Fanfic: Who is the Next? | Tema: Amor Doce

Lynn POV

     A tristeza era visível em todos os presentes no funeral. Alexy sempre foi um garoto extraordinário e brilhante, bondoso com todos e amava muito viver, poder se divertir. Quantas vezes me ajudou desde que cheguei em Ortland. E a morte dele assim... do nada, é algo trágico e estranho. Alguma coisa não está certa. Ao lado do caixão, Viollete chorava muito. Ela o amava, e isso ninguém poderia negar. Os dois sempre estavam juntos, ele a protegia do mundo inteiro todos os dias.

     Fazia um calor que não se via há tempos em Ortland. Engraçado, sempre fazia frio e agora que a pessoa mais alegre se fora...

- Olá, Lynn.

Me virei e vi Lysandre do lado de uma das cortinas, se escondendo da luz.

- O que faz aí, Lorde das Trevas?

Ele se moveu e deixou seu rosto à mostra. Seus olhos de duas cores eram fascinantes.

- Ele era um cara legal. – falou.

- Sim, ele era... Mas e você? Estou surpresa de estar aqui e conversando comigo.

- É que... sinto que vamos ter que nos falar bastante em algum momento. – ele arregalou os olhos e saiu apressado da igreja.

Seu sobretudo lhe dava um ar de mistério, e considerando sua paixão pelo oculto... era, de fato, um rapaz misterioso.

                                                     (...)

Uma semana depois...

     Após uma semana de luto, a escola voltou a funcionar. E deixe-me dizer que o luto não foi pelos professores e diretores, mas muitos alunos afirmaram que iam ficar em casa e outros só queriam folga mesmo. Então, se não tem alunos, não tem escola. Rosália chegou na sala me assustando.

- Lynn!!! Pelo amor de Deus, garota! Não está me ouvindo te gritar?

- Bem... agora estou. O que foi? – perguntei.

- Vem logo!

     Rosália me puxou para o corredor e eu fiquei ali parada. Ela apontava para o lado direito e gritava, mas eu não via nada por causa das muitas pessoas. Somente quando elas foram abrindo caminho é que eu enxerguei e fiquei tão assustada quanto eles.

- A-aquela é...? Não. – falei.

- Pode acreditar, fofa. É a Viollete e eu só posso dizer que ela está... PIRADA!

     Viollete chegou com um estilo punk, pintara o cabelo e reformara seu uniforme. Usava maquiagem pesada e andava de uma forma um tanto... bem, faltava que ela melhorasse isso para se tornar uma punk de verdade. Ainda assim foi algo muito surpreso. Ela entrou na sala sem falar conosco e jogou suas coisas no chão com força para depois se sentar.

- Vai falar com ela. – cochichei para Rosa.

- Eu não!

     O professor Faraize, pela primeira vez, dava sua aula tranquilamente sem interrupções. A verdade era que o coitado estava jogando suas palavras ao vento porque ninguém prestava atenção.

- Façam o exercício da página 24 e me entreguem no final da aula.

- Professor Faraize!

- D-diretora Shermansky. Em que posso ajudar?

- Me empreste sua aluna, Viollete, por alguns minutos. Você está encrencada. - ela olhou furiosa para Viollete , que a seguiu sem um pingo de vontade.

     Na hora do intervalo todos comentavam.

- Acham que vai rolar encrenca? – perguntei.

- Imagine que você é a Shermansky, uma senhora chata que tenta manter a escola em ordem a todo custo. De repente, uma de suas melhores alunas chega na escola com um estilo totalmente inadequado. Não acho que ficaria feliz. – disse Priya.

- Mas, vocês não entendem? Tá na cara que essa mudança foi por causa do que aconteceu com o Alexy. - Melody falou, mesmo sem ser convidada.

Todas ficaram em silêncio, até que Viktor apareceu.

- Olá, meninas. Rosa.

Rosália ficou levemente corada com a aproximação do meu amigo.

- Viktor, hoje não tem treino? – perguntei para quebrar o climão que ficou.

- Teria, mas...

- Alexy era o goleiro.

Todos nos viramos para encontrar Viollete com sua mochila. Ela estava triste, mas sua postura havia voltado ao normal. Percebendo as caras de curiosidade ela falou:

- Shermansky me mandou para casa. Disse que posso ficar mais uma semana. Não se preocupem. Isso tudo vai passar, nos vemos daqui uma semana.

Ela saiu cabisbaixa.

- Meu coração se aperta em ver ela assim... – lamentei.

- O coração de todos nós. – completou Priya. – Mas vai ser bom pra ela tirar um tempo de tudo isso. Ficar sozinha, ás vezes, pode gerar um certo conforto.

Viollete POV

     Quando cheguei em casa encontrei meus pais conversando baixinho na sala. Me aproximei deles para ver o que estava acontecendo.

- Mãe, pai...

- Viollete. Oi, querida. – minha mãe me abraçou.

- O que foi? – perguntei.

- Sente-se.- ela disse, me levando até o sofá. – Viollete, seu pai recebeu uma ligação da mãe do Alexy... Ela disse que...

Minha mãe apertou minhas mãos e soltou um suspiro, meu pai que completou.

- Ela disse que a polícia resolveu suspender as investigações por  falta de provas.

- O quê? Mas como/ Eles precisam descobrir quem fez isso! Alexy está morto e o culpado vai ficar caminhando por aí?

- Querida, se acalme...

- Não!

Eu gritei e saí correndo. Fui para o meu quarto e tranquei a porta.

(...)

Depois de muito chorar eu parei e fiquei imóvel.

- Tenho que fazer alguma coisa. Se a justiça não vai resolver... então eu vou.

Continua