Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            O sol pareceu durar uma eternidade para chegar, mas finalmente o marco da porta estava sob as palmas de suas mãos, e ela cambaleou para dentro, batendo e fechando a porta atrás dela. Seus sapatos molhados que estavam causando a transformação voaram pela sala com dois chutes desajeitados. Ela encostou-se na porta, as costas pressionadas contra ela, sua respiração ofegante e esperou que a dor diminuísse. Alguns minutos mais, e ficaria bem. O formigamento doloroso  dos ossos de seus pés já estava diminuindo.

            —  O que você está fazendo aqui?

            Anahí abafou o gemido de frustração que ameaçava escapar e abriu um olho. A mulher estava olhando para ela, afrontada. Duas das suas damas sentadas próximas olhavam Anahí com as mesmas expressões puritanas.

             Endireitou-se contra a porta, tentando pensar em uma maneira de explicar suas ações. Não que ela pudesse explicar, mas estava encharcada, e entrou na sala, bateu a porta, e chutou os sapatos. Não exatamente as ações normais de uma amante. Então colocou um sorriso brilhante no rosto. Talvez pudesse recolher os sapatos e sair de novo antes que lady Claudia tivesse tempo de pensar sobre suas estranhas reações.

            Houve uma batida na porta apenas, por trás das costas de Anahí. Ela podia sentir as vibrações através de suas costelas.

            —  Anahí— Alfonso chamando. — Você está bem? Está tudo bem?

            Os olhos de Lady Claudia se estreitaram, os braços cruzados sobre o peito.

            —  O que está acontecendo?—  Sua voz era suavemente mortal.— O que você pensa que está fazendo, amada?

            A porta empurrou-a para frente, e Anahí tropeçou em alguns passos quando Alfonso abriu a porta.

            —  Anahí, eu...— as palavras morreram em sua garganta quando viu o rosto irado de Claudia. —  Lady Claudia. Eu não sabia que você estava aqui.

            —  Obviamente, — ela zombou.

            Ele pigarreou e olhou para Anahí, os olhos acariciando os seus enquanto ele a observava de cima abaixo. Bobo, homem tolo! Ele estava verificando se Anahí estava bem. Uma onda de amor disparou através dela.

            —  Está bem. Bem, vou deixá-las, senhoras.

            Ele soou tão desajeitado quanto Anahí sentia-se e fechou a porta atrás dele, calmamente.

            As duas mulheres se entreolharam por um momento. Lady Claudia abriu a boca para dizer algo, mas Anahí não estava mais prestando atenção. Ela juntou os seus sapatos calmamente, mesmo quando Claudia começou a gritar e falar, e saiu do solar.

            Um olhar rápido pelo corredor mostrou-lhe a porta que Alfonso fechou meros momentos depois que ela saiu. Sem dúvida, ele ia mudar a roupa, pensou ela, lembrando-se do gibão ensanguentado. Então, Anahí o seguiu até seu quarto. A porta estava destrancada. Ela abriu uma fresta e então deslizou para dentro, fechando a porta atrás dela e deslizando a trava.

            Alfonso estava no meio da sala, próximo ao fogo.

            —  Anahí? —Sua voz profunda e sensual falou com uma nota de surpresa.

            Seu peito nu dominou sua visão. Tudo que ela pôde fazer era fitar os músculos,  e o longo e profundo ferimento que cruzava o seu peito. Alguém havia tentado matá-lo. Eles tentaram matar Alfonso, e se tivessem conseguido, ele não faria mais parte daquele mundo. Estaria morto, como ela. E então ela não iria obter a sua segunda chance. Por alguma razão, pensou que isto a assustava muito menos do que imaginar Alfonso sangrando até a morte sob a faca de um assassino. Ela largou os sapatos e foi até ele através da câmara. Ela parou na frente de Alfonso, olhando em seu rosto, bonito e duro. Um soluço abafado escapou de seus lábios e ela balançou a cabeça e fechou os olhos, frustrada com sua incapacidade de se comunicar.

            —  Se acalme, Anahí, — os dedos quentes acariciaram sua face, então seu pescoço. — Tudo vai ficar bem.

            Ela balançou a cabeça, tentando dar-lhe um sorriso, que pareceu desanimado, e pegando a ponta de sua saia, apertou-a contra o sangue que brotava. Ele estava ferido, e ela se sentiu de alguma forma responsável. Se tivesse ficado ao seu lado...

            Ela tinha se apaixonado por um homem impossível. E não podia nem dizer-lhe.

            Alfonso tirou uma mecha de cabelo molhado do seu rosto.

            —  Isto não é nada,  apenas um arranhão, Anahí. Ele não foi bem sucedido. Você está se preocupando por nada. — Ele tocou a manga de seu vestido. — Você está encharcada, assim vai ficar doente. Vá mudar de roupa, eu vou ficar bem.

            Suas palavras eram baixas e roucas e arrepios percorreram o corpo de Anahí.