Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

         — Normando? Saxão? Você parece irlandesa. — Quando recebeu essas sugestões a única resposta que deu foi o enrugar do nariz, ele tentou novamente. — Alguma coisa da Bíblia?

        Seus olhos brilharam e ela balançou a cabeça, sorrindo para o sacerdote. Ele pensou por um momento, então hesitante perguntou:

       — Mary?

         Ela balançou a cabeça, e ele continuou a lista de nomes. Levou algum tempo antes que ele chegasse a:

          — Ana? — fez um sinal com a mão pra mostrar que era parecido. — Uma variação talvez? — fez que sim com a cabeça. — Annie? Anahí? — Mas quando ele acertou, ela explodiu de emoção, agarrando a mão do bom padre acenando com entusiasmo. — Seu nome é Anahí? Como é lindo — ele sorriu para ela. — E você é filha de um nobre? Ou alguém do povo do castelo?

        Ela balançou a cabeça, não sei como responder a isso. Camponês ou nobre não levava em consideração a sua antiga vida. Anahí deu de ombros e desviou o olhar.

         O sacerdote desistiu neste ponto, deixando o questionamento morrer.

        — Bem, Anahí, meu Lord Herrera está em dificuldade quanto ao que fazer com você. Seus homens suspeitam que você seja uma espiã, mas ele pensa que você é  amante de Gurfi. Desde que ele agora é dono de tudo neste castelo, você faria parte da barganha. Você entende o que estou dizendo?

         Sua boca ficou em uma linha fina. Ela entendeu. O barão poderia fazer o que quisesse com ela e o padre não faria nada para mudar isso. Ela sentiu suas mãos se apertarem.

       — Se há algo que eu possa fazer criança, por favor me avise. Eu sei que você não pode dar a confissão por causa da sua mudez, mas o Senhor ouve as orações silenciosas. Se existe alguma coisa que você precise, me esforçarei em obter para você.

         Ela precisava chegar ao mar antes de suas pernas doessem mais. Anahí fez um gesto para a porta, e depois fez um movimento de natação. Ela até fez um gesto com o nariz para ver se isso tinha mais sucesso.

         O padre sacudiu a cabeça novamente.

        — Eu não entendo.

         Anahí franziu o cenho em frustração, em seguida, tocou seus cabelos emaranhados e fez um movimento de lavar roupa. Quando o reconhecimento apareceu no rosto do padre, ela continuou seus gestos entusiasmados, fingindo esfregar os braços.

        —Um banho?

         Ela assentiu com entusiasmo, esboçando um sorriso feliz no rosto. Não seria tão bom quanto um mergulho no oceano, mas poderia adiar o pior da dor.

         — Mas lá fora é inverno, senhora. Você vai morrer doente.   

       Apesar dos protestos do padre, Anahí manteve a idéia, e ele acabou retornando pouco tempo depois com uma grande banheira de madeira e vários criados a reboque. Eles montaram a banheira e começaram a enchê-la com baldes de água fria e fresca. Sem banho quente para ela, então. Seria bom de qualquer jeito.

         Padre Andrew entregou-lhe um pesado bolo cinza que deveria ser o sabonete e um pente de madeira de dentes largos.

          — Eu pedi para encontrarem uma roupa para você, embora devesse fazê-lo aprovado por Alfonso em primeiro lugar. — A carranca de desaprovação, a testa enrugada, como se ele não se importasse com as táticas de Alfonso. Anahí foi aquecida pelo seu descontentamento. Isso significava que ela tinha um aliado, pelo menos, e um mais confiável do que Muffin. — Existe mais alguma coisa que eu possa fazer por você?— Anahí pensou por um momento, então tentou o movimento de "escrever" novamente. Quando isso provocou nada mais do que uma resposta confusa, ela suspirou.

         — Bordado?— Ele apertou os lábios e depois sorriu. — Estou certo de que posso encontrar algo para você bordar.

         Bordado? Hã, não exatamente. Anahí franziu a testa às costas do padre enquanto ele se retirava. Todos saíram, e Anahí foi deixada sozinha com a banheira cheia de água. Ela não perdeu tempo em deslizar o trinco da porta pesada para preservar sua privacidade antes de tirar o cobertor e se dirigir para a banheira convidativa. Um chiado escapou quando sua pele entrou em contato com a água gelada, mas ela deslizou seu corpo para dentro, desesperada para aliviar a dor latejando em suas pernas.

         Dentro de minutos, a dor havia diminuído, e suas guelras haviam retornado, enchendo seus pulmões com o contato pesado e familiar de água. Sua cauda se estendeu ao longo da borda da banheira áspera, mas o efeito era o mesmo, e o latejar diminuiu para uma pequena dor em seus ossos. Usando o sabão áspero, ela esfregou seu corpo limpando dos resíduos de sal e, em seguida, trabalhou na limpeza de seu cabelo. Que bagunça rosnou, e o sabão só fez os emaranhados piores ao mesmo tempo que limpava os cabelos. Ela deslizou mais na banheira, a cauda sobressaindo no ar enquanto ela enxaguava o sabão de sua cabeça.

         Houve uma batida na porta. O medo percorreu Anahí e ela lutou para se sentar direito na banheira de novo, a água derramando no chão sob seus pés. Ela empurrou o cabelo molhado, e todo emaranhado de seu rosto e olhou para a porta grossa de madeira no outro lado da sala. Será que eles iriam embora, se ela não respondesse?

         Sua cauda longa e suave teve um arrepio, e a batida veio de novo mais severa.

        — Eu sei que você está aí— a voz do outro lado chamou, enviando pânico em ondas através de seu corpo. Era Alfonso.

        — Destrave a porta.

         Ela não podia responder. Quando ela abriu a boca, a água escorria para fora.

        — Mulher— chamou de novo, sua voz mal controlava a raiva. Se você não abrir essa porta neste instante, eu vou pô-la abaixo.