Fanfic: Falling Apart - AyA | Tema: AyA Ponny Alfonso Anahi RBD

- Any, porque você ignorou Alfonso? – perguntou Josh enquanto colocava o cinto de segurança.

- Alfonso? Quem é Alfonso? – perguntou Henrique com um sorriso enviesado no rosto, sem tirar o olhos do transito.

Anahí bufou e jogou a mochila para trás, tentando acertar o irmão.

- Não é ninguém, pai. Josh só está tentando me irritar. – dirigiu o olhar para fora, tentando se concentrar na paisagem.

Na verdade seu coração estava completamente acelerado e ela sabia o porquê. O garoto mais gato da escola puxou papo com ela, mas ela sabia que só podia ser um tipo de piada de muito mal gosto, afinal, ela era a esquisitona do lugar. Desconfiava que se desse alguma moral para Alfonso, logo estaria sendo motivo de chacota pra todos. Longe dela se incomodar com esse tipo de coisa, ela vivia a vida do jeito que gostava, sem se importar com o pensamento das pessoas. Mas, uma coisa era ser zombada pelo que ela era e outra, era porquê se deixou cair na teia de um garoto bonito. Ela tinha princípios, pelo amor de Deus.

- Ele é o capitão do time de futebol, presidente do grêmio e o mais novo solteiro da escola... – falou Josh orgulhoso – Any deu a maior patada no garoto pai, uma grossa.

Henrique riu da empolgação do filho e com o canto do olho espiou Anahí, que estava vermelha como um tomate.

- Verdade filha? Eu não te ensinei a ser mal educada com as pessoas... – repreendeu.

- Só que Alfonso não é uma pessoa, é um verme metido e arrogante. Acha que tem o mundo todo aos pés dele só por ser quem é, típico dessas pessoas populares. Por isso evito todas elas. – retrucou.

- Mentira, elas que evitam você! – zombou Josh. Anahí se virou e mostrou a língua infantilmente para o irmão.

Mesmo com toda provocação de Josh, ela não conseguia ficar brava com ele. O amor que sentia pelo irmão era grande demais e relevava tudo.

- Pirralho, desde quando você sabe essas coisas hein? Você é um bebê, ainda está no fun-da-men-tal! – falou pausadamente, provocando-o.

Josh fez uma careta e Henrique seguia sorrindo, adorava essa intimidade que os filhos tinham. Fora difícil a adaptação sem a mulher, mas Anahí tomou a frente e sempre colocava os dois enrolados em seu dedo mindinho.

- Pra sua informação... – ele sentou mais na beirada do banco, apoiando seus braços nos assentos da frente, ficando quase entre ambos. – Todo mundo sabe tudo sobre Alfonso Herrera, ele é uma lenda.

Anahí revirou os olhos e riu.

- Pobrezinho, tão novo e com uma lavagem cerebral completa. – riu e bagunçou o cabelo do irmão.

- Para Any, é sério. E se Alfonso tivesse ido te chamar pra sair? Você foi bem rude. Eu e papai já conhecemos você, mas pega mal tratar quem não te conhece assim.

- Concordo com seu irmão. – falou Henrique e lhe deu uma olhada rápida.

Anahí abriu a boca em espanto, como que seu próprio pai, sangue do seu sangue, carne da sua carne, pudesse concordar com uma coisa dessas?

- Chamar pra sair? Você perdeu sua mente garoto?! – riu sem humor – Pessoas como Alfonso Herrera não andam com pessoas iguais a mim, coloca isso na sua cabeça antes que você seja massacrado no ensino médio. Eu não me importo com quem ele namora ou deixa de namorar, não me importo com ele no geral. Agora por favor, não quero mais que toquem nesse assunto.

Deu graças a Deus por já terem chegado em casa e logo saltou do carro, retirando rapidamente seu material de pintura. Henrique e Josh trocaram um olhar de pena e seguiram logo atrás dela. A pesar de ter unido a família depois da grande perda, Anahí havia mudado muito. Se fechado completamente, até mesmo pra eles. As vezes eles queriam que ela fosse um pouco mais alcançável.

Anahí preparou o jantar e eles comeram em silêncio absoluto. Henrique sabia que Josh queria pedir desculpas a irmã, então terminou rapidamente a comida em seu prato e se despediu.

- Boa noite pumpkin. – beijou a testa da filha, que sorriu forçadamente, e bagunçou o cabelo do menino, passando um olhar de confiança.

- Boa noite papai. Ah, amanhã é o meu dia na lanchonete então o jantar é por conta de vocês ok? – falou, enquanto mexia a comida distraidamente com o garfo.

Henrique assentiu e deixou os dois sozinhos, indo assistir um jogo qualquer na tv. Josh respirou fundo antes de começar a falar e encarou a irmã.

- Any, me desculpe por ter forçado esse assunto hoje cedo com você.

Anahí levantou o rosto e seu olhar aqueceu, quando encarou o irmão. Pegando sua mão em cima da mesa, ela a afagou.

- Ei, eu sei que você só estava me provocando. Acha que eu não aguento? – brincou, apertando sua mão.

- É, mas você parece tão chateada. Nem tocou no seu jantar e olha que nem foi o papai quem fez... – fez uma careta e Anahí jogou a cabeça pra trás, gargalhando.

Realmente, o jantar que seu pai fazia era somente para os fortes. Geralmente nem o próprio conseguia comer e eles acabavam jantando pizza ou comida chinesa. Henrique ouviu as risadas vindo da cozinha e sabia que tudo estava bem entre os dois novamente, ele sabia que a família era um bem precioso demais para se manter afastada.

- Não deixa o papai escutar você falando assim da comida dele, vai ferir seus sentimentos. – pediu brincalhona – Eu não fiquei triste com você Josh, somente estou preocupada. Essa sua ideia sobre os populares e tudo mais, esse fascínio por estar entre essas pessoas e saber tudo da vida delas pode te colocar em apuros um dia. Eles não são tão perfeitos assim como você acha, então por favor irmãozinho, não os coloque em um pedestal. – falou carinhosa.

Esperava que o irmão entendesse que o mundo não era preto e branco, e que a maioria desses garotos com dinheiro, não se importavam com quem estivessem em seu caminho ou quem ferissem, se fosse para benefício próprio. Apelidos? Isso não era nada demais. A partir do momento em que eles não pisassem em seus sentimentos e utilizassem as pessoas como se fossem objetos descartáveis.

- Eu sei Any, vou ter cuidado. Mas assim como podem ter pessoas "não populares" ruins, também podem existir "populares" bons. - sinalizou as aspas com os dedos - Alfonso nunca fez nada pra ninguém e não custava nada ter conversado na moral com ele. Eu prometo seguir seu conselho, se você vai me prometer não ficar com o pé atrás com todo mundo. Nem todas as pessoas querem seu mal irmã.

Anahí ponderou o pedido do irmão por um momento e passou a mão pelo seu rosto. Assentindo com a cabeça, ficou feliz por seu irmão estar amadurecendo tão rápido. Ele seria um homem e tanto, contanto que continuasse assim.

- Você tem razão, pirralho. Temos um acordo, ok? – se levantou e começou a retirar os pratos, colocando-os na lava louça. – Agora some da minha frente e vai fazer seu dever de casa. – beijou a testa de Josh e sorriu quando o irmão se despediu.

Ela apoiou os braços na pia e olhou a noite pela janela, se perguntando quando seu irmão tinha se tornado tão sábio. Ela prometeu a si mesma que, se o destino desse a ela outra oportunidade de conversar com Alfonso Herrera, tentaria não ser rude. Quer dizer, tentaria não ser tão rude, afinal de contas, não podia mudar quem ela era. Nem por ele. 

Os olhos verdes vieram a sua mente com uma rapidez incrível e ela sentiu algo como borboletas na boca do estômago. Mas assim como os pensamentos surgiram, ela fez questão de os afastar. Não podia ter o luxo de manter esperanças ou algo assim, então se concentrou em limpar a cozinha para logo ir deitar.