Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

Nandacolucci :: continuando....

Como já faz um tempo q não posto aqui vou fazer uma 

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         Um rosto redondo pairou sobre o dela, com as faces brilhantes e coradas. Não era um rosto bonito, era uma mulher mais velha com o cabelo puxado para trás em uma coroa de tranças apertadas, o castanho raiado de grisalho.

        — Relaxe, criança. Você não pode ir a qualquer lugar até tirarmos a flecha de seu braço. Seja corajosa.

         Anahí não queria ser corajosa. Ela queria sair. Pôs as pernas ao longo da borda da cama, estranha e irregular que ela estava deitada e tentou empurrar-se para cima. Uma onda de dor percorreu o seu braço e ela quase entrou em colapso.

        — Não se mexa — advertiu a mulher novamente. — Você só vai piorar as coisas. — O olhar nervoso de Anahí vasculhou a pequena câmara. Estava escuro exceto pelo brilho do fogo na lareira contra a parede oposta. A cama na qual  ela estava deitada cheirava a suor velho e feno mofado, e as paredes ao seu redor eram rústicas. Não havia nada para agarrar e usar como uma arma contra a mulher de  rosto gentil que estava determinada a queimar sua carne e cauterizar a ferida. Mesmo agora, a mulher virou-se para o fogo, mexendo para que ficasse mais quente. Um gemido morreu na garganta de Anahí.

         A porta abriu, e em vez de Jonas com a faca, foi Alfonso quem apareceu. Ele se iluminou num sorriso ao ver a criada de rosto arredondado.

        — Maida! É bom ver você aqui. A mulher sorriu e deu-lhe um abraço alegre.

       — É bom voltar a  vê-lo, Mestre Alfonso.

        — Lord Alfonso agora — disse ele com orgulho em sua voz— e agora Lord de Northcliffe graças ao rei. Onde está Gurfi?

         Maida acenou com a mão.

          — Fugido. Estava fora do castelo na noite passada, eu ouvi. Você sabe que essas salas estão cheias de passagens secretas. Ele provavelmente se arrastou para fora quando soube que você estava chegando.

         Alfonso chegou ao lado de Anahí, seu rosto marcado por linhas sombrias. Ela desviou o rosto, olhando para os cobertores grossos enquanto ele examinava a seta saindo de seu braço.

        — Ela já disse alguma coisa, Maida?

        — Nem um som, milord. Nem mesmo quando Jonas deixou que um em seus soldados esbarrasse nela.

         Dedos fortes tocaram seu queixo, e ele inclinou o rosto em sua direção.

        — Então você estava dizendo a verdade o tempo todo, minha pequena silênciosa? Você não pode falar?—  O seu olhar era inescrutável.

         Anahí cansada bateu em sua garganta.

         Ele praguejou e passou a mão pelos cabelos escuros.

        — Não faz sentido, Maida. Nada disto faz. Ele deveria nos ter feito levar semanas para alcançar o castelo mas não, apenas duas noites. E agora Gurfi  fugiu para o sul, tendo todos os seus soldados com ele e abandonou seu castelo?— As mãos da mulher agarraram o braço de Anahí e ela enrijeceu quando ele quebrou a ponta mais longa da flecha.— Eu tinha certeza de que a moça era uma espécie de espiã enviada por ele para me pegar desprevenido. — Ótimo. Ele tinha vindo acusá- la falando como se ela não estivesse aqui.

         Ele agarrou seu braço em um aperto que queimava. Seus olhos escuros focados em seus olhos assustados.

        — Isso vai doer, moça.

        Esse foi todo o aviso que ela teve antes que ele agarrasse a ponta da seta do outro lado do braço e puxasse o restante em linha reta através de sua carne.

         Uma agonia quente correu através de seu corpo. Ela podia sentir a boca aberta num grito, mas nenhum som saiu de sua garganta. O sangue jorrou da ferida, e Anahí sentiu-se tonta com a dor. Lágrimas corriam de seus olhos e ela engasgou como se estivesse se afogando.

         Dedos suaves acariciaram seu rosto.

         — Está tudo bem, murmurou Alfonso. A dor vai acabar logo. — Ele limpou as lágrimas de seu rosto. — Maida vai tratar do seu braço, não tenha medo. Ela foi minha babá quando eu era apenas um menino, ela cuidava de mim, então. — A sugestão de um sorriso curvou sua boca. — Não tenho dúvidas de que ela possa cuidar de você agora.

        — Oh, você, — repreendeu Maida um riso de menina escapou de sua garganta. — Ainda é tão encantador depois de todos esses anos. — Ela foi para a frente dele apressada com um pano úmido e colocou sobre o braço de Anahí. — Jonas me disse que a flecha era destinada a você, milord. Eu estou achando que você deve sua vida a ela.

        — Parece que sim. — Ao ouvir essas palavras, Anahí olhou para cima  com olhos perscrutadores. Ele deu-lhe um olhar estranho, apreciativo e ela corou, lembrando que ele tinha visto cada centímetro do seu corpo nu. Ele mesmo deu a entender que ela deveria  se tornar sua amante. 

         O toque de Maida era tão suave quanto ela poderia fazê-lo, e Anahí sabia que ela estava tentando. Quando ela estremeceu com um movimento particularmente brusco, a mulher deu-lhe um olhar de desculpas, e Anahí devolveu com um leve sorriso.

        — Isso criança bonita — Maida disse. — Onde está aquele rapaz com a faca?

        — Aqui, — disse Jonas abrindo a porta e respirando com dificuldade— eu corri todo o caminho. — Ele mostrou a faca para Maida.— A mais limpa que eu pude encontrar.

         Olhos de Anahí se arregalaram ao ver o tamanho da faca, toda entalhada com a extremidade fina.

         Maida tomou a faca dele e colocou nas chamas, limpando as mãos ensanguentadas em seu avental.

         — Quase pronto — ela anunciou, alegremente.

         Longos momentos de silêncio se passaram. Maida voltou para o lado da cama, a faca quente, o lugar do punho cuidadosamente embrulhado. A ponta brilhava incandescente.

        — Segurem os braços dela, Maida advertiu aos homens.

         Antes que Anahí pudesse entrar em pânico, os dois homens a estavam segurando na cama, e Maida se aproximou com a faca. Felizmente para ela, ela desmaiou no momento em que o cheiro de carne queimada atingiu o ar.