Fanfic: Fanfic sem Título

Lá fora havia pelo menos uns 12 tiras. Por um momento pensei que tivessem armado uma verdadeira  operação contra nós, como nos bons tempos em que cismei de acompanhar Emilio e Dulce em suas loucuras.

___ Não se assuste __ disse a enferemeira ao ver minha cara. ___ Nos fins de semana tem mais policial aqui do que médico.

   Apontou os encarregados de nosso caso: dois oficiais sombrios, como as feições, como os uniformes. Com a displicência que aprenderam, desfiam o interrogatório como se fosse EU o criminoso, e não eles.

Por que a matou, com que disparou, quem era a morta, que parentesco tinha comigo, onde estava a arma assassina, onde estavam seus cúmplices, se estava bêbado, o que havia sido apreendido, que os acompanhansse como SUSPEITO.

____ Não matei ninguém, muito menos disparei; não há nenhuma morta porque ainda está viva, chama-se Dulce e é minha  amiga, não tenho arma muito menos assassina, não tenho cúmplices porque quem atirou não estava comigo, já não estou bêbado porque o susto fez descer o álcool, e,  em vez de me perguntrem esse monte de mer*da e procurarem no lugar errado, deviam estar se dedicando a pegar quem nos meteu nisso__ disse  enfurecido.

 Dei as costas para eles sem me preocupar com o que podiam fazer. Gritaram que não ficasse tão machinho assim, que mais tarde nos veriamos de novo, e voltei pro meu canto escuro, mas próximo dela.

____Dulce___ não me cansava de repetir__, Dulce

Tive de lutar com a memória para lembrar quando e onde nos vimos pela primeira vez. A data exata não me lembro, devia fazer uns seis anos, mas o lugar, si. Foi na Aquarius, numa sexta ou sábado, os dias em que nunca faltávamos. A boate foi um desses muitos lugares que aproximaram os de baixo que começavam a subir comos de cima que começavam a  descer. Eles ja tinham dinheiro para gastar nos lugares em que tínhamos crédito, já negociavam com os nossos, financeiramente estávamos empatados, usavam as mesmas roupas que a gente, andavam em carros  melhores, tinham mais droga e nos convidavam a usar ___ esse era o trunfo deles__, eram ousados, temerários, faziam respeitar, eram o que não fomos e o que, no fundo, sempre quiesemos ser. Víamos armas enfiadas nas braguilhas, aumentando o volume, a nos mostrar de mil maneiras que eram mais homens que nós, mais fodões.Paqueravam nossas mulheres e nos exibiam as deles. Mulheres desinibidas, tão livres quanto a eles, incondicionais na entrega, quentes, mestiças de pernas duras de tanto subir as ladeiras do bairro, mais complacentes e menos pentelhas. Entre elas estava DULCE.