Fanfics Brasil - Capítulo 6 Falling Apart - AyA

Fanfic: Falling Apart - AyA | Tema: AyA Ponny Alfonso Anahi RBD


Capítulo: Capítulo 6

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Alfonso estava pontualmente em frente ao local combinado. Olhou mais uma vez no relógio e mal haviam se passado um minuto. O telefone em seu bolso começou a tocar e ele atendeu sem nem mesmo olhar no visor. Estava nervoso, com medo de que todo seu plano fosse por água abaixo logo no início. Anahí estava sendo mais difícil do que ele imaginara, dessa vez seus músculos e palavras doces não pareciam ser o suficiente para alcançar aquela garota. Ele não podia mentir para si mesmo, Anahí tinha algo de diferente. Mas não seria ele o azarado a descobrir, pensou maldosamente.


- Poncho falando. – Respondeu, olhando para os lados em busca da acompanhante. A fila da entrada só aumentava, então ele caminhou para o final.


- Fala cara, que tal uma festinha hoje na casa do Brendan? Soube que vai estar cheio de gatinhas e os pais dele estão viajando, significa bebida liberada meu velho! – Ucker riu e Alfonso se animou. Precisava de uma mulher em seus braços para pelo menos tentar esquecer Jessy.


Seu entusiasmo se perdeu como fumaça ao sentir a leve cutucada por cima do ombro. Ao olhar Anahí, ele rapidamente se lembrou que os planos da festa teriam que ficar para outro dia. Percorreu de cima a baixo com o olhar, tentando esconder uma careta pela roupa que ela usava. O que as pessoas iriam falar se o vissem com Anahí, ainda mais vestida daquela forma? Ficou mais tranquilo ao perceber que ninguém do seu círculo de amigos frequentaria um lugar estranho como aquele, então lhe deu um sorriso amarelado, que ela correspondeu.


- Sabe o que é Ucker? Hoje eu tenho um compromisso... – Tentou explicar para o amigo, que ainda insistiu.


- Qual é Poncho, tenho certeza que vai poder dar uma desculpa para o chato do seu pai.


- Não é com ele que tenho um compromisso, é outra pessoa. Preciso ir agora, obrigado pelo convite. – Desligou antes que o amigo pudesse fazer mais perguntas, não queria que ele pudesse saber dos avanços e tentar sabotá-lo.


Anahí continuou encarando-o com a expressão vazia. Ela sabia que não era a mais linda das meninas, estava longe disso. Mas se Alfonso a chamou para sair, porque tinha tanto medo de que alguém descobrisse que estava com ela? Qual seria o propósito?


- Então, nós podemos sair juntos mais ninguém pode saber, não é? Típico. Não sei nem o porquê de ter me incomodado, pensando que você poderia ser diferente. – Revirou os olhos e se virou para ir embora. A noite seria importante para ela, mas haveriam outras.


- Any, não é isso.... Me escuta por favor, não vamos estragar tudo vai. – Alfonso a segurou pelo braço e ela parou.


- Eu não quero ser seu segredinho sujo, Herrera. – Comentou sem se abalar e cruzou os braços.


A fila começou a andar e Alfonso já não sabia mais o que dizer. Que garota mais difícil Ucker foi arrumar para ele! Estava quase arrependido de ter começado aquilo tudo, ainda mais porque estava próximo de perder se Anahí continuasse com aquela atitude.


- Tudo que eu falo ou faço você tende a maliciar ou levar com segundas intenções. Eu quero ser seu amigo, mas você não facilita. – Falou, tentando soar chateado. Anahí descruzou os braços, envergonhada com a sua atitude e resolveu se lembrar das palavras do irmão sobre ficar na defensiva o tempo todo.


- Ok, me desculpe. Eu só preciso me acostumar com o cara mais popular do colégio tentando fazer amizade logo comigo. – Sorriu sem graça e Alfonso a puxou pela mão e ambos entraram no clube.


Alfonso nunca tinha entrado em algo parecido. Os clubes que geralmente frequentava incluía carrinhos de golfe e funcionários em uniformes branco para cima e para baixo, atendendo os pedidos das famílias mais ricas da cidade, incluindo a dele.


O ambiente era climatizado, com luzes o suficiente para se se pudesse ver pouca coisa do rosto ou da vestimenta das pessoas. As mesas de madeira eram altas, mas com lugares para duas ou três pessoas se acomodarem, no máximo. Haviam pequenos abajures, um em cada mesa, que davam um toque romântico. Os rostos eram totalmente desconhecidos, que ele imaginou como viveu a vida toda em uma cidade tão pequena e nunca os viu andando pelas ruas. Ou viu e nunca reparou? Ele com certeza não daria uma segunda olhada. Todos pareciam ser mais velhos, mais maduros, mais vividos. O palco era pequeno, simples. Ostentava um microfone em um apoio logo no centro, junto com um banco de madeira. Vários canhões de luzes apoiados na parte inferior, faziam com que os artistas se destacassem no breu do local.


Anahí cumprimentou todos com tanto entusiasmo e ele percebeu que ela querida ali. Pelo menos alguém a aturava. Era difícil para Anahí levar Alfonso para o local que ela mais se refugiava, depois do seu porão e de suas pinturas. As pessoas eram mais velhas, mas combinavam perfeitamente com seu pensamento mais avançado e suas atitudes mais maduras. Todos amavam sua natureza carinhosa misturada com um toque de acidez, sua perspicácia aprimorada agradou desde sua primeira visita. Ela descobriu aquele pequeno clube de jazz na primeira vez que saiu de casa, um mês após o falecimento de sua mãe. Era praticamente uma criança, mas todos a tratavam como se estivesse à frente de seu tempo. E estava.


Ela o arrastou até sua mesa favorita e pediu duas cocas geladas ao primeiro garçom que viu. A música tocava em um volume perfeito para que duas pessoas pudessem manter uma conversa e apreciar o jazz ao mesmo tempo. Alfonso reparou na pequena de mulher de cabelos vermelhos e estilo pinup no palco, com o corpo coberto de tatuagens. Apreciou a voz e o estilo, tão diferente de tudo que estava acostumado. Era no mínimo...interessante.


- Então, o que achou até agora? – Perguntou Anahí, mordendo os lábios. Não sabia o que fazer com as mãos e torceu para que o garçom voltasse logo com as bebidas. Agora que a desconfiança havia passado, seu nervosismo havia voltado com força total. Alfonso mexia com ela, mexia muito mais do que gostaria.


- É um local interessante, bem diferente do que eu imaginei. – Ele confessou, tocando os detalhes do pequeno abajur da mesa. A luz fazia com que o rosto de Anahí se iluminasse e destacasse suas sardas. Se perguntou aonde mais ela as teria.


- Diferente bom ou ruim?


- Creio que diferente bom, por enquanto. Como você descobriu esse lugar? Fica um pouco longe do seu bairro. – Nesse momento o garçom chegou e os interrompeu, trazendo as bebidas. Os dois agradeceram e Anahí precisou tomar um gole antes de responder, tinha a garganta seca e as mãos húmidas pelo nervosismo.


- Foi um pouco depois da minha mãe falecer... – Brincou com o canudo no copo – Eu não saia de casa há um mês e meu pai estava quase me botando para fora. – Ela sorriu com a lembrança e Alfonso continuou prestando atenção, interessado na história. – Inventei que ia sair com alguns amigos para ir ao shopping fazer compras e até hoje não sei como ele acreditou nessa desculpa.


Alfonso pareceu confuso e ela mordeu o lábio inferior, divertida.


- Qual é Alfonso, achei que até você fosse perceber. Primeiro, eu não tenho amigos, no plural. Tenho o Christian. Segundo, eu odeio fazer compras. – Bebericou mais um pouco da bebida.


- Quanto aos amigos, eu já percebi e sobre as roupas não tenho dúvida que você brigou com seu guarda roupa... – Implicou, mas mantinha um sorriso divertido no rosto.


Anahí estava pronta para rebater, mas percebeu que ele estava se divertindo a suas custas. Ela deu um leve tapa em seu ombro e lhe mostrou a língua.


- Enfim, entrei aqui por acaso e fui muito bem recebida. Além do mais foi um meio de fugir de tudo que eu mais temia. – Seu semblante de repente, ficou sério. A alegria que a pouco ostentava, foi apagada por algum pensamento sombrio.


- O que você mais temia? – Alfonso perguntou, limpando a garganta. Estava começando a ficar nervoso, nunca havia conversado dessa forma com nenhuma garota.


- Solidão. Na verdade, eu tinha medo de ficar sozinha comigo mesma. Hoje em dia eu vejo que não há problema nenhum nisso, se você se aceita e se compreende. Perder minha mãe foi duro, quase acabou comigo. Mas por algum motivo, que eu não sei qual, vir aqui e me abrir publicamente com pessoas que eu mal conhecia, mas que me aceitavam, me deixou melhor. – Riu sem humor e o encarou – Eu não espero que você entenda isso, sua vida é tão perfeita que acho que o único problema que você tem é qual das faculdades da Ivy League escolher...


- As pessoas realmente acha que eu tenho a vida perfeita, não é? – Balançou a cabeça, incrédulo. – Só porque temos problemas diferentes, não significa que os seus são maiores que os meus. Ou que o seu sofrimento é mais doloroso que o meu. – Rebateu rudemente.


Anahí não conseguiu soltar uma palavra se quer. Estava muito tentada a perguntar do que ele estava falando, queria conhece-lo melhor, saber dos seus segredos, seus sonhos, suas vontades. Mas temia ser intrometida demais.


- Me desculpe Alfonso, você tem razão. Eu não o conheço, não sei da sua vida. Só ouço o que as pessoas falam por aí e isso é errado. – Se desculpou, arrependida. – Preciso ir agora, meu número é daqui a pouco. – Se levantou do banco alto, tomando o resto da bebida.


- Any! – Chamou Alfonso, antes que ela ficasse fora do seu alcance. Ela se virou e esperou. – Você...não tem vergonha?


Ela se aproximou novamente, segurando as bordas da mesa. Olhou profundamente nos olhos verdes, tentando não suspirar.


- Vergonha de quê? – Perguntou, confusa.


- Do que as pessoas pensam de você. Você é tão diferente de todo mundo que eu já conheci, que sei lá. – Deu os ombros. Ela apenas sorriu.


- Você já respondeu sua pergunta, Poncho. O que as pessoas pensam de mim, são o que elas pensam e não quem eu realmente sou. – Ela tocou sua mão sobre a mesa e afagou carinhosamente. Alfonso tremeu e sentiu a eletricidade percorrer novamente todo seu corpo com aquele toque.


Ela se afastou, tentando entende-lo. Deveria ser difícil levar uma vida de aparências igual à que Alfonso levava. Ser perfeito o tempo todo tinha suas vantagens e desvantagens. Parecia que Alfonso estava descobrindo finalmente a segunda.


 


Alfonso observou Anahí conversar com um cara na faixa dos trinta. Os cabelos eram desalinhados e estava vestido como um hipster. Meditou no que ela havia acabado de falar, sobre não ter medo de ser ela mesma em todas as situações. Realmente ela não se importava com os comentários maldosos na escola e as piadinhas nos corredores. Ela seguia indo em suas aulas de artes e participando de clubes entediantes. Mas para Alfonso, de entediante ela não tinha nada. Ela era franca, inteligente e corajosa. Adjetivos que nunca perceberia, se não fosse pela maldita aposta em que se enfiara.


Anahí estava mais nervosa do que o normal, pela presença de Alfonso na plateia. Mas fechou os olhos e respirou fundo. Ali era seu local, ali ela se expressava, compartilhava e era compreendida. Sentou-se no banco e piscou perante os reflexos das luzes sobre si. Isso ajudava, já que impedia que ela conseguisse ver os que estavam observando-a. Ela sabia que ele estava ali, sentia o olhar dele sobre si. Queimando. Perfurando. Palpitando.


Ela então, limpou a garganta e ajustou o microfone à sua altura. Ajeitou os óculos em seu rosto e retirou o papel dobrado dentro de seu bolso.


- Eu escrevi esse poema há algum tempo, que se chama Em dias de luz perfeita e exata. – Naquele momento, a atmosfera mudou. Todos amavam os poemas de Anahí. Eram profundos, com sentimentos e sempre com uma mensagem por detrás das linhas. Os olhos de todos estavam pregados no palco, para a menina estranha de roupas largas, óculos e all star. – Às vezes, em dias de luz perfeita e exata, em que as coisas têm toda a realidade que podem ter, pergunto a mim própria devagar. Porque sequer atribuo eu, beleza as coisas? – Falou lentamente, passando seu olhar pela plateia. – Uma flor, acaso tem beleza? Tem beleza acaso, um fruto? Não: tem cor e forma e existência, apenas. A beleza é o nome de qualquer coisa que não existe, que eu dou às coisas em troca do agrado que me dão. Não significa nada. – Seu olhar parou no local que ela sabia que Alfonso estava. Embora não pudesse vê-lo, podia senti-lo ali. – Então porque digo eu das coisas: são belas? Sim, mesmo a mim, que vivo só de viver. Invisíveis, vêm ter comigo as mentiras dos homens perante as coisas. Perante as coisas que simplesmente existem. Que difícil ser próprio e não ver senão o visível! – Ela suspirou e se levantou, ouvindo os aplausos. Sorriu e murmurou no ouvido do responsável pelo show, que estava com um acompanhante novato.


Em meio ao caminho até sua mesa, recebeu muitos elogios e Alfonso a esperava com um olhar espantado. Ele nunca pensou que fosse ser tocado por algo tão simples. Ou que aquelas pequenas linhas tivessem tanto significado. Ele finalmente estava conhecendo a verdadeira Anahí. 


E o que mais lhe preocupava, era que estava gostando.


 


 


***Em Dias de Luz Perfeita e Exata é um poema de Alberto Caeiro.



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Autor(a): Lost Graphics

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Alfonso estava pontualmente em frente ao local combinado. Olhou mais uma vez no relógio e mal haviam se passado um minuto. O telefone em seu bolso começou a tocar e ele atendeu sem nem mesmo olhar no visor. Estava nervoso, com medo de que todo seu plano fosse por água abaixo logo no início. Anahí estava sendo mais difícil do que ele imaginara, dessa vez seus músculos e palav ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 22



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  • Postado em 12/02/2018 - 23:26:19

    Eita que a coisa vai esquentar entre os dois. Muito fofos os dois juntos *-* O jeito protetor do Poncho com a Anny é maravilhoso.

    • amandaportilla Postado em 12/02/2018 - 23:27:10

      Esse comentário é meu hahahah

  • anyherreira Postado em 12/02/2018 - 21:54:15

    Continua, estou amando .

  • ponnyayalove Postado em 05/02/2018 - 23:42:34

    Continuaa haha Poncho com ciúmes é o melhor kkkk Anny está perfeita

    • Amando Ponny 👯 Postado em 12/02/2018 - 15:56:42

      Ela é perfeita, só precisava de um empurrão *-----* Ele com ciumes é demais hahaha

  • amandaportilla Postado em 28/01/2018 - 00:46:47

    A Angel é uma fofa, como pode ser amiga da Jessy? E já vi que o Christopher vai ser um problema mais pra frente na relação AyA. Continuaaa :)

    • Amando Ponny 👯 Postado em 12/02/2018 - 15:55:50

      É né? Infelizmente a popularidade fala mais alto...

  • ponnyayalove Postado em 28/01/2018 - 00:11:13

    Continuaa amando

    • Amando Ponny 👯 Postado em 12/02/2018 - 15:55:13

      Postei ;)

  • amandaportilla Postado em 26/01/2018 - 12:47:08

    Comecei a ler agora e já estou apaixonada por essa web. Muito fofo o Poncho começando a se interessar pela Any, mesmo que ela ainda esteja com um visual não muito atraente. Continuaaa :)

    • Amando Ponny 👯 Postado em 27/01/2018 - 19:08:16

      Seja bem vindaa!!!!! Sim, ele ainda não quer admitir mas está começando a se encantar por ela. Anahí é diferente de todas que ele conheceu e vai ajudá-lo a descobrir o melhor de si mesmo.

  • izabelaSpaniColungaPortillaHer Postado em 19/01/2018 - 15:11:47

    postaaaa mais!!!

    • Amando Ponny 👯 Postado em 19/01/2018 - 15:46:04

      Mais tarde tem mais um!


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