Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Alfonso olhava para Anahí, o corpo inanimado, no meio de sua cama. Ela se debatia a cada momento e em seguida em seu sono, seu corpo estremecia com a dor, e o tempo todo, nunca disse uma palavra, nunca emitiu um som.

            Era o silêncio que ficou em sua mente mais do que todo o resto, especialmente quando ela,  encolhida, deixava escapar as lágrimas silenciosas pelo rosto. E assim ele esperou ao lado dela, segurando a sua mão para que soubesse que não estava sozinha.

            —  Tem certeza de que é veneno?— questionou ao curandeiro.

            O velho acenou com a cabeça, arrancando algumas das criaturas inchadas do braço pálido de Anahí e soltando-as em uma tigela.

            —  Os sintomas estão aí, meu senhor. A febre, as dores de barriga, o bater no peito.

            Ele se inclinou para frente e abriu a boca da moça inconsciente, e Alfonso se inclinou para frente para olhar.

            —  Sua língua está inchada também. Alguém a envenenou, possivelmente com um alimento ou uma bebida.

            Ela estava sozinha, comendo no solar quando ele a encontrou. Ela parecia tão triste, mordiscando os queijos e tortas, e tinha caído em seus braços tão frouxamente. Ela não poderia mesmo dizer-lhe o que estava errado, e Alfonso quase levou o castelo a baixo com seus urros de indignação.

            E agora, descobrir que alguém no seu castelo — o seu próprio domíno — havia envenenado sua mulher? A fúria fervia em seu sangue, e uma sede de vingança tomava-o por completo.

             Gurfi estava, sem dúvida, por trás disso. Ele deveria ter descoberto que ele seduziu Anahí e mandou seus espiões envenená-la. Seus dedos apertaram os dela. Ele ia descobrir o traidor e fazê-lo pagar.

            —  Meu senhor,— disse o curandeiro, e quando não obteve resposta, repetiu suas palavras.— Meu Senhor, talvez seja melhor colocar a sanguessuga daqui a uma hora. Precisamos limpar os venenos do seu corpo.

            —  Você já a sangrou três vezes e ela parece mais fraca a cada vez. — Alfonso fixou o olhar frio sobre o curandeiro. — Talvez seja melhor deixá-la.

            O homem inclinou-se e saiu do quarto.

            —  Como quiser.

            Mal o pequeno homem tinha saído do quarto,  Claudia apareceu na entrada e seu rosto assumiu uma expressão de desagrado ao sentir o cheiro deixado pelo tratamento feito com a sanguessuga em Anahí. Ela estava acompanhada por duas criadas que demonstravam a mesma expressão de nojo.

            Alfonso se perguntou se, caso se casasse com ela, elas iriam para o quarto com eles. Ela nunca estava sem suas criadas. Uma delas carregava uma cesta.

            Lady Claudia estava vestindo roupas finas, novamente, os cabelos loiros escondido por uma touca ornamentando suas faces rosadas e cheias de vida. Alfonso experimentou uma pontada de ressentimento, olhando para a face de Anahí e sua tez pálida.

            —  O que ela está fazendo aqui?—A voz de Claudia soou dura, nervosa e raivosa.— Por que ela está na sua cama?

            —  Está aqui porque está doente.— Alfonso respondeu, tentando não correr a mão pelo rosto em frustração.

            —  Ela é uma prostituta. — Lady Claudia insistiu, ignorando o fato de que Alfonso ficou mais irritado com o segundo comentário. — Ela deveria estar em seus próprios aposentos acima das cozinhas, ou onde quer que seja que as putas dormem.

            A mulher entrou na sala e postou-se na frente da lareira, seus longos braços alisando as saias que arrastavam no chão de pedra.

            —  Não é adequado para você como o Lord de Northcliffe sentar-se ao lado do refugo do antigo barão.

            Suas palavras o enfureceram mais ainda porque elas tinham um fundo de verdade. Ainda assim, ele se sentia culpado por se achar o causador do estado em que Anahí se encontrava, e Lady Claudia não fazia nada além de olhar para ela com desprezo.

            Isto fazia com que seus sentimentos fossem afetados ainda mais. Por que Claudia se incomodava tanto ao ver Anahí?

            A menos que... tenha sido ela que envenenou Anahí.

            Um frio inundou suas veias. Ele se levantou.

            —  Eu temo, Lady Claudia, ter que cancelar nosso noivado. —  Ele assistiu, com satisfação, como seu queixo caiu de uma forma grosseira. — Acho que não seria conveniente me casar com uma assassina.

            —  Uma assassina? — Sua voz era um grito estridente. — Do que você está falando?       

            Ele apontou para a cama furioso.

            —  Diga-me que não foi você que envenenou a sua rival? Não pode suportar ver o homem que você escolheu com outra mulher?