Fanfics Brasil - A parte mais dificil é não olhar pra Trás No Ritmo do Embalo (Jikook)

Fanfic: No Ritmo do Embalo (Jikook) | Tema: Romance,BTS,Jikook,Drama


Capítulo: A parte mais dificil é não olhar pra Trás

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“Lembre-se de fazer um pedido antes de apagar as velas, Jimin!”


Minha mãe estava louca se achava que tinha alguma possibilidade de eu ter me esquecido da melhor parte. Fechei os olhos para me concentrar melhor e falei: “Eu quero voltar pra Busan!”.


Antes que eu soprasse, a voz do meu primo, que estava bem ao meu lado, entrou no meio dos meus pensamentos.


“Ai, seu burro! Não pode falar o desejo em voz alta, senão não acontece!”


Eu já ia responder que o pedido, o bolo e o aniversario eram meus e que eu fazia deles o que bem entendesse, mas minha tia falou antes.


“Hoseok! Será que nem na hora dos parabéns você para de implicar?”, ela disse dando um leve beliscão no meu primo, coisa que eu mesmo gostaria de ter feito, embora mais forte. Eu adorava o Hoseok, mas tinha hora que ele perdia a oportunidade de ficar calado.


“O Hoseok esta certo”, minha mãe entrou no meio. “O pedido do Jimin não vai se realizar. Mas não porque ele o mencionou em voz alta.” E virando-se pra mim, com uma expressão meio triste e cansada, ela acrescentou: “Meu bem, já discutimos isso umas 50 vezes. Nossa vida agora é aqui...”.


Subitamente, perdi o interesse pelo enorme bolo de brigadeiro que estava na minha frente. Sem me preocupar em apagar as velas, sai pisando duro em direção ao meu quarto. Antes de bater a porta com força, gritei que, se eu não podia voltar pra Busan, então eu não queria nada, pois coisa nenhuma em Seul tinha o poder de me fazer feliz!


Escutei ainda minha mãe dizer que o fato de ser meu aniversario não me impedia de ficar de castigo, mas nem liguei. Eu já me sentia de castigo mesmo, totalmente preso naquela cidade sem graça.


Deite-me na cama e comecei a me lembrar de como o meu aniversario do ano anterior havia sido diferente. Eu tinha convidado todos os meus amigos para jogar na minha casa, meu pai havia feito um churrasco, e o dia não poderia ter sido mais feliz. Como eu gostaria de voltar no tempo...


Ouvi uma batida na porta e apenas mandei que a pessoa fosse embora. Porem, dois segundos depois, escutei também um ganido. Levantei –me depressa e abri. O Biscoito entrou balançando o rabo, todo contente, mas, infelizmente, atrás dele, veio também o  meu primo enxerido. Ele entrou, fechou a porta atrás de si e se sentou na minha cama, sem nem pedir minha permissão. Peguei uma revista e comecei a folhear, pra que ele percebesse que eu não queria conversa.


“Chim...”, ele começou baixinho. “Sua mãe ficou triste...ela está quase chorando lá embaixo.”


Eu fingi que não ouvi e continuei a passar as paginas.


“Agora você já tem 19 anos, não pode continuar agindo como um caramujo que se esconde na concha a cada contrariedade!”


Isso fez com que eu fechasse a revista com força. Ele tinha conseguido me deixar ainda mais bravo.


“E você é muito adulto pra me dar conselhos, não é?”, eu disse me levantando. “Quando anos você tem mesmo? 19 anos e nove meses, se me lembro bem?”


Ele pareceu meio desconcertado com aquilo, mas não se intimidou.


“Jimin, na verdade a idade não importa, mas sim o fato de que você deveria apoiar a sua mãe! Você acha que não esta sendo difícil pra ela também? Ela acabou de se separar do seu pai! Deve estar sofrendo muito por causa disso! Não precisava também de um filho mimado pra tornar as coisas ainda mais complicadas pra ela nesse momento!”


Agora ele tinha tocado bem no meu ponto fraco. Eu sabia que minha mãe estava sofrendo. Ela fazia de tudo pra esconder, mas eu a escutava chorar trancada no quarto algumas vezes e reparava nos olhos inchados com os quais ela vinha acordando todas as manhãs. Eu imaginava que ela devia estar chorando bastante de madrugada. Tudo o que eu mais queria era poder aliviar esse sofrimento dela, mas eu estava tão infeliz também, que nem conseguia fingir. E eu sabia que isso a deixa ainda mais triste.


“Mas por que ela tinha que resolver se mudar?”, eu me sentei. “ Por que ela tinha que mudar a nossa vida inteira? E por que ela não me deixou lá com meu pai e meu irmão?”


Eu não consegui dizer mais nada, pois senti lagrimas inundarem meus olhos. Ok, aquilo era constrangedor. Eu odiava chorar. Especialmente na frente de outras pessoas. Eu tinha pânico de que me achassem frágil e sentissem pena de mim. E parecia ser exatamente isso o que o meu primo estava sentindo naquele momento.


Ele me abraçou e ficou passando a mão pelo meu cabelo. No mesmo instante, o Biscoito pulou no meu colo e começou a me lamber, parecendo muito preocupado com o meu choro.  Afaste-me do Hoseok, mas deixei que meu cachorro me consolasse. Só ele sabia o que eu estava sentindo. Assim como eu, ele também havia sido obrigado a se mudar de cidade e deixar tudo para trás.


No processo de separação dos meus pais, eles dividiram tudo... inclusive os filhos e os animais de estimação. Eu e Biscoito viemos com a minha mãe pra Seul. O meu irmão e Duna permaneceram com meu pai, em Busan. Esse acordo maluco, de dividir tudo, podia muito bem funcionar pra eles, que quiseram parecer justos um com o outro, mas para mim foi muito pior!


Eu abracei o Biscoito e comecei a chorar ainda mais. No meio das lagrimas, eu disse: “Agora, alem de não ver meu pai todo dia, eu também tenho que ficar sem meu irmão e minha gata! Porque eles fizeram isso comigo?”.


“Você o motivo”, o Hoseok respondeu. “Sua mãe precisava de apoio familiar nesse momento... vocês só moravam em Busan por causa do trabalho do seu pai! Sei muito bem que, se dependesse da sua mãe, ela nunca teria se mudado pra lá, afinal toda nossa família é daqui. E quanto a sua gata, em Busan vocês moravam em um condomínio, em uma casa grande. Agora, nesse apartamento, seria até maldade deixar dois animais em um espaço menor. E, alias, pelo que sei, o seu irmão só ficou em Busan por causa da faculdade. Minha mãe me disse que ele também não esta nada feliz de ter que ficar longe de vocês!”


Eu fiz que sim com a cabeça, sentindo meus olhos se encherem ainda mais ao me lembrar da minha gata. Eu passeava com ela e o Biscoito todos os dias. Se o meu irmão não desgrudasse a bunda da frente do computador pra andar com ela, ia se ver comigo!


“Alem disso”, ele caçou a cabeça do Biscoito, “Você trouxe essa fofura aqui pra te fazer companhia. Até hoje não entendi como você consegue fazer com que esses bichos não briguem. Eu pensei que cachorros e gatos fossem meio inimigos...”


Eu fiquei mudo e de braços cruzados, enquanto meu primo brincava com meu cachorro. Meus animais eram muito civilizados e nunca tinham tido qualquer problema de incompatibilidade um com o outro. Mas eu não estava de humor para explicar isso pra ele. Nesse momento, minha mãe abriu a porta.


“Hoseok, sua mãe já esta indo embora e pediu pra te chamar.” Olhando seria pra mim, ela acrescentou: “Jimin, vá se despedir dos seus familiares. É muita falta de educação largar os convidados no meio da festa e se trancar no quarto! Eu falei serio a respeito do castigo!”


Ela saiu e deixou a porta entreaberta. O Biscoito a seguiu, me deixando sozinho com meu primo. O Hoseok deu um suspiro, analisando meu rosto, e em seguida olhou para um canto da minha cama, onde estavam alguns presentes que eu tinha ganhado.


“Você nem abriu o que eu te trouxe ainda”, ele pegou um embrulho no meio dos outros. “Eu acho que você vai gostar...”


Eu sabia que nada que ele me desse teria o poder de me alegrar, mas abri, só pra ver se ele ia embora logo e me deixava em paz. Desembrulhei e encontrei uma caixa toda branca. Abri e vi que dentro tinha um CD. Em cima dele estava escrito: “Gravação 471 – BTS”.


“O que é isso?”, eu perguntei, tirando o CD da caixa.


Ele me olhou meio admirado: “Você não sabia que eu era trainee?”.


Eu balancei os ombros e respondi que não, enquanto pensava no que ele avia acabado de me dizer, Hoseok era famoso? Antes que eu terminasse de ligar os pontos, ele tirou o CD da minha mãe e colocou no aparelho de radio.


“Você precisa ouvir agora!”, ele ligou a televisão. “Estamos melhorando, decidimos falar sobre os nossos sonhos...Ah, você vai ter que ouvir! Eu imaginei que seria um presente ótimo, afinal agora você mora na grande cidade de Seul...”


Eu nem consegui protestar. Ele já tinha colocado o CD pra rodar e aos poucos eu fui entrando naquele mundo que ainda não conhecia. Depois de uns 15 minutos, estávamos tão compenetrados com a musica, que levamos o maior susto quando a minha tia apareceu.


“Ah, que lindos! Então vocês largam todo mundo esperando e ficam ai, ouvindo musica!”


O Hoseok pausou o CD depressa. “Desculpa, mãe! O Jimin não sabia do meu grupo, e eu estava só mostrando pra ele! A gente já está indo...”


Minha tia deu uma olhada seria pra nós dois e se virou balançando a cabeça.


“Você gostou!”, o Hoseok disse, assim que a mãe dele saiu de vista. “Eu notei sua expressão ouvindo a musica! Você gostou muito! Ai, nem acredito! Minhas férias já estavam boas por você ter se mudado pra cá, agora então...Não estou acreditando que ganhei um fá! Vai querer mais gravações assim? Mas só vou poder fazer outra no domingo”, ele disse se levantando, “Porque amanhã tem uma festa em que você precisa ir comigo! Eu já falei de você pra todos os meus amigos e todo mundo quer te conhecer! E, pra gente se divertir, vou te levar a minha aula de dança amanhã pra você sair! Já consegui o convite pra você e não aceito não como resposta!”


Eu estava tão empolgado que eu nem consegui dizer que eu não tinha a menor intenção de ir a lugar nenhum. Eu queria ficar ali deitado na minha cama, me contorcendo de autopiedade. Mas Hoseok me puxou antes que eu abrisse a boca.


“Agora, vamos pra sala, anda! Eu queria dormir aqui na sua casa, mas minha mãe falou que vocês ainda estão meio abalados pela mudança, que é pra eu dar um tempo pra vocês, mas eu falei pra ela que já tinha dois dias que chegaram e que eu podia ajudar com as caixas, afinal esta tudo uma bagunça...”


Ele continuou a conversar até ir embora. Não sei como meu primo conseguia falar tanto! E minha mãe, quando ele estava saindo, ainda veio dizer que nos somos parecidos, pois eu sou muito falante. Humpf. Ele devia saber que eu só falo o necessário. E certamente nada em Seul merecia o meu vocabulário.


Eu não sabia como estava enganado. E eu começaria a perceber isso no dia seguinte...              



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Autor(a): luna536482

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