Fanfic: Trouble | Tema: Original, Romance

Ryan pensava que sua vida ia bem até agora, mas ele sentia que isso estava descendo ladeira a baixo. Em seus 27 anos exibia um corpo malhado de dar inveja a muita gente, altura mediana arrancava suspiros femininos por onde passava. Ele possuía um corpo definido e bonito. E seus cabelos negros e olhos castanhos cor de mel completavam o conjunto. Tocava em uma banda na qual ele era o vocalista guitarrista e depois de muito tentar recebeu uma chance de contrato para uma grande gravadora. Apesar dessa grande oportunidade a vocalista os tinha abandonado. Ryan vai até seus companheiros para contar as novidades.

— Pera ai Ryan, fale novamente, acho que não ouvi direito. A Anita saiu da banda? – Diz um cara mais forte e alto do que Ryan, ele tinha a cabeça raspada e braços tatuados e um olhar maligno.

— Sim, Noah. Ela recebeu uma proposta para ter uma carreira solo e o empresário parasita dela a convenceu a aceitar.

— Sacanagem as nossas músicas tem duetos vocais o que a gente vai fazer?

— Não sei Jayden, não sei. – Jayden era o caçula do grupo tinha 20 anos, era o mais baixo do grupo com apenas 1,70m de altura, magro, de cabelos loiros compridos e olhos azuis.– Chistian quanto tempo nos sobra? – Ele vira para o empresário.

— Em um mês temos que ter algo para mostrar, já temos um estúdio reservado.

            Eles ficam a conversar por algumas horas e Ryan decide conhecer o estúdio de gravação. Era um estúdio que ficava no bairro do Brooklyn, onde bandas famosas já gravaram. Ele entra e observa o ambiente, e logo se depara com um homem na faixa dos 40 anos, que quando o vê fica surpreso.

— Senhor Ryan que surpresa, não o esperava hoje.

— Ah eu sei, eu apenas vim olhar o local. Posso?

— Claro fique à vontade, eu te mostrarei o local. – O homem mostra o caminho e Ryan o segue desvendando o local.

            Apesar da visita Ryan ainda pensava em alguma solução – ou milagre – para resolver o problema e convencer a Anita a voltar só com uma grande oferta. Ele para repentinamente ao ouvir algo, mais a frente ecoa uma melodia triste que não lhe era conhecida e então veio a voz. Ryan fica parado, completamente pasmo, a voz era linda, entoava a música belamente, a cada verso a tristeza se tornava palpável.

Trouble

Oh, no, I see

The spider web is tangled up with me

And I lost my head

The thought of all the stupid things I'd said

Oh, no, what's this?

The spider web, and I'm caught in the middle

So I turn to run

And thought of all the stupid things I'd done

And I never meant to cause you trouble

I never meant to do you wrong

And, ah, well, if I ever caused you trouble

Oh, no I never meant to do you harm

Oh, no, I see

The spider web, and it's me in the middle

So I twist and turn

But here am I in my little bubble

Singing out

I never meant to cause you trouble

I never meant to do you wrong

And ah, well if I ever caused you trouble

Oh, no, I never meant to do you harm

They spun a web for me

They spun a web for me

They spun a web for me

            Ele entrou em uma das salas de gravação de onde vinha a música. Viu um rapaz que mexia no som. –Era alto de pele clara, olhos azuis, cabelos dourados compridos até o ombro e físico de alguém que passava horas na academia. Ryan se aproxima e vê uma mulher no outro lado do estúdio cantando e tocando piano, era muito bonita tinha longos cabelos castanhos, pele clara. Ryan não pôde ver a cor dos olhos ou seu rosto perfeitamente, ela mantinha seus olhos fechados e estava distante. Ele diminuiu a distância.

— Incômodo?

— Não, não, você deve ser o Ryan!

— Sim sou eu, é uma gravação?

— Não, compramos um piano novo e estamos testando.

— Ela canta bem.

— Sim, puxa nunca pensei que ela cantasse tão bem, tem uma voz divina.

— Eu te falei chefe, disse que ela tinha uma voz de anjo e um talento formidável. – Diz o homem cuidando do som.

— Sim é verdade. É uma pena condição dela, se não fossem deficiente faria sucesso vertiginosamente. – Ryan nota que o cara do som olha para o chefe com raiva mais logo disfarça e volta a seu trabalho.

— Obrigado está tudo ok – Diz o operador de som, o homem que tinha acabado de falar vira para Ryan e começa a conversar sobre as gravações futuras.

            Ryan presta pouca atenção e observa o operador ir até a mulher e iniciar uma conversa com ela, esta ri de algumas coisas que ele diz. Então ele fica surpreso quando o operador tira uma cadeira de rodas de um canto e a ajuda a sentar nela.

— Ela não anda? – Ele pergunta para o cara com quem conversava.

— Não. É uma pena, um talento deste e com este problema.

— Eu não vejo o problema, ela só não anda. – o outro sorri.

— Ah Ryan o mundo da música não serve para este tipo de pessoa. – A garota sai da sala e ele percebe que ela havia escutado. Ela se despede com um sorriso que não tinha nenhum pouco de alegria e sai.

Era noite e Ryan e seus amigos, Noah e Jayden bebiam cerveja no quintal da casa de Jayden. Ele ainda estava com a cabeça nas nuvens, pensava nas coisas que aconteceram mais cedo.

— Ryan estou falando com você. – Diz Jayden balançando a mão na frente da cara dele.

— Desculpa Jayden, o que foi?

— Eu perguntei o que vamos fazer agora, se não temos uma vocalista?

— Não sei, estamos com problema sério, não podemos mudar o que somos de uma hora para outra, ou criar músicas de vocal solo.

— Podemos pôr o Jayden para fazer o vocal feminino não vão notar a diferença. – Noah e Ryan começaram a rir.

— Ah vão a merda!

— Bom descartando esta opção, o Cristian me ligou com uma ideia de fazer um teste com cantoras para achar outra vocalista. O que acham?

— É uma boa ideia já que estamos com tempo apertado.

— Hoje aconteceu algo interessante quando fui conhecer a gravadora.

— Algo interessante, sei... Pode falar isso é uma mulher né?

— Não... Sim... – Os dois amigos começa a ri da cara dele – Fiquem quietos e deixem-me falar porra! Eu fui lá visitar e escutei uma voz de anjo e ela tocava piano como profissional. Porra eu fiquei sem palavras ao ouvir.

— E... e... – Diz Jayden

— E o que?

— Fala mais sobre ela. É gata, gostosa?

— Ela é bonita, mas é deficiente, ela não anda.

– O que isso tem de mais? – Ryan olha para Jayden sem entender – Se ela não anda não quer dizer que ela não pode cantar bem e ser gostosa – Ele ri – E você disse que ela cantava muito bem e tocava piano. Tenho um primo que também é deficiente que toca guitarra muito bem.

— Eu sei, mais não sei se serviria para uma banda de rock.

— Por que não? Tem uma banda no Brasil que gosto de ouvir, o vocalista sofreu um acidente e que agora esta numa cadeira de rodas mas, ele toca e canta normalmente.

— Hum... – Ryan fica pensativo e Jayden ri – O quê?

– Ela deve cantar muito bem para te deixar assim. Mas se esta pensando no que eu também estou tem um problema.

— Qual?

— Convencer o nosso empresário e os produtores de aceitá-la.

— Eu não pensava nisso.

— Pensava sim. Mas e se ela fizer o teste que você falou e arrasar com as outras candidatas?

— Ora até que o Jayden deu uma ideia muito boa.

— Ora Noah, eu sempre tenho boas ideias. – Os três começam a rir e continuam a beber e se divertir.

     Tarde da noite ele vai para seu apartamento, um cubículo de dois cômodos, ficava em um local bem barra pesada do bairro – onde ele viveu boa parte da vida. Ele pensava na ideia do Jayden, valia a pena arriscar, a voz dela era boa e ele sentia que combinava muito bem com estilo da banda, mas, tudo dependia se ela participaria do teste.

            Na manhã seguinte ele retorna à gravadora na tentativa de um reencontro com a moça de voz angelical. Porém só encontra o operador tomando café enquanto fala ao telefone no corredor. Ryan se aproxima quando a chamada termina.

— Ei lembra de mim?

— Sim, você é o vocalista de uma banda que vai gravar aqui.

— Sim sou eu, Ryan ao seu dispor.

— Prazer, sou Liam. Está procurando alguém? Deseja algo?

— Não desejo nada, porém gostaria de falar com você.

— Comigo? – O rapaz olha Ryan desconfiado – O que seria?

—Nem sei como começar. Bom você já deve saber que não tenho um vocal feminino e meu empresário, junto com a produtora, pensaram fazer testes com cantoras.

— Sim eu ouvi.

— Sabe, eu ouvi sua amiga cantar e ela canta muito bem, eu pensei que seria legal ela participar. – ele oferece um cartão e o outro pega. -

— Está falando sério?

— Claro, eu acho a voz dela linda e combina com nosso estilo, acho que não faz mal ela tentar.

— Sim é verdade. Mais seu empresário sabe disso ou a produtora? – Ryan fica encabulado e passa a mão pelo cabelo – Acho que não. Nada contra você cara mais, muitos já se interessaram pela voz da Emily mas quando descobriram que ela não pode andar eles desistiram rapidamente dela.

— É... – O cara levanta a mão e cala.

— O mundo da música é cruel e preconceituoso, pode até mudar aos poucos mais ainda não é o bastante. – Ele guarda o cartão – O que você vai fazer se ela for melhor que as outras no teste?

— Eu farei de tudo para convencê-los. Se ela vencer farei tudo ao meu alcance para que eles a aceitem. – O rapaz ri.

— Bom faça sua parte que eu tentarei convencê-la. – O rapaz se despede e deixa Ryan pensativo

            Em um lugar bem longe, um bairro projetado de um setor de apartamentos históricos, morava a garota que Ryan procurava e esta se chamava Emily agora ela estava na sala de sua casa e tocava algumas músicas em seu piano. Sempre que podia praticava ao piano, era uma das atividades mais prazerosas para ela. De repente a porta se abre Emily levanta o rosto e vê seu companheiro de quarto Liam, ele a olha, abre um sorriso e coloca algumas compras na pia, vai até ela e a abraça.

— Oi Liam – Ela retribui o abraço e ele a beija na testa – O que são todas estas compras?

— Vou fazer uma lasanha para nós.

— Oh comemoramos o que?

— É segredo, contarei depois do jantar. Bom deixe eu começar ou ficaremos com fome.

— Quer ajuda?

— Não, toque algo para mim linda.

— O que quer que eu toque?

— Me surpreenda minha linda. – Ela ri e toca Sonata para piano n.º 14 de Beethoven.

            O apartamento era um presente da avó de Emily depois desta falecer foi o local para onde ela decidiu se mudar e chamou ele para morarem juntos. O lugar era muito bom moravam na cobertura, o apartamento ocupava todo o andar e era acusticamente isolado – para o som não incomodar os vizinhos de outros andares – e tinha uma ótima acústica.

— Como foi seu dia Emily?

— Foi bom. Isso quer dizer extremamente entediante, apenas atendendo ligações, digitando relatórios e enviando presentes para a ex do meu chefe.

— Credo não sei como continua com este trabalho chato, minha linda você nasceu para musica.

— A música não quer alguém que não ande meu amigo e já sabe que tentei de tudo no passado.

— Aqueles eram todos idiotas e eu não duvido que ali não tinha um dedo de seu pai.

            Ela suspira e continua a tocar, Liam a olha e ver que falar da família de Emily ainda doía. Ele suspira e volta a preparar a refeição. ¾ de hora mais tarde a comida estava pronta e servida. Eles se sentam à mesa e ele a serve vinho e ambos começam a comer.

— Então qual o motivo deste jantar maravilhoso Liam?

—  Você não deixa passar nada. – Ele ri e bebe um gole de vinho –Lembra de ontem quando você foi testar o piano lá no estúdio?

— Sim lembro.

— Bom aquele rapaz a viu cantar e tocar e gostou muito da sua voz.

— Ele viu o resto do pacote? – ela aponta para si.

—  Sim ele viu, como sempre levou um susto mas este foi diferente.

— Diferente como?

— Ele veio falar comigo, a banda dele está tendo problemas, o vocal feminino os abandonou e agora precisam repor para gravar o primeiro CD.

— Tenso. – Ela fica pensativa e ele aproveita para continuar.

— Boa parte das músicas dele tem dueto com voz feminina e ele gostou da sua voz.

— Mas...

— Mas o quê?

— Sempre tem um porém Liam.

— Espertinha! – ele ri –Seu empresário e os produtores querem fazer um teste com cantoras para escolher uma nova vocalista para a banda e ele pediu para eu dizer a você.

— Ele me quer no teste? Fala serio Liam ele não está zombando da minha cara? Sabe que isso já aconteceu no passado e sabe a merda que deu.

— Eu sei mais aquele cara e sua banda eram um bando de idiotas e eu adorei socar muito a cara daquele vocalista. – Ela ri.

— É eu também gostei. Mas eu não sei Liam. – Ele levanta, vai até Emily fica de joelhos e segura uma das mãos dela.

— Meu amor você sabe que tem uma voz linda e viver numa empresa sem graça sendo secretaria não é o ideal. Você tem muito potencial, por que não tenta?

— Eu... – Ele suspira

— Eu estarei ao seu lado, se o cara ou alguém fizer algo que te machuque eu vou socar a cara dele, mesmo ele tendo o rosto muito lindo. – Ela ri e o abraça.

— Rosto linda né... Você não tem jeito. Vou pensar.

— Pensa com carinho linda. – Ele a beija na testa, entrega o cartão de Ryan e se levanta. – Eu comprei uma sobremesa.

— Qual?

— Pudim. Comprei na loja que gosta.

— Hum já estou com água na boca. Vamos comer