Fanfic: Falling Apart - AyA | Tema: AyA Ponny Alfonso Anahi RBD

O céu escuro estava límpido, a lua refletia na água do mar e as estrelas brilhavam forte, ajudando na iluminação natural. Marshmallows foram distribuídos e espetados em galhos. Todos estavam com os braços estendidos fazendo com que o doce se queimasse na fogueira. Anahí abraçou as pernas, com o olhar atendo, observando cada um. As risadas, as brincadeiras, até mesmo a cumplicidade, entre aquele grupo, era algo que ela nunca havia experimentado e até então pensara nem mesmo existir. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se à vontade de estar ali entre os populares. Ela havia passado o dia todo tensa ao lado de Angelique. Mesmo sendo ela mesma, ainda tinha uma vontade minúscula dentro dela, de não parecer idiota demais entre eles.

Ela suspirou e desviou o olhar para o mar, observando as ondas quebrarem nas pedras. Então fechou os olhos, sentindo o perfume de Alfonso alcançar o nariz. Sabia que ele estava ali, podia senti-lo. Era estranho e louco, ao mesmo tempo, que pudesse ter criado essa conexão com ele.

- Você não sabe ser sutil, Herrera. – Falou, ainda sem olhá-lo.

- Como.... Como sabia? O que você é, uma bruxa? – Disse, divertido. Segurou a ponta da trança dela, sentindo o cabelo sedoso.

Anahí abriu os olhos e respirou fundo novamente. Ele cheirava a mar, sal e essência de Alfonso Herrera. Em sua opinião, essa era a melhor de todas. Ela o olhou e sorriu de canto.

- Obrigada por hoje, eu realmente me diverti.

- Eu acho que você foi um pouco preconceituosa. – Disse Alfonso, tentando provoca-la.

- O que? Claro que não. Não seja idiota, Herrera. – Ela revirou os olhos.

- É a verdade, você sabe. Todo mundo acha que os populares são um bando de idiotas que pensam que mandam na escola. – Ele espetou um marshmallow e o pôs no fogo.

- Bem, em parte você sabe que isso é pura verdade. – Alfonso a olhou – Agora eu também acho que eles são um pouco legais – Disse relutante – E eu admito ter feito um pré-julgamento sobre eles sim.

Alfonso sorriu, feliz com a admissão de Anahí. Todos haviam gostado bastante dela. A acharam inteligente e divertida. Ela ainda estava tímida e com o pé atrás, mas com mais algumas semanas, ele tinha certeza que ela se soltaria. Ele ofereceu o marshmallow que estava assando e ela deu uma leve mordida.

- Ah me Deu... ta uito rente! – Anahí mal conseguia dizer com o enorme pedaço de doce em sua boca. Ela abanou a boca com a mão e Alfonso começou a rir. Ela acabou quase por engasgar por vê-lo rindo daquela forma. Assim que o doce esfriou, ela mastigou rapidamente e engoliu. – Alfonso Herrera, você quase me mata engasgada. – Falou, limpando as lágrimas dos olhos.

- Quem manda ser uma menina gulosa... – Falou malicioso e Anahí corou, empurrando o ombro dele levemente.

Assim que as risadas cessaram, eles se encararam. As conversas pareciam ter ficado para trás, em segundo plano. Nem mesmo as risadas dos amigos conseguia furar a bolha que eles se encontravam. Alfonso colocou uma mecha solta do cabelo dela atrás dá orelha, acariciando-a em seguida. Anahí suspirou quando sentiu o toque dele.

Ele foi tomado por uma súbita vontade de beijá-la. Por Deus, como ele queria beijá-la naquele momento. Saber se o sabor dos lábios dela era como tinha imaginado e se naquele momento, estaria misturado com um pouco de sal do mar e marshmallow. Era uma combinação estranha, mas ele tinha certeza que estaria maravilhosa. Anahí mordeu o lábio involuntariamente, como fazia sempre quando estava nervosa. Estava um pouco trêmula por estar tão perto assim dele. Mas Alfonso deixou o braço cair e afastou o rosto, de olhos fechados. Não pode ver a decepção dos olhos dela.

Anahí olhou o mar novamente, disfarçando a forma como fora rejeitada.

- Não. Não faça isso. – Ele pediu em um murmúrio.

- Isso o que? Não estou fazendo nada. – Ela respondeu com a voz fria. Novamente erguendo as paredes em volta de si.

- Quando eu te beijar, não quero ninguém como testemunha.

Anahí meditou as palavras de Alfonso e as interpretou de maneira errada. Ela o olhou, com um sorriso debochado no rosto.

- Claro, ninguém pode ver Alfonso Herrera beijando a esquisitona do colégio. – Falou, com a sobrancelha erguida.

Em parte, Alfonso sabia que era verdade o que ela falara. Ele estava sendo cruel, seduzindo-a daquela forma. Ele olhou de relance para Christopher, que os observava com um sorriso debochado no rosto. A aposta, ele não poderia esquecer da aposta. Então fez o que sabia fazer de melhor. Mentiu.

- Está errada. – Ele sorriu, tentando soar despreocupado. – Quando eu te beijar, será especial, porque seremos só nós dois. – Os olhos de Anahí se suavizaram e ele sentiu-se a pior merda do mundo por dizer aquilo. Iludindo-a daquela forma. – Nós iremos nos lembrar desse dia, do primeiro beijo e ficaremos felizes por não termos compartilhado essa memória com mais ninguém, a não ser nós mesmos. – Ele apertou o nariz dela de brincadeira e ela relutantemente sorriu.

Anahí não sabia que Alfonso podia ser tão romântico ou tão preocupado assim. De qualquer forma, quando aquilo se tornou uma questão de beijos? Ela não sabia responder. Eles não haviam combinado que eram só amigos? Sim, ela tinha certeza que sim. Mas sentiu uma súbita vontade de ser espontânea pelo menos uma vez na vida, então deixou se render pelas palavras de Alfonso, pelos olhos verdes que brilhavam e a encaravam. Ela suspirou, pela milésima vez naquela noite e se entupiu de uma dúzia de marshmallows.

Alfonso bateu a porta do carro e deu a volta para abrir para Anahí. Ela rapidamente saltou e segurou sua bolsa com firmeza no ombro. Estava nervosa sem saber se Alfonso ia ou não lhe beijar naquele momento.

- Fred mandou convidar você para a festa na casa dele sábado que vem.

- A mim? Tem certeza? – Perguntou, desconfiada.

- Sim, na verdade ele disse... – Fez cara de pensativo – Se você não trouxer Anahí, nem apareça lá. – Alfonso imitou o rapaz e Anahí riu. – Sério, o que me diz? – Segurou uma das mãos dela, alisando com carinho.

- Não sei, Poncho. Estar lá na praia com vocês foi divertido e tal, mas... ir à casa de um deles? – Falou, com dúvida voz. A verdade é que estava com medo de receber olhares ou deboches.

- O que tem? Você vai ser muito bem recebida e...vai comigo. – Ele beijou a mão dela e sorriu.

- Você diz isso como se fosse alguma vantagem. – Sorriu de volta, deliciada.

- E é. Vejo você na escola segunda, então. – Se aproximou, beijando a testa dela. Anahí suspirou e Alfonso fechou os olhos, sentindo a pele macia tocando seus lábios. Logo se afastou e entrou no carro, dando partida sem olhar para trás. Sabia que se demorasse mais algum segundo lá, a agarraria e tudo iria por água abaixo. Ele precisava conquistar a confiança dela antes de tudo.

Anahí ficou parada na frente de casa, estática e um pouco decepcionada. Mas logo resolveu entrar e tomar um banho para se livrar de toda areia do corpo. Sua mente não parava de pensar nos momentos que tivera com Alfonso e sua mão acompanhava o mesmo ritmo, se movimentando pelas páginas em branco do caderno de desenhos. As linhas começaram a se completar, os contornos foram preenchidos com jogo de sombra e luz. Seus dedos já estavam sujos com o grafite, mas ela não se importava. Era como se fosse automático, sua mão trabalhava sem ela mesmo coordenar.

Por fim, um par de olhos verdes a encarava, no que antes era só uma folha em branco. O sorriso de lado, com o queixo quadrado e o nariz fino completava o rosto que ela tanto admirava. Ao fundo a praia, com a lua refletindo na água. Ela então, fora dormir, com os olhos de Alfonso tomando mais do que seu pensamento.