Fanfic: Falling Apart - AyA | Tema: AyA Ponny Alfonso Anahi RBD

- Lil, cadê você? – Gritou Alfonso, jogando a mochila na cama e andando até o quarto da irmã.

- Aqui. O que foi? – Lilly estava sentada em sua penteadeira, produzindo uma maquiagem pesada. Alfonso franziu o cenho, mas logo entrou em foco.

- Preciso da sua ajuda. – Se aproximou da irmã, olhando seu reflexo no espelho.

A penteadeira de Lilly era branca, com várias lâmpadas em volta, no estilo camarim. O espelho era enorme e havia uma gaveta central com várias divisórias e tampa de vidro. As laterais, eram compostas por outras gavetas, onde ela guardava mais maquiagens e acessórios de cabelo. Alfonso tocou os pincéis que estavam espalhados sobre a mesa, intrigado.

- Você realmente usa isso tudo? – Passou o dedo pelas cerdas do pincel fofinho. Lilly tirou o pincel da mão dele, depositando-o no lugar e voltou a se concentrar.

- Ajuda com o que? E sim, eu uso tudo. Portanto, tire a pata daí. – Respondeu, enquanto passava o delineador nas pálpebras.

- Sabe da garota que eu te falei? A Any? – Se amparou na penteadeira e Lilly o olhou com a boca aberta.

- Você está afim da Anahí? A esquisitona? – Gargalhou, voltando ao trabalho.

- Não fala assim dela, é cruel. – Disse, em tom rude. Lilly o olhou novamente, com as sobrancelhas levantadas. Nunca vira seu irmão defender ninguém, ainda mais uma garota.

- Ok, desculpe. Já que você não me deixa terminar, fala logo. O que quer? – Cruzou os braços, encarando o irmão. Alfonso suspirou, sem saber como entrar no assunto.

- Anahí é especial e nós viramos amigos. – Divagou – Chamei ela para ir na festa do Fred amanhã e ela arrumou várias desculpas. Uma delas, eu consigo contornar e a outra...

- E a outra... – Incentivou o irmão a continuar.

- A outra, quem tem que contornar, é você. – Disse, com uma cara sofrida. Lilly revirou os olhos. – Ela disse que não está acostumada com festas e cá pra nós, eu acho que essa é a primeira que ela vai.

- Não brinca! – Lilly falou espantada e logo ficou com pena. Ela mesma já fora em várias e ainda era o seu primeiro ano de ensino médio.

- Preciso que você a ajude a arrumar, sei lá, essas coisas que mulheres fazem. Ajude ela a achar uma roupa legal pelo menos. Por favor... – Implorou.

Lilly suspirou e se pôs a pensar. Alfonso nunca havia feito um pedido desse antes e tampouco havia se importado com alguma garota na vida. Ela poderia fazer esse esforço pelo irmão, só esperava que essa Anahí não fosse tão difícil de lidar.

- Ok. Eu te ajudo, mas você fica me devendo uma. – Falou, com um sorriso suspeito.

Alfonso concordou e encheu a irmã de beijos. Ficando acordado que Lilly, ajudaria Anahí durante a tarde toda. Então ele foi para a segunda etapa do seu plano, para que Anahí não pudesse dar mais nenhuma desculpa.

-

- Eu não acredito que você vai na festa do Fred! – Christian falou empolgado, quase deixando-a surda.

- Quer parar com isso? Eu ainda trabalho aqui. – Sussurrou com raiva, enquanto limpava a bancada da lanchonete.

- E você nem me chama. Que tipo de amiga é você? – Rebateu, com falsa tristeza.

- Do tipo que te salva de um desastre. Jura, Christian? – Perguntou sem acreditar que o amigo estivesse com vontade de ir na festa. – Eu não vejo qual a graça de ficar a noite toda com aquela gente arrogante e prepotente.

- Você tem saído direto com Alfonso. – Apontou, malicioso.

- Poncho é diferente, você não o conhece. Ele não é assim. – Defendeu, ficando brava novamente. – De qualquer forma, se você quiser ir no meu lugar, fique à vontade. Amanhã de manhã vou ligar para Alfonso e dar uma desculpa. Só não neguei mais hoje pela manhã, porque ele ficou insistindo. Não queria ver a cara de decepção dele mais uma vez.

- Mas por telefone pode, né? – Debochou Christian, bebendo sua coca.

- Por telefone eu não vou ver, só ouvir. Para de me encher, vai arrumar o que fazer. – Falou, exasperada. Às vezes Christian a deixava de cabelo em pé.

- E aquele garoto novo, o Tyler. – Mexeu as sobrancelhas, sugestivo. Anahí mordeu os lábios para não rir. Seu patrão já estava dando olhares feios em sua direção, apesar do local estar completamente vazio.

- O que tem ele? – Disse, desinteressada, enquanto arrumava os frascos de mostarda e ketchup.

- Eu vi vocês de conversinha ontem no intervalo. – Sugou o resto da coca pelo canudo. Anahí seguiu calada. – Vi também quando Alfonso chegou igual um gavião em cima de você, todo possesso. – Disse, malicioso.

Anahí revirou os olhos. Christian era impossível! Mas então ela parou o que estava fazendo, se lembrando do momento. Alfonso chegara todo territorial e isso realmente a irritou. No fundo, ela queria que fosse porque ele também sentia algo por ela e não porque não queria que ela arranjasse outros amigos além dele.

- Você está pensando nisso também, né?

- Não importa o que estou pensando, importa é que eu não vou e ponto. – Disse, séria.

O problema, era que Alfonso tinha tudo planejado para aquele sábado. Não deixaria Anahí lhe escapar pelos dedos. No outro dia, depois do almoço, ele tocou a campainha da casa de Anahí, sendo recebido com uma carranca que não apenas não o intimidou, como também o divertiu.

- O que faz aqui? Pensei que você tinha recebido minha mensagem. – Disse, nervosa.

- E recebi. Por isso, vim resolver todos os problemas que te impedem de ir à festa comigo hoje à noite. – Disse divertido, com as mãos no bolso frontal do jeans. Anahí mordeu os lábios, sem resposta.

Alfonso então, assobiou com os dedos na boca e de repente a casa de Anahí fora invadida por vários adolescentes na idade de Josh que vestiam camisa do time de natação. Anahí olhou para Alfonso, confusa.

- Eles me devem alguns favores... – Respondeu, vendo a dúvida no olhar dela. Anahí apenas abriu a boca, sem saber o que dizer. As palavras haviam lhe fugido.

- Nossa Alfonso, que maneiro! – Falou Josh, empolgado. Agora não teria mais que limpar a piscina com seu pai, já que os garotos também se encarregaram disso.

Os aspiradores foram ligados, as janelas começaram a serem limpas, os tapetes foram levantados e Anahí continuava estática no mesmo lugar. Henrique sorriu e levantou a cerveja que segurava, em aprovação muda, para Alfonso. O mesmo, apenas deu um aceno de cabeça, sabendo que a vitória estava na palma da mão.

- Alfonso... – Anahí disse em um lamurio.

- Anahí... – Remedou, ainda sorrindo. – Quero te apresentar, minha irmã, Lilly. – Puxou a menina, que estava escondida atrás dele.

Anahí sorriu sem graça para a garota a sua frente. Ela era linda, cabelos pretos e curtos no ombro e a pele branquinha. Os olhos eram iguais aos de Alfonso e o verde era acentuado pelo lápis preto na linha d`água. Lilly sorria, simpática e de repente, Anahí se viu arrastada pelas escadas acima. Nem mesmo havia percebido que a irmã de Alfonso carregava uma enorme maleta de rodinhas. Ela olhou de relance para Alfonso, mas ele apenas acenou e sentou-se no sofá, engatando uma conversa com o pai dela.

Ela suspirou, quando Lilly a mandou para o banho.

- Você é meio que parecia com seu irmão nesse aspecto, né? Dois mandões. – Revirou os olhos, retirando a toalha que estava enrolada nos cabelos e secando-os em seguida.

- Merda, garota. Você tem um cabelo lindo! – Lilly falou, ignorando seu comentário, enquanto desembaraçava os cabelos dela com uma escova. Anahí corou, ninguém nunca havia falado aquilo para ela. – Porque você só deixa ele trançado? – Perguntou, sem maldade, olhando-a pelo reflexo do espelho.

- É mais prático. Sabe, com as tintas e tudo mais... – Lilly continuava a encarar pelo reflexo e Anahí sentia-se cada vez mais intimidada.

- Pois eu acho que você só deveria prendê-lo quando fosse pintar, do contrário é desperdício.

Pelas próximas duas horas, Lilly se dedicou totalmente ao cabelo de Anahí. Repicou as pontas, retirando as pontas duplas e passando vários produtos que ela nunca ouvira falar.

- Vou deixar todos eles com você e te explicarei como usá-los antes de ir embora. – Anahí assentiu, derretida com a massagem que Lilly fazia em seu couro cabeludo. Ao final, ela lavou o cabelo de Anahí mais uma vez na pia do banheiro. Secou em seguida com o secador, fazendo uma escova e cachos grossos com babyliss e prendendo-os com grampo.

Anahí continuou sentada, enquanto Lilly espalhava por sua cama todo tipo de maquiagem que ela nunca havia visto.

- Agora você vai ficar com os olhos fechados, cabeça inclinada para trás e quietinha, enquanto eu trabalho, ok? – Lilly perguntou, soando um pouco ameaçadora. Anahí sorriu e fez o que ela mandou.

A tarde começou a dar lugar à noite e o céu escureceu rapidamente. Anahí havia perdido a noção de quanto tempo ela ficou sentada ali, nas mãos de Lilly. Mas apenas gostou da sensação de ser cuidada com carinho. Lilly fez suas sobrancelhas, depilação no rosto, até mesmo a fez usar uma máscara de argila enquanto fazia suas unhas das mãos e dos pés. Ela fizera Anahí usar um par de lentes de contato, que ainda estava fechado na bancada do banheiro. Tentou rebater, mas Lilly estava firme.

Depois do que Anahí pensou ser décadas – bem exagerada – Lilly a deixou abrir os olhos, porém o espelho não estava mais em sua frente. Ela começou a protestar, mas Lilly fora mais rápida.

- Não, quero que você veja a obra completa antes de se vestir. – Ela olhou a hora no celular e franziu a testa – Vamos, de pé. Temos apenas meia hora antes de Alfonso chegar para te buscar. – Suspirou. – Sabe, eu nunca vi meu irmão agir assim por ninguém.

- É porque ele nunca teve amigas. – Anahí murmurou.

- É porque ele nunca se apaixonou, você quer dizer. – Lilly disse, mexendo em sua maleta.

- O que? Lilly, Alfonso não é apaixonado por mim, somos somente amigos. – Disse, brincando com o laço do roupão.

- Sim, continue repetindo isso a si mesma querida. Quem sabe não vira uma verdade. – Lilly deu uma risadinha e se virou para Anahí, triunfante, com um vestido na mão. – Esse vai ficar perfeito em você, não precisa me devolver depois. – Piscou para Anahí, que continuava estática.

- Eu não vou usar isso Lilly. – Se levantou, com os olhos arregalados.

Era tão ousado, tão diferente de tudo que ela já usara. Meu Deus, ela nem mesmo conseguia usar saias, quanto mais um vestido tão curto quanto aquele. Anahí gemeu, amedrontada.

- Vamos lá Any, você não gostou? – Perguntou decepcionada.

- Claro que gostei, eu amei. Mas Lilly, olha pra mim, eu... – Tentou explicar, mas não existiam palavras exatas para dizer que era patética e sem graça. Não adianta quanta maquiagem usasse ou quantos cortes de cabelo fizesse, Alfonso nunca olharia para ela de outra maneira. Era tão patética.

- Eu estou olhando e quando você se ver de verdade vai entender do que eu estou falando. Experimente vai, por mim. – Pediu docemente.

Anahí mordeu o lábio, nervosa, mas assentiu. Só não queria ter que ver a cara de decepção da irmã de Alfonso quando a olhasse dentro daquilo. Na verdade, seria até bom, porque só assim ela desistiria de tentar "consertá-la". Anahí virou de costas e desamarrou o roupão, deixando-o em cima da cama. Lilly, para lhe dar mais privacidade, virou de costas e começou a guardar tudo que lhe pertencia na maleta. Anahí segurou o vestido azul bebê e passou a mão pelos detalhes de paetê que eram um tom mais escuro. Era um vestido com forro, o tecido de cima quase transparente, com alcinhas bem finas. Anahí apenas abriu o fecho lateral e entrou nele.

- Nem ouse colocar sutiã, vai estragar tudo! – Lilly disse exasperada, quando ela tentou abotoar o fecho frontal do sutiã. Anahí suspirou, desistindo e retirando a peça. Lilly sorriu, satisfeita.

No fim, quando Lilly a ajudou com fecho, lhe deu também um par de brincos com pedras transparentes, em cascata. Eram tão grandes que quase batiam em seu ombro. Para completar, Lilly lhe ofereceu um par de sandálias, prata, com algumas pedrarias na correia e Any até mesmo achou confortáveis e esperava que não tropeçasse em cima de Alfonso com elas.

- Meu Deus, Lilly. – Falou temerosa de olhos fechados, quando a outra colocava o espelho em sua frente.

- Você está maravilhosa, meu irmão vai ficar louco quando ver você... – Suspirou – Pode abrir os olhos agora, se você cair, eu te seguro. – Brincou.

Anahí assentiu, nervosa. Devagar, ela abriu os olhos, mas não reconheceu o que viu. A mulher que estava à sua frente, parecia decidida. Corajosa. Ousada, até. Era outra pessoa, tinha que ser! Ela se aproximou do espelho e deu uma meia volta, observando suas pernas naquele salto alto. Parecia até mesmo que tinha bunda. Observou a maquiagem não tão pesada em seus olhos, a pele iluminada e o batom rosinha claro nos lábios. Seus olhos azuis foram ressaltados, com um brilho no canto interno e um delineado estilo gatinho. Ela tocou seu cabelo, como se estivesse em um sonho e não pudesse acreditar que Lilly havia feito tudo aquilo. As ondas caiam em cascata até sua cintura, com as camadas acentuadas, dando-lhe volume. Seus olhos ficaram úmidos. Ela estava tão linda, tão parecida com a sua mãe...

- Oh Any, não chore, você vai borrar a maquiagem. – Afagou os braços dela, por trás. Sorriu para seu reflexo e Any assentiu, sorrindo em resposta. – Você sabe que é linda, não sabe? Eu nem tive que fazer muita coisa, só cuidados básicos. – Segurou o queixo dela, fazendo-a se encarar no espelho. – Não deixe ninguém pisar em você Any, ninguém. – Anahí confirmou, sentindo-se mais confiante.

As duas ouviram a campainha tocar e Anahí gelou, segurando as mãos de Lilly.

- Ai meu Deus, ai meu Deus... – murmurou Anahí sem parar. Nunca estivera tão nervosa em toda sua vida.

Lilly abriu a porta do quarto e decidiu que iria primeiro.

- Vou estar disponível para o baile, sabe onde me achar. – Puxou a mala de rodinhas e piscou. Anahí riu, tentada a morder o lábio, mas não queria tirar o batom.

A irmã de Alfonso desceu as escadas e sorriu para o irmão.

- Meu trabalho aqui acabou, ela está perfeita. – Piscou para Alfonso e parou na porta – Minha carona está me esperando. Alfonso... – Chamou e ele lhe olhou – Não a machuque. – Disse, em tom de aviso e ele assentiu.

Alfonso viu a irmã entrar no carro e partir, mas ouviu o som dos saltos na escada. Henrique e Josh se aproximaram, ambos de boca aberta – nunca haviam visto Anahí daquele jeito. Alfonso não tinha palavras, ele gaguejou e tentou dizer algo que a descrevesse.

- Santo Deus... – Murmurou, respirando fundo. Tentaria com todas as forças não avançar o sinal com ela durante a noite, pior seria os olhos em cima de Anahí. Não! Ele não deixaria ninguém se aproximar dela.