Fanfics Brasil - Prólogo Nos Braços Do Roqueiro -Adaptada-

Fanfic: Nos Braços Do Roqueiro -Adaptada- | Tema: Vondy


Capítulo: Prólogo

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Está chovendo. Eu adoro a chuva, mas não os trovões e relâmpagos. As luzes piscando não são
tão ruins quanto os trovões furiosos. Isso me lembra a Mama quando ela está com raiva; sob
efeito de drogas, bebidas e homens. Hoje eu tenho uma dose dupla disso porque há uma tempestade enfurecida lá fora e meu monstro de mãe está em uma de suas tormentas.
Eu esperava e orava a Deus que ela apenas fosse dormir como normalmente faz, mas hoje Deus não
estava ouvindo. Parece que Deus não está ouvindo em momento algum quando eu rezo para Ele. Estou
começando a me perguntar se ele existe mesmo conforme o pastor, que passa de tempos em tempos por
aqui, afirma. Mama amaldiçoa bastante Deus, então, acho que ela acredita nele.
A chuva encharca minha camiseta fina e a legging. Escapo pela janela do meu quarto assim que Mama
para de me bater.
Os pingos de chuva lavam minhas lágrimas e o sangue sobre os muitos cortes restantes que ela deixou
em mim depois de me bater com um galho de árvore fino e os punhos. A água fria faz arder meus vergões
inchados e o corpo machucado, mas estou acostumada com a dor.
Assim que meus pés descalços tocam o chão do lado de fora da janela do nosso trailer, corro por todo
o pequeno caminho de grama que separa o maltratado trailer que eu vivo até o de Ucker, que o chama de
lar. Rezo para que sua mãe não tenha decidido limpar o quarto dele, não tenha trancado a janela que ele
sempre deixa aberta para mim, caso eu precise.
Ao chegar no velho balde de cinco litros que uso como escada, deixo escapar um gemido quando
descubro que sim, a mãe de Ucker realmente esteve em seu quarto. A janela está trancada. Fico tremendo do lado de fora, sem sapatos, sem casaco, e agora, sem um espaço acolhedor para escapar. Eu sei que nem adianta tentar ir em qualquer outro dos trailers da redondeza. O pai de Poncho está em casa e eu jamais iria lá se houvesse uma chance de o Sr. Herrera me encontrar. O trailer de Derrick e Ian tem apenas uma pequena janela que é alta demais para as minhas pequenas pernas conseguirem alcançar, a não ser que um
deles ajudasse.
Um pequeno soluço me escapa e afasto o cabelo molhado do rosto e acabo estremecendo ao tocar
minha bochecha inchada.
Mama é uma profissional em bater no meu rosto. E hoje ela foi direto no alvo, considerando a
quantidade de drogas que estava usando e toda aquela bebedeira.


Escuto um barulho do outro lado do pequeno gramado. Minha mãe voltou para a segunda rodada e
descobriu que eu sumi. Com o coração acelerado, faço a única coisa que posso pensar. Arrasto a lata que
serve de base para o trailer de Ucker. Arrasto e puxo, cortando as palmas das mãos no processo.
Finalmente, com um gemido de triunfo, puxo só o que preciso para conseguir rastejar sob o trailer.
Quando estou lá, puxo a lata de volta no lugar. Engulo um grito quando sento e minha mão toca o
esqueleto de um rato. Limpo-a nas calças encharcadas e, em seguida, envolvo os braços em torno dos
joelhos para não encostar no rato novamente. Inclino a cabeça contra eles e fecho os olhos, rezando para
que minha mãe não pense em me procurar aqui.
Eu devo ter adormecido. Quando acordo, ouço Ucker e  Poncho chamando meu nome. Ambos parecendo
preocupados.
— Dul? — Ucker está bem ao meu lado, do outro lado da lata.
— Dul?
Alcanço a lata e empurro só um pouco para conseguir ver. Eles ainda não me veem. Ucker está em pé
com Poncho; ambos vestidos com suas camisetas da banda que eles me deixaram fazer o design.  Poncho está com as baquetas na mão esquerda e a outra, está fechada em um punho. Ucker parece preocupado.
— Ela não deve ter ido longe.
— Aquela filha da mãe! Se não achasse que eles levariam Dulce para longe da gente, chamaria a
polícia em um segundo — Poncho resmunga.
— Mas irão, Poncho. E então, ela estaria em um lugar pior do que já está. Pelo menos aqui podemos
cuidar dela — Ucker diz ao baterista.
É a mesma conversa que sempre tem após cada surra. Se chamassem a polícia, então, o Serviço Social
me levaria embora. Um orfanato não é mais seguro do que com a minha mãe.
Talvez fosse ainda pior. Tenho sete anos e entendo o que isso significa. Ucker e os outros rapazes me
explicaram mais de uma vez.
Arrasto a lata um pouco mais e começo a rastejar para fora. Estou rígida e dolorida. Lama grudada nos
cortes deixados pelo galho e em um lado da minha mão por me sustentar. Estou inchada e machucada, e já posso sentir as cócegas na parte de trás da minha garganta dizendo que vou ficar com dor. De repente,
braços fortes estão me puxando para fora. Assim que saio completamente, sou levantada pelos braços
fortes de Ucker.
— Porra! — Poncho exclama.
— Cala a boca, Poncho — Ucker sussura enquanto aperta os braços em volta de mim.
Posso ver as engrenagens em sua cabeça trabalhando. Ele está querendo saber onde me levar, onde me
esconder. Ouço a risada vinda do meu trailer, minha mãe deve estar com um dos seus namorados, e o som
da televisão vindo da sua casa. Se a mãe dele me vê assim, ela vai chamar a polícia e isso não é uma
opção.
— Meu pai saiu — Poncho já está caminhando em direção ao trailer dele. — Vamos lá, Ucker!
Quando chegamos ao quarto de Poncho, estou tremendo. Estou fria, tão fria e tão machucada.
— Nós temos que aquecê-la — diz Ucker. — Ligue o chuveiro para esquentar a água para eu lhe dar um
banho.
Poncho não diz nada e sai do quarto. Ouço a água começar a correr no cômodo ao lado. Ucker me levanta e começa a puxar a minha camiseta ainda molhada. Não protesto quando puxa minha legging para baixo
junto com a calcinha. Ele suga uma respiração profunda quando vê os hematomas, os cortes profundos em minhas pernas e braços, e nas minhas costas e em todo o meu estômago.
— Eu sinto muito, Dul— ele sussurra. — Sinto muito.
Não digo nada, pois não entendo por que ele está dizendo isso. Ele não me bateu. Não é culpa dele.


Posso ser só uma menina, mas sei que não pode me proteger sempre. Ele tem uma banda, e hoje ela havia
tocado em uma festa para alguns alunos de sua escola. Eu gostaria que ele tivesse me levado, mas sei que
uma criança de sete anos em uma festa de ensino médio não é uma boa ideia. Ian tentou explicar isso
para mim, e eu tenho quase certeza de que entendo as razões.
— Ucker! — Poncho chama do banheiro. — Eu não tenho certeza se isso está muito quente ou não. Venha
aqui ver.
Ucker me leva pela mão até o banheiro e, em seguida, a coloca na água para sentir a temperatura, deve
estar boa. Ele me levanta e coloca-me na água.
Choramingo quando a água toca meus machucados. Dói, mas sentir o calor da água sobre as minhas
pernas frias é bom. Logo o tremor passa. Ucker me lava, tentando ser gentil enquanto limpa os cortes no
meu corpo. Sua mandíbula se aperta e acho que tem lágrimas nos olhos.
Depois que o cabelo está lavado e cheiroso, ele me tira da água e me envolve em uma toalha. Poncho
está com uma caixa de Band-Aids das princesas em uma das mãos. E ele sabe que eu gosto. Na outra, um
tubo de pomada, daquelas que ardem, e eu balanço a cabeça.
— Não. Isso machuca.
Ucker esfrega a toalha sobre o meu corpo molhado, ainda tentando ser gentil. Alguns dos cortes estão
sangrando de novo, e dói quando a toalha os esfrega. Quando ele termina, pega a pomada de Poncho e eu
me afasto.
— Não, Ucker — eu choramingo. — Eu não quero passar isso.
— Eu sei, Dul. Sei que dói. Mas você não quer que infeccione, não é? — ele está piscando muito e
eu acho que está tentando não chorar. — Se infeccionarem, você terá que ir ao médico e tomar injeção.



Essas são as palavras mágicas. Eu odeio injeção! Odeio médicos! Então, sento na pequena pia e o
deixo passar a pomada em mim, tentando não choramingar porque dói. Quando ele acaba, o tubo está
quase vazio. Poncho o ajuda a colocar todos os Band-Aids. Depois de beijar cada machucado para sarar,
eles dizem o mesmo de sempre.
— Vai passar.



Poncho me veste com uma de suas camisetas. É tão grande que eles têm que fazer um nó para eu não
tropeçar quando andar. Quando estou pronta, Ucker me levanta e me leva de volta para o quarto de Poncho, colocando-me na pequena cama encostada na parede e me cobrem com um cobertor que tem o cheiro de Poncho. 



Ian  e Derrick entram no quarto. Ian carrega uma sacola do Wal-Mart e tira uma caixa de remédio
de dentro dela. Eles me dão uma grande dose de Tylenol e, em seguida, me dão comida. Derrick passou no
McDonald’s e comprou um Mc Lanche Feliz com nuggets de frango. Meu estômago ronca e percebo que
não comi nada desde o dia anterior.
Sinto dor depois da primeira mordida. Sento e seguro minha barriga até a dor passar, e então, devoro o
resto dos nuggets e fritas. Não bebo o refrigerante que me deram até que tenha comido tudo. Tem um
gosto bom. Finalmente pego meu brinquedo, um pequeno bicho de pelúcia com cabelo maluco e uma
camiseta. Eu o seguro perto do peito enquanto Ucker escova os emaranhados do meu cabelo úmido. Ele
puxa porque não é escovado há um tempo, mas não reclamo. Ele está tentando ser gentil.
Conforme meu cabelo é escovado, meus olhos começam a ficar pesados. Logo, estou dormindo.


 


Oi,oi,como vai voces? Comentem,por favor!


 



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Autor(a): Vanessa Fray

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • mandinha.bb Postado em 03/02/2018 - 13:11:58

    Ansiosa é curiosa pela naração do Ucker....

  • daisy_alves Postado em 02/02/2018 - 20:44:49

    Quando VC vai postar a narração do uckerman

  • beatris Postado em 30/01/2018 - 05:49:56

    Gostei, apesar de acha que poderia ter um pouco do casamento e do parto mais tudo bem

  • beatris Postado em 29/01/2018 - 18:34:45

    Não tá abrindo o epílogo gata posta de novo

  • samayra Postado em 29/01/2018 - 18:22:32

    Não estou conseguindo ver

  • carolcasti Postado em 29/01/2018 - 17:44:21

    Não estou conseguindo ler o epilogo, está abrindo o capítulo 13 quando clica no epilogo, estou mega ansiosa pra ler ele, vê oq está acontecendo plissssssssssssssssssssssssssssss

  • taibm Postado em 28/01/2018 - 19:51:45

    Continuaa

  • carolcasti Postado em 27/01/2018 - 23:53:10

    Estou louca pra meter a mão na cara do Ucker, mas me conformei um pouco pois ele perdeu ouvir os batimento do coração da filha, mas o Poncho bem que podia ir lá e perguntar pra ele se ele sabe de onde o Poncho acabou de chegar e ai o Ucker nega e o Poncho diz que acabou de chegar do hospital com a Dul e acabou ouvindo o coração da filha dele e que isso era pro Ucker ouvir e não o Poncho e o Poncho ainda diz q se ele quiser ver a filha pela primeira vez no ultra pra largar essas vadias e ir lá atrás da Dul e pedir desculpa, pois é ele que tem q ir com a Dul amanhã e não o Poncho, o Poncho tem q abrir a cabeça do Ucker e se precisar dar até uma surra no idiota do amigo, posta logoooooooooooooooo

  • beatris Postado em 27/01/2018 - 09:32:22

    Sabe até que eu não seria contra marca sua cara linda depois dessa, mais o bom é que quem perdeu foi ele que não ouviu o coração do filho. Continua linda

  • samayra Postado em 26/01/2018 - 18:39:11

    Amo demais , posta sim por favor todas elaskkkkkk


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