Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

        — Você conhece o nome Herrera?  Ele casualmente levou a taça aos lábios e bebeu mais uma vez, evitando os olhos dela.

         Ela sentiu a tensão no ar, e foi mais hesitante com a sua resposta agora. Novamente, ela balançou a cabeça negativamente.

         —  É o nome de um bastardo.

        Seus dedos seguraram a taça com força, e ela podia ver o branco em torno de seus dedos. No início ela não compreendeu o seu significado. Seu pai era um cretino? Então ela percebeu, era sua filiação. Ele era um bastardo. Não idiota, mas ilegítimo.

         Parecia incomodá-lo um pouco, também, a julgar pelo aperto do maxilar. Como ela não saltou automaticamente de susto, ele se virou para ela, estudando sua expressão.

         — Não se incomoda que o homem sentado à sua frente é inferior a um nobre de nascimento?— Anahí deu de ombros. Por que importaria quem eram seus pais?

         Ele parecia precisar de um momento para digerir isso, então continuou.

          — Meu pai e sua esposa legal tiveram um casamento bastante infeliz. Eu me lembro que ela costumava me bater quando eu passava por ela. Minha mãe tinha sido uma de suas camareiras. Meu pai não queria me reclamar como seu herdeiro, mas quando dez anos se passaram e ele não teve filhos com sua esposa, ele legitimou-me e chamou-me de herdeiro de Northcliffe.

         Fez uma pausa, pensando muito.

        — Foi pouco antes de eu ser mandado embora para ser escudeiro quando o Barão Gurfi assumiu o nosso castelo. Parece que meu pai o tinha insultado em um torneio na frente do rei, o Barão Gurfi  decidiu se vingar levando Northcliffe, que era rica em mercadorias na época. — Outra pausa e ele a estudou antes que tomasse outro gole de vinho. —  Não me lembro muito sobre aquela noite, mas me lembro de ver Gurfi com pé sobre meu pai. Lembro que meu pai implorava por misericórdia e Gurfi ria na cara dele. Lembro-me que ele levou muito tempo para matar meu pai.

         A sensação de mal estar no estômago Anahí cresceu.

         —  Eu ainda posso ouvir os gritos quando Gurfi sistematicamente passou pelo castelo e começou a matança de todos os que não curvaram o joelho para ele imediatamente. Ele massacrou a esposa do meu pai. Minha mãe. — Seus lábios eram uma linha apertada e sombria. — Eu fugi com a minha irmã mais nova. Sabíamos de uma passagem secreta e nos escondemos lá. Nós escapamos para a aldeia no dia seguinte. O Barão Gurfi nos encontrou. — Com muita calma, colocou sua taça de vinho sobre a mesa e fez um gesto para a comida. — Você não está comendo, Anahí. — Seus olhos a observavam.

        Ela levantou uma mão debilmente e balançou a cabeça. Ela não podia comer enquanto ouvia sua história, como se fosse nada.

        — Gurfi encontrou minha irmã. Tínhamos ambos nos escondido dele, eu com o ferreiro e ela com a curandeira. Ela saiu correndo, gritando, quando ele colocou fogo na cabana da curandeira que ficou em chamas e todos correram passando por cima dela.

         Anahí colocou a mão à boca, sacudindo a cabeça.

         — Eu me escondi em umaa pilha de feno por dois dias, até que o ferreiro me forçou a sair. Ele alimentou-me e mandou-me seguir meu caminho com as instruções para ir a um dos amigos de meu pai, o homem o qual fui escudeiro. O Lord Bowland me manteve oculto até que eu estivesse na idade de procurar minha própria vingança.— A raiva e a força estavam de volta em sua voz, e ele a ignorou, virando o rosto para a janela e olhando para ela sem ver nada.  — Foi um longo tempo antes de me tornar um cavaleiro. Mais ainda até que conseguir a minha sorte no circuito de torneios, mas eu o fiz. Eu treinei meus homens para serem os melhores lutadores que eu poderia torná-los. Agora sou de valor inestimável para o Rei Henry como um vassalo. O Barão Gurfi não pode me tocar agora mesmo se ele quisesse.

             Ele se voltou para ela, seus olhos de aço.

        — Mas eu acho que não é suficiente para mim. Eu quero quebrar o Barão Gurfi. Fazê-lo sofrer como a minha família sofreu. E eu decidi há muito tempo que eu vou tirar tudo de valor que pertença a ele. Seu bom nome. — Ele sorriu, e a expressão não atingiu seus olhos. — Seu castelo. Sua riqueza. — Ele se inclinou e pegou a mão de Anahí na sua própria para beijar os nós dos dedos. — Sua mulher.

         Antes que ela pudesse protestar, ele se levantou, apontando para a mesa.

        — Vou enviar uma criada para limpar isso depois que você tenha acabado. Nada mais escondido, Anahí. Tenho a intenção de tornar conhecido que você é  minha amante amanhã — Ele passou seu olhar sobre ela, um olhar arrepiante e  possessivo,  então, saiu do solar.

       Anahí estava congelada, uma fatia de queijo pendurado em seus dedos e boquiaberta. Ele decidia com toda a força de sua personalidade o que ele queria, e ele a queria.

         O pensamento a excitava e assustava ao mesmo tempo.