Fanfics Brasil - Capitulo 19 | Efeito Borboleta - Skyfall Efeito Borboleta - AyA |+18|

Fanfic: Efeito Borboleta - AyA |+18| | Tema: Ponny


Capítulo: Capitulo 19 | Efeito Borboleta - Skyfall

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A fome já era um sentimento permanente nela, sempre presente, nunca saciada totalmente. Havia um piano de cauda, preto, no canto da sala, perto da vidraça. Anahí sabia tocar piano porque o pai gostava de ouvir, então pedira pra ter aulas. Agora tocava um lamento triste, de uma peça antiga que ouvira em um musical. Achara que podia vencer essa guerra, mas se sentia perdendo logo a inicio. O som do elevador tocou e ela olhou, pra ver Madison entrando no apartamento. Parecia vir de um shopping, tinha varias sacolas na mão. 

Madison: Olá. – Disse, sorrindo, e Anahí sorriu de volta. Madison era a única Herrera que simpatizava com ela.

Anahí: Olá. – Disse, sem entender a visita. Ninguém nunca a visitava.

Madison: Estou sem jeito... Mas tudo bem. Preciso de um vestido. – Disse, meio encabulada, e Anahí franziu o cenho. Madison não tinha o mesmo corpo que ela, era um pouco mais alta.

Anahí: Um vestido. – Repetiu, olhando as varias sacolas de grife nos braços de Madison.


Madison: Vou a um coquetel com Christopher hoje e não encontrei nada que servisse. – Admitiu, mas os olhos estavam duros em Anahí, como se quisessem dizer algo – Kristen é mais magra que eu. Deixei pra ultima hora e estou com o problema. Sei que não nos conhecemos direito, mas... – Ela deu de ombros.

Anahí: Certo... – O piano parou – Meu closet... Eu não sei, eu não vi direito ainda, mas você pode olhar. – Disse, sem entender.

Anahí acompanhou Madison, confusa, até seu quarto. A outra rosnou ao ver que a porta fora removida do portal. Era uma afronta clara. Uma vez dentro do closet, ela fechou a porta, trancando-a, e sua expressão mudou.

Madison: Não tem câmeras dentro dos closets, parte do projeto do prédio foi meu. - Explicou - Christopher me mataria... – Murmurou, colocando o cabelo atrás da orelha e se ajoelhou, abrindo as sacolas de grife que tinha na mão.

Não eram roupas: Era comida. Comida de verdade, de restaurantes. Anahí não podia expressar o choque ao ver aquilo. Havia um kit do Mc Donalds, uma embalagem de um restaurante caro, entre outras coisas que Anahí não conseguia identificar. Madison olhou pra cima, vendo a outra estagnada.

Madison: Não vai me entregar, não é? – Parou, subitamente hesitante – Anahí, Christopher vai acabar comigo se souber que eu estou me metendo nisso. 

Anahí: Porque está me ajudando? – Perguntou, mortificada. Suas mãos tremiam de vontade. O perfume de comida inundara o closet.

Madison: Rebekah sabe de tudo o que acontece aqui. Ouvi ela conversando com Kristen. Não interprete Kris mal, foi dela a idéia. – Disse, apontando as sacolas de grife. 

Anahí: Você não me odeia? – Perguntou, a boca cheia d’água. Seu estomago doía.


Madison: Odiei pelo que fez com ele. Mas Alfonso está fora de si. – Disse, desembalando mais e mais pacotes – Esses dois você pode comer agora, ainda estão quentes, mas não posso trazer comida que não pode ser armazenada. Alfonso descobriria e Christopher torceria meu pescoço. – Resumiu. – Ande!

Anahí se sentou ao lado da outra, apanhando uma das embalagens, com garfos de plástico. Era ravióli com um molho maravilhoso – Anahí adorava ravióli. Gemeu de satisfação, atacando o prato, e Madison não ligou, compenetrada. Anahí sempre mantivera sua dieta na linha, mas hoje era impossível. Acabou o primeiro prato e atacou o Mc Donalds, se deliciando com o sanduíche e as batatinhas e o refrigerante. No final seu corpo parecia mole, relaxado, seu estomago satisfeito.

Anahí: Obrigada. – Disse, sincera.

Madison: Eu trouxe mais. – Disse, mostrando outras caixas de inox. – São sanduíches esquentados por pedras quentes , mas não vai durar muito tempo. Falando em pedras quentes, tem um prato que pode te servir de jantar, ou almoço de amanhã. É um bife amanteigado com purê de batatas. Provavelmente, se deixar pra amanhã, estará frio. Desculpe. – Disse, sem jeito - Tem biscoito recheado, salgadinhos, miojo – Tome cuidado ao fazer o miojo, não tem isso na dispensa de Alfonso e eu não sei se Gail é confiável. – Disse, terminando de esvaziar as sacolas – Biscoitos de povilho, cereais... Foi tudo o que eu pude reunir com tão pouco tempo. – Se desculpou. - Existem canais de culinária na TV, isso deve ajudar você em algo. É melhor que tentar as cegas. - Anahí assentiu. Não tinha pensado nisso.

Anahí: Não sei dizer o quanto estou agradecida. – Disse, sincera.

Madison: Precisamos esconder isso e sair daqui. – Anahí assentiu.

As duas esconderam em tudo quanto foi canto: Caixas de sapato, debaixo da gaveta de calcinhas, todos os esconderijos eram validos. Por fim Madison parou na fileira incontável de vestidos de Anahí e escolheu um Alexander McQueen grafite, mantendo o álibi. 

Madison: Se importa? – Anahí negou, afoita – Ótimo. Devolvo depois. Vamos sair daqui.


As duas voltaram pra sala, e Anahí pro piano. A melodia era mais suave agora, mais tranqüila enquanto as duas conversavam sobre tudo: A faculdade, sobre como conhecera Christopher, o casamento. Foi uma manhã agradável. Até o que assunto não foi tão agradável assim.

Madison: Robert está preocupado. Outra taquicardia daquela... Ele pode não chegar a tempo. – Disse, parada do outro lado do piano. Anahí tocava suavemente.

Anahí: Posso confiar em você, Madison? – Perguntou, precisando de uma amiga agora mais que nunca, já que Dulce fora embora. Madison assentiu. – Alfonso vai descobrir de qualquer jeito. – Disse, dando de ombros.

Madison: Não precisa falar se não quiser. – Anahí hesitou.

Anahí: Eu nasci em New Orleans. Morava com meu pai e minha mãe, e era uma criança feliz. Até que meu primo por parte da minha mãe, Jonathan, veio morar conosco. Os pais dele haviam morrido em um acidente de carro, ele tinha 12 anos. – Disse, quieta – Não vou me prender a detalhes, não gosto de lembrar. Meu pai trabalhava bastante, a empresa estava começando a dar certo e minha mãe estava deslumbrada com sua nova vida, de modo que eu Jonathan passávamos bastante tempo em casa. – Ela respirou fundo – Eu fui violentada pela primeira vez quando tinha seis anos de idade. Foi a experiência mais horrível, mais dolorosa que eu já passei na minha vida. Sangrei por semanas, em silencio, com vergonha. Meu corpo não estava pronto para aquilo – Disse, os olhos distantes. 

Madison: Eu sinto muito. – Disse, escandalizada e penalizada.

Anahí: Eu era só uma criança, nem sabia o que era sexo ainda. Começou como brincadeiras inocentes, então ele começou a me tocar... Eu não gostei. Não entendi, mas não gostei. Ele disse que brincaríamos de casinha. Isso eu entendia. – Disse, amarga consigo mesma. – Quando aconteceu da primeira vez... Era tanta dor, tanta humilhação, eu tive vergonha. Tive medo de ficar perto dele, mas não havia como evitar. Então veio a segunda, a terceira... Ele mesmo não sabia o que estava fazendo. – Disse, os olhos distantes, em algum lugar longe dali – Me apertava, me machucando, então tateava as cegas, até conseguir forçar a penetração. Tudo o que eu sentia era dor. Quanto mais eu chorava, quando mais eu me debatia, mais ele parecia gostar. – Disse, amarga.

Madison: Você não procurou ajuda? – Perguntou, quieta.


Anahí: É claro. Eu contei pra minha mãe. – Disse, amarga.

Madison: Ela não acreditou. – Supôs.

Anahí: Ah, não, ela acreditou. – Anahí sorriu – Mas deu pouca importância. Mesmo eu dizendo o que ele estava fazendo comigo, ela insistia que ele só tentara pôr a mão onde não devia, e que isso era normal na idade dele. Me mandou evitar ele, e tudo ficaria bem. – Disse, amarga – Todos os dias acontecia. A cada vez me machucava mais. Eu não sabia o que fazer. Ela era minha mãe, ela devia me proteger. – Disse, olhando as teclas do piano. 

Madison: E então... – Encorajou

Anahí: Aos sete anos eu já tinha tido todas as experiências sexuais possíveis entre duas pessoas. Já havia feito todo tipo de sexo: Vaginal, anal, oral, tudo. Era só dor, e desespero. Eu implorava pra que ele me deixasse em paz, mas não acontecia. – Disse, tocando uma tecla do piano - Foi quando eu resolvi agüentar a vergonha e contar pro meu pai.

Madison: Ele não ligou também?

Anahí: Não consegui contar. Tentei varias vezes, mas sempre travava. Jonathan percebeu. – Disse, com um sorriso triste – Envenenou minha cachorra, e disse que colocaria o mesmo veneno no café do meu pai se eu contasse. Eu não podia. – Disse, tocando outra tecla do piano.

Madison: Meu Deus... – Disse, sem saber como reagir. 

Anahí: Esse calvário durou cinco anos. – Ela viu Madison recuar, escandalizada – Minha infância foi roubada do modo mais cruel. Meu corpo se desenvolvia, mas eu ainda era uma criança, enquanto ele era um adolescente quase adulto. O corpo dele também se desenvolveu. E mais uma vez era só dor. Em uma das vezes ele me masturbou, me forçando a gozar só pra dizer que eu tinha gostado. E eu me odiei com todas as forças por meu corpo ter respondido daquele jeito, ter respondido a ele. – Disse, quieta.


Madison: Sua mãe não interferiu? – Anahí riu.

Anahí: Minha mãe estava ocupada demais sendo a nova socialite da cidade. Esqueceu o assunto. Não reparou que eu estava entrara em depressão, que eu emagrecera, que eu mal falava. – Disse, quieta – Meu pai reparou, mas eu sempre despistava. Ele quis me levar a um medico, mas eu me neguei. Se ele descobrisse, Jonathan o mataria. 

Madison: Como acabou? 

Anahí: Aos 11 anos, na semana do meu aniversário de 12, eu estava voltando do colégio. Eu mal olhava as pessoas. Fui atropelada. Acho que o destino se apiedou de mim. – Disse, sorrindo de canto – Foi um atropelamento grave. Tive um breve traumatismo craniano, quebrei uma perna, torci um braço. Os médicos mal acreditaram ao me examinar: Eu estava grávida. – Ela sorriu.

Madison: Grávida? – Perguntou, mais branca que o normal.

Anahí: Eu ainda não havia menstruado, mas de alguma forma meu corpo acho um modo de atender ao que estava acontecendo, e tive uma espécie de ovulação. Jonathan nunca se preocupou com nada, então a gravidez aconteceu. O bebê sobreviveu. – Disse, e Madison ergueu as sobrancelhas – Tinha semanas, era muito fraco, mas sobreviveu. Eu tinha 11 anos e ia ser mãe.

Madison: E então?

Anahí: Meu pai finalmente descobriu. Furioso é pouco perante a reação dele. Estava possesso. – Lembrou – Como se não fosse o suficiente, minha mãe não queria que a gravidez fosse interrompida. – O choque de Madison foi absoluto – Ela não queria que a queixa fosse prestada, que o escândalo caísse sobre a família. Era certo que em algum momento eu abortaria, meu corpo não estava pronto, e ela queria esperar por isso. Não queria denunciar o sobrinho.


Madison: Meu Deus. – Murmurou, nocauteada.

Anahí: Meu pai quase a matou. – Anahí riu de leve – Me levou a delegacia, prestou queixa, e eu tive que contar tudo isso aos policiais. Fiz os exames que eles queriam, que confirmaram o abuso de anos. A gravidez foi interrompida. Meu pai pediu o divorcio. Abriu um processo contra Jonathan. Infelizmente, de algum modo minha mãe ganhou minha guarda na justiça. – Disse, pondo o cabelo atrás da orelha. 

Madison: Impossível. – Murmurou.

Anahí: Eu tinha psicólogo três vezes por semana, usava remédios controlados, mas dentro de casa era como se nada tivesse acontecido. Como se eu tivesse destruído o casamento dela propositalmente. – Disse, achando graça – Eu não consigo dormir sem os remédios. Eles me derrubam e me impedem de sonhar. Toda vez que eu sonho, tudo aquilo volta. – Explicou, e Madison assentiu – Um ano depois eu desenvolvi bulimia. Minha mãe, mais uma vez, negligenciou. Só quando eu fui parar em uma clinica, pele e osso, morrendo, meu pai conseguiu minha guarda definitiva e uma ordem de restrição que obrigava ela a ficar longe de mim. Eu me curei, nós nos mudamos para Nova Jersey, deixando tudo pra trás, eu me tornei uma adolescente intragável, e foi onde eu conheci meu marido. – Disse, amarga – Essa parte da história você conhece. Foi isso. – Encerrou, observando a outra, esperando pela pena. – Quando Alfonso me sacudiu, aquela noite, eu me vi outra vez sobre o domínio físico de outra pessoa. É claro que não reagi bem.

Madison levou um instante em silencio, então pegou a mão de Anahí em cima do piano, apertando-a. Em vez de pena, havia determinação no olhar dela. Anahí observou.

Madison: Não sei como vou fazer, mas conte comigo. – Disse, em um murmúrio. Certamente haviam escutas na sala – Vou ajudá-la com isso. – Anahí assentiu, agradecendo. 

No escritório de Alfonso, o assunto era o mesmo. Não com tantos detalhes, mas ainda assim. Estavam Robert, Christopher, Alfonso, e Ian. Ian era um moreno do cabelo negro, primo de Madison. Trabalhava com petróleo, e adorava fuçar a vida dos outros. Tinha detetives que faziam isso pra ele.


 


 


 


|Continua...


 



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Autor(a):

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

Ian: O pai dela deu uma surra no tal Jonathan, quase matou. – Disse, lendo um relatório. Alfonso olhava outro, que estava em sua mão. Haviam os registros de Anahí no hospital, o que incluía o aborto induzido, relatórios médicos, resultados de exames que atestavam a perda da virgindade, juntamente com cicatrizes vaginais e anais ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 235



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  • jhulya__ Postado em 10/11/2020 - 23:26:10

    Nossa,como senti falta de vc e dessa fic Espero que esteja tudo bem ctg

  • jhulya__ Postado em 09/01/2020 - 00:37:26

    Eei, oq houve?vc sumiu dnv, tá tudo bem?

  • jhulya__ Postado em 20/11/2019 - 20:24:05

    Aiii a enfermeira falou que ele é marido dla, tadinha, deve ficar toda confusa e envergonhada agr

  • jhulya__ Postado em 19/11/2019 - 20:48:28

    Sabia que a Jennifer nn ia aceitar, agr tomara que ela nn faça a merda de fazer a Any lembrar de td

  • jhulya__ Postado em 18/11/2019 - 18:50:00

    Ahhhhh eu sabia,ele quer tentar, vai fazer o casamento dar certo dessa vez,amando ela e sendo amado e o Nate vai ter uma família linda e feliz

  • jhulya__ Postado em 15/11/2019 - 22:22:45

    Senti sdd ,tomara que seu cel volte ao normal logo

  • jhulya__ Postado em 15/11/2019 - 22:22:05

    Ele vai pedir a todos pra nn contar nada a ela, ele vai começar do zero, assim como ela

  • jhulya__ Postado em 08/11/2019 - 19:59:00

    Ela acordooooou,n acredito,o pedido do Nate funcionou,que lindo,posta mais 1 hoje,pf

  • jhulya__ Postado em 06/11/2019 - 22:40:05

    Cada vez pior,essa mulher é um nojo. Já fazem 4 anos,será que a Any acorda agr??

  • larianna_ Postado em 05/11/2019 - 23:39:28

    Nojo dessa Jennifer


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