Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

       Anahí não perdeu tempo, correndo ao longo do corredor vazio e descaratando suas roupas. A praia estava fria e seu corpo tremia de frio. Ela não ficou na água por muito tempo. A paz de ser uma sereia não estava com ela hoje.

         Muffin estava longe de ser vista, também. Após uma hora de espera decepcionante, Anahí voltou antes de pegar um resfriado. Seu quarto estava vazio, assim como ela o deixou, e ela vestiu um vestido novo e limpo, trançando o cabelo molhado, então seguiu para o solar. Ela podia, pelo menos, costurar as roupas que ela prometera enquanto tentava ordenar os pensamentos em sua mente. Ela ansiava por encontrar Alfonso, para colocar as mãos sobre os seus ombros e se certificar de que ele estava bem. Ela queria dizer a ele o que o padre tinha dito a ela e confessar os seus medos a ele.

         Ela não podia, no entanto. Ele estava com raiva dela, e ela ainda estava condenada a ser meio-peixe e muda.

         Ela desejava poder dizer a verdade a Alfonso.  Que ela não estava em silêncio porque ela era sua inimiga. Mas que ela ficava em silêncio porque sua fada madrinha era louca (apesar de que soava ridículo, também).

          No solar, porém, ela não conseguia se manter ocupada. Suas mãos mexiam à toa no conserto, mas ela acabou jogando-os de volta no cesto e olhando pela janela de fendas.

         O pátio estava cheio de gente, e, enquanto ela olhava, várias delas correram até o final do pátio. Algo está acontecendo, ela pensou consigo mesma, e pânico tomou conta de todos. Ela não conseguia ver para onde todos estavam correndo. Pior de tudo, ela não conseguia ver Alfonso.

         Anahí saiu do solar, agarrando suas saias nas mãos e fazendo barulho ao descer as escadas em alta velocidade. Ela correu para baixo, pelos corredores, pelo meio do grande salão, para o pátio de fora onde ela quase bateu nas costas de um dos camponeses. Estavam todos aglomerados em torno de algo, e o coração de Anahí martelando em sua garganta. Alguma coisa estava errada.

          Por favor, por favor, Muffin, pensou ela. Que não seja Alfonso. Que ele esteja bem. Que ele esteja seguro. Ela abriu caminho através da multidão e olhou para a cena à sua frente. Uma figura deitada no chão, coberta de lama e sangue. Uma faca estava em uma poça d`água ao lado dele, e todos sussurrando, olhando e apontando para o corpo.

           O corpo não era de Alfonso. Anahí começou a chorar aliviada com a visão, colocando a mão na boca e mordendo os nós dos dedos para abafar os soluços ruidosos que ameaçavam entrar em erupção.

        — Anahí? —  Através da multidão, Alfonso veio a ela. Sua túnica estava rasgada em uma parte, e tinha sangue espirrado na frente de seu peito.

            Seu coração quase parou de novo e ela correu os dedos, rasgando o tecido para verificar a ferida. Lágrimas derramaram- se em seu rosto, misturando-se com a chuva, e sua respiração vinha em nítidos ofegos. Ele tinha sido ferido, estavam tentando machucá-lo.

            O Padre Andrew estava certo, afinal.

            —  Tudo está bem, Anahí, — ele a acalmou, mesmo enquanto suas mãos frenéticas procuraram seu peito. Sua mão roçou seu rosto suavemente. —  Ele não conseguiu nada além de um arranhão. Tudo está bem.

            Oh! Bem. Ela se sentia um pouco boba, se jogando em cima dele no meio de um pátio lotado de gente, com todo mundo olhando para eles. Anahí levou as mãos para trás e corou fortemente.

            Tola! Alfonso fitava-a com um sorriso sedutor no rosto que ela reconhecia muito bem, e fez com que partes da sua anatomia formigassem.

            Seu pé estava gelado imerso na água da poça. Sorriu para Alfonso. A água fria da poça ficou entre os dedos dos seus pés, tendo encharcado um de seus chinelos. Quando ela sentiu sua pele molhada e os dedos dos pés começaram a formigar e queimar, ela percebeu que estava em perigo, mais do que imaginava.

            Quando uma gota grande de chuva caiu sobre sua cabeça, ela percebeu que a lama e a chuva poderiam ser suficientes para começar a transformação. O medo superou sua preocupação com Alfonso, e Anahí se virou e correu, empurrando-se entre a multidão.

            —  Anahí!— Alfonso chamou-a.— Anahí, espere!

            Ela não podia esperar. Tropeçando nos pés que ardiam como fogo, ela correu para o interior do castelo. Se pudesse ir para o seu quarto,  estaria a salvo. Não, espere. Seu solar era mais perto. Vá até lá, pensou,  entrando por um corredor, sentindo o roçar de suas saias molhadas contra suas pernas. Cada passo era como pisar em alfinetes e agulhas, e a dor agonizante lancetava as pernas, indicando o ponto da transformação.