovens sentados há alguns metros “vocês ouviram algo enquanto estavam escondidos?”


Os gêmeos se olharam, não esperam pela pergunta. Azul pensou um pouco antes de começar a falar, mas se surpreendeu quando ouviu Branco começar a balbuciar.


“Nós… hum… não sei… eles passaram por nós falando e… e...” ele não era bom em mentir e olhou para Azul, que tomou a deixa do irmão.


“Eles falavam muito, mas estavam passando ordens uns aos outros. Não entendemos a maior parte delas.” Ele examinou o olhar do vigilante, que havia acreditado e balançado a cabeça mais tranquilo.


“Vou voltar para perto da porta, descansem um pouco.” Ele saiu de perto dos gêmeos que se deitaram. Os dois se olharam uns instantes mas, apesar de quererem conversar, os assuntos que gostariam de falar eram segredos que os colegas não poderiam escutar.


Os dois perceberam que estavam muito cansados, muito mais que qualquer outro dia na vida. Eles haviam tido uma manhã triste, longe do irmão, seguidos por momentos em que tiveram certeza que seriam mortos e depois o reencontro. Sem contar a surpresa ao final, por serem pegos pelo soldado. Azul se lembrava bem dele, apesar de na hora não ter podido parar para pensar nisso, achava a voz  grave parecida com a do soldado que estava na Escola enquanto eles estavam escondidos. Também reconhecia, em sua preocupação ao levar os dois de volta para o alojamento, a mesma daquele soldado que queria  garantir que não havia ninguém no prédio que foi implodido. Se lembrou da aparência do soldado, seus cabelos escuros, olhos castanhos e os traços fortes. Também se lembrou que o seu era Chico. Antes de cair no sono, Azul recordou com carinho o sorriso do oficial.


Branco já estava deitado havia algum tempo e não conseguia dormir. Ele se virou para o irmão e via, pela pouca luz do sol poente, que ele já dormia. Branco havia passado os últimos minutos se revirando angustiado e achou curioso que o irmão pudesse dormir tão rápido, ainda mais com um sorriso no rosto.


Sua mente estava cheia, não sabia como seria o futuro dos dois, mas sabia que Nilo não poderia ficar e que não se separariam dele novamente. Além de não ver saída, sem poder imaginar para onde eles e o irmão poderiam fugir, se sentia envergonhado e revoltado com a cena no banheiro. Era muito humilhante se lembrar das insinuações e dos olhares do soldado. O sorriso do oficial ocupava o seu ultimo pensamento, cheio de indignação, antes de dormir.


-


Nilo e Volga ouviram batidas na porta e se levantaram exaltados junto dos vigilantes. Todos haviam passado a noite na sala, sentados, mal podendo dormir devido à preocupação. Quando os oficiais entraram, começaram a dizer que nos próximos dias os Vigilantes retornariam aos seus postos, obedecendo às ordens do Capitão designado para a Fazenda. Por agora eles deveriam apenas seguir até o pático com todos os outros moradores para ouvir os comunicados do General Appalachian.


Quando os dois desciam viram Azul e Branco descendo também. Nilo se aliviou em ver que os gêmeos estavam bem. Os gêmeos também se aliviaram em ver o irmão. Branco se precipitou na direção de Nilo e Volga, mas apesar da pouca distância que separava os gêmeos do irmão mais velho, Azul conseguiu ir atrás e puxar Branco de volta.


“Calma Branco, não dá para ir lá, algum amigo nosso pode reconhecer o Nilo se vir a gente lá.” Ouvindo Azul falar, Branco olhou de novo para Nilo e achou melhor ficar. Enquanto eles se reuniam com todos do lado de fora da Sede, puderam ver que os Soldados haviam organizado os veículos de forma a contornar a área.


À frente estava um caminhão que era usado como o palco onde estavam diversos oficiais. Os de patente alta estavam em pé, parados ao meio, dos seus lados haviam soldados fortemente armados com fuzis nas mãos. Ao lado do palco, de pé no chão, virados para os homens e mulheres que chegavam estava o Conselho da Fazenda, composto por quatro homens e seis mulheres, eles eram responsáveis por decidir o funcionamento de tudo naquelas terras. Os dez estavam rendidos pelos diversos soldados que se encontravam em seu entorno. Alguns ainda mantinham o olhar de orgulho que tinham para os outros habitantes, mas a maior parte estava muito pálida e com olhos cansados ou amedrontados.


Os gêmeos ficaram no meio da multidão de pé. Nilo e Volga optaram por ficar atrás da multidão e voltar para a Sede assim que pudesse. Precisariam encontrar um lugar para ficar, não poderiam voltar para a sala dos Vigilantes e era melhor que ninguém cruzasse com os dois.


Um oficial havia começado a falar no microfone, ele falava grosseiramente, sem ter muito jeito com o microfone.


“Atenção… atenção… esse é o primeiro comunicado oficial da Liga dos Sete: Salve à Grande Nação, fundada pelas Sete Capitais dos Portos e composta pelas diversas Repúblicas Além-Mar e as suas Províncias…” os soldados gritaram todos juntos:


“Salvem as Sete Capitais!” depois disso o oficial olhou em silêncio para a platéia, como se esperasse algo. Assim, alguns dos habitantes da Fazenda tentaram repetir constrangidos a saudação. O oficial voltou a falar.


“Hoje contamos com a digna presença do Ilustre General Appalachian” os soldados repetiram a saudação “o Capitão Serras Negras, novo dirigente da Fazenda” novamente a saudação dos soldados foi dita “e do Capitão e da Capitã Magalhães” e por fim foi ouvida a saudação com a mesma intensidade. “Passo a palavra ao General Appalachian”.


O General começou seu novo discurso, repetiu todas as saudações e cumprimentos aos capitães presentes. Depois disso se dirigiu aos habitantes:


“Queridos habitantes da Fazenda das Dunas, vocês estão reunidos para testemunhar o início da nova era desta Província” ele continuou falando com um sorriso “de agora em diante a Fazenda é a última fronteira da Província da Guanabara frente ao deserto e, aqui, junto às outras fazendas entre o deserto e o mar, será realizada a mais nobre função, a produção dos alimentos para a Grande Nação que, agora, também é sua...” ele pausou por alguns segundos, ao que os habitantes da Fazenda se olharam. “...continuando, vocês serão todos realocados ao trabalho no campo, independentemente da ocupação atual, inclusive os jovens acima dos onze anos.”


O queixo de Nilo havia caído com as últimas palavras do General, apesar de imaginar que seria todos forçados a trabalhar no campo, não esperava que fossem obrigar às crianças também. A multidão começava a murmurar, estavam todos surpresos com o que ouviram.


Uma série de tiros foi desferida para o alto. Todos se calaram e o General continuou:


“É necessário que vocês não se exaltem, as mudanças serão necessárias e acontecerão. É melhor que cooperem com elas…” ele deu uma pausa e continuou em seguida “muito bem, passarei à palavra ao seu novo dirigente, o Capitão Agulhas-Negras”.


O Capitão começou a falar sem muito cuidado, saudou à cidade e ao general mas não deu importância aos outros oficiais.


“... Bem, esta Fazenda será vinculada ao processo produtivo acelerado. Com exceção das crianças de dez anos ou menos, dos funcionários da manutenção e administração dos edifícios que não foram implodidos e dos funcionários da cozinha, lavanderia e construção, todos se dedicarão à plantar.”


Quando ouvia isso, Branco achou Imari, ela estava distante, encarando o palco. Apesar de só poder ver um lado do seu rosto, Branco percebeu que ela estava de boca aberta e olhos vidrados. Apesar da situação, não pode deixar de aproveitar ao ver Imari obrigada a trabalhar plantando.


“Olha Azul, a cara da Imari!” disse rindo baixo e apontando. Azul olhou.


“Depois do que ela fez com você… bem eu também vou ter que trabalhar plantando...” Azul disse isso, mas Branco já havia descartado essa possibilidade é sussurrou.


“Azul, nos vamos embora com o Nilo”.


-


Com o fim do pronunciamento, Nilo e Volga entraram na sede apressados. Os salões estavam vazios. Eles seguiram em direção à escada.  No meio do caminho ouviram mais gente entrando.


“São os dois Tenente Serra” uma mulher disse alto. Nilo e Volga se viraram assustados. Parecia que os corações dos dois havia parado de bater. Estavam mortificados quando a tenente começou a falar.


“Vocês pensam que vão onde com esse uniforme?” Ela tinha um olhar severo. Os dois não sabiam o que responder. Ela voltou a falar. “Da pra ver que é uniforme dos cientistas, vocês moravam na Escola que foi demolida. Acabaram de nos informar isso…” a tenente olhou para a oficial que a acompanhava “...ainda bem que achou os dois, andando assim aqui dentro poderiam irritar alguém. Até o General partir, vamos manter todos sob vigília constante…” os dois estavam parados, Nilo  gelado, sentia que ia cair e Volga apertava a Pedra em seu bolso “...venham logo, os dois, a oficial vai levar vocês até o alojamento novo, para quem morava na Escola”.


Aliviados por não terem sido descobertos e por terem um lugar para ficar, eles se deixaram levar.


-


“Eu ouvi que vão construir um alojamento para os cientistas que moravam na Escola…” Azul falava enquanto subiam a escada “provavelmente o Nilo vai estar lá.”


Branco balançou a cabeça, estava concentrado em pensar numa rota de fuga e foi andando sem ver. Parou de andar surpreso ao bater de frente com alguém.


“ah… desculpa… você?” era o soldado Chico, ele estava rindo, Branco não teve muita cerimônia ao falar com ele, ainda tinha o orgulho ferido “...com licença, precisamos passar.”


“Não precisam ter tanta pressa” ele olhou por cima de Branco e viu o gêmeo “bem, eu estava na dúvida mas já percebi que você” apontou para Branco “é o gêmeo ranzinza e aquele ali o legal” e sorriu para Azul, que retribuiu constrangido. O irmão de Branco resolveu falar algo para não irritar o soldado.


“Bem… Chico…” O soldado se virou com um sorriso aberto “ele é o legal, bem mais popular…”


“Ah sei como é…” ele continuou falando com Azul “então comigo você é legal por simpatia… e seu irmão é ranzinza por ciúme”


Branco ficou muito vermelho. Sabia que não tinha ciúme do irmão mas não tinha como explicar por que estava se sentindo daquela forma. Ele empurrou o soldado e Azul o seguiu tenso.


Quando subiram mais um andar, Azul resolveu parar e falar.


“Você não podia ter empurrado o cara…” ele segurou Branco que havia continua andando “calma aí.”


“Azul, você ouviu como ele fala com a gente!” Branco falou tentando conter a raiva “como ele faz essas insinuações… se eu pudesse eu... matava...”


“Vamos pro alojamento, não é pra ninguém ouvir você falando assim, podem te punir só por falar…” Azul terminou de falar e foi andando atrás do gêmeo que começava a subir mais um lance de escadas.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): drumal

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).




Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais