Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Era culpa dela. Ficou para trás, os braços em torno de si mesma, incapaz de fazer algo enquanto eles trabalhavam para apagar o fogo. Mesmo quando as chamas desapareceram e não havia mais nada, quando tudo estava carbonizado e só havia entulhos cobertos de fuligem, Anahí não conseguia forçar-se a mover-se. Ela se sentia responsável. A visão do padre Andrew agitou-a. Enquanto o observava, ele se aproximou de um dos homens que estava caído no chão e levantou a cabeça com um olhar de preocupação em suas feições suaves. Anahí se viu correndo, numa curiosa mistura de medo e relutância, ao se aproximar. Alfonso moveu-se e ficou ao lado do padre, quando Anahí se aproximou deles. O ferreiro estava caído no chão, de olhos fechados e a sua boca estava aberta. Anahí mordeu o nó dos dedos. O Padre Andrew tinha matado o homem? Alfonso esfregou a testa, deixando uma mancha escura de fuligem em seu rosto.

            —  Como ele está, padre?

            —  Inconsciente.

            Anahí quase desmaiou de alívio. Graças a Deus.

            O padre falou novamente.

            —  E a fundição? Pode ser salva? A resposta de Alfonso foi desoladora.

            —  O teto desabou. Eu duvido que haja muita coisa que possa ser salvo ali.

            Ele parecia cansado. Cansado e deprimido. Anahí caminhou para o seu lado, com uma mão apertada contra o peito. Ele deu um sorriso cansado e um beijo em sua testa.

            —  Volte para meus aposentos, Anahí. Há muito trabalho a ser feito aqui, e você ainda está fraca demais para ficar se movendo o dia inteiro.

            Ela balançou a cabeça.

            —  Por favor Anahí, por mim. Eu não vou ser capaz de ajudar os homens, enquanto estou pensando em você o tempo todo. Entende? 

            Anahí assentiu com a cabeça e tocou sua mão voltando para o castelo. Ela queria olhar para trás, para o padre, mas não ousou fazê-lo. Alfonso havia mencionado o dinheiro no início do dia, e ela não tinha dúvida de que o que estava na forja tinha desaparecido.

            Enquanto se dirigia ao grande salão, ela viu Jonas novamente, com alguns outros homens, e o olhar que ele lançou para ela era de acusação. Ela merecia.

 *** 

            Ela acordou mais tarde naquela noite quando Alfonso colocou os braços em volta dela, puxando-a para perto. Ele cheirava a fumaça e suor, uma combinação forte e pungente que encheu suas narinas. Parecia tão cansado e triste, que não teve coragem de afastá-lo. Em vez disso, se virou para ele, acaricou os seus cabelos, afastando-os do seu rosto, desejando ter palavras para lhe oferecer conforto.

            —  O dinheiro sumiu. A forja foi roubada, e sem dúvida quem roubou o dinheiro ateou o fogo. As moedas desapareceram, assim como as jóias e o ouro que eu tinha reservado como um presente para o rei.

            Ele enterrou o rosto contra a ondulação macia de seus seios. Anahí afastou-se de seus braços e foi até o seu pequeno baú. Puxou o saco de veludo com o cinto dourado e entregou a ele.

            —  Não, —  ele disse duramente. —  Isso é seu. Eu não vou tirar um presente de você simplesmente para tê-lo roubado por outro ladrão.

            Ela balançou a cabeça e colocou o saco de volta no baú, então deslizou de volta para a cama com ele. Somente pensar no cinto a fazia sentir-se culpada, mas é claro que não podia dizer isso a ele. Anahí não podia dizer nada. Ele a puxou para mais perto.       

            —  Alguém está trabalhando contra mim Anahí, e a não ser que eu descubra quem é, eles vão me expulsar deste castelo. Eu não serei capaz de pagar meu homens e serei obrigado a vender minha espada a qualquer um. —  Seus braços se apertaram ao redor dela. — Serei um bastardo sem terras novamente, Anahí. Um homem incapaz de manter seu próprio castelo protegido.

            As mãos de Anahí alisaram sua fronte, seus cabelos, e ela fechou os olhos para Alfonso não ver as lágrimas que ameaçavam sair de seus olhos. Era culpa dela. Tudo o que tinha que fazer era dizer a ele quem era realmente que estava por trás destes atos, e Alfonso estaria livre. Ele teria seu castelo.

            E ela não teria nada. Não teria Alfonso, uma segunda chance de vida. Nada. Ela hesitou um instante, depois tocou-lhe o peito, tentando chamar sua atenção.

            —  O que é isso?

             Anahí fez um gesto, tentando explicar-lhe. Que era o padre. Que ele estava roubando dinheiro debaixo do seu nariz. Que ela sabia exatamente o que estava acontecendo. Mas quanto mais gesticulava, mas Alfonso parecia confuso. Frustrada, Anahí apertou as mãos em punhos. Ele beijou a testa dela.

            —  Você pode me dizer isso amanhã.

             Se ao menos pudesse.