Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Roubá-lo? Colocar Alfonso em apuros com o rei? Franzindo o cenho ferozmente, Anahí balançou a cabeça e moveu-se para se levantar, mas o padre pôs a mão em seu braço fazendo-a permanecer.

            —  Eu preciso de você para conseguir isso para mim ... e vai ser a última coisa que você terá que fazer. Confie em mim.

            Confiar nele? Ela preferia confiar no diabo. Ela puxou o braço para longe e fez uma careta para ele.

            O padre ficou em pé. Os seus dedos delicados limparam os resíduos de casca de árvore do seu manto.

            —  Apenas faça o que eu pedir, Anahí. Eu odiaria ver você se machucar.

            Os seus olhos estreitaram-se com as suas palavras, mas ele continuou alegremente.

            —  Imagine a dor que Alfonso sentiria ao ver a sua... verdadeira natureza. —  O sangue desapareceu de seu rosto.

            Padre Andrew sorriu, enfiando as mãos nas mangas compridas.

            —  Você vai fazer o que eu pedi, então? Garanto-lhe que ele nunca vai descobrir a verdade, enquanto você se comportar. — Ele riu com pouco humor. —  Afinal, você não contaria a ele, certo? — Ela se encolheu. O padre estendeu a mão para dar tapinhas em seu ombro. — As minhas desculpas, minha cara. Isso foi cruel de minha parte. Vou orar a Deus pelo perdão dos meus pecados mesquinhos. — Ele apontou para um bosque de árvores escuro ao longe. — Se está procurando por água, há uma corrente a uma curta caminhada até a estrada.

            Ele a deixou depois disso, com um sorriso de satisfação nos lábios. Ela voltou a sentar sobre o tronco, a tremer, e não foi capaz de parar de tremer até muito tempo depois, quando Alfonso veio buscá-la. Alfonso confundiu seus tremores com fadiga, tomando-a nos braços e levando-a para sua tenda. Ela enfiou a cabeça no ombro dele e deixou-o levá-la.  Dentro da tenda havia uma cama improvisada com não mais do que uma pilha de cobertores, e alguns sacos para suas coisas. O interior era frio e escuro. Indo até a cama, Alfonso suavemente deitou-a no meio dos cobertores.    

            —  Descanse, Anahí. Você está exausta. Durma um pouco. Amanhã devemos chegar ao torneio.

             Uma onda de posse tomou conta dela, e Anahí sentou-se na cama. Ela não queria que ele saísse. Levantou a mão, e agarrou-o pela barra da túnica, puxando-o para baixo.

            —  Anahí? — A pergunta retumbou em sua garganta, e ela sabia que estava escuro demais para distinguir seu rosto, então ele se abaixou. —  O que está incomodando você? —  Suas mãos seguraram o corpo dele e Anahí procurou o seu rosto na escuridão. Os lábios de Anahí encontraram os dele e o beijou possessivamente. Queria tocar sua pele neste momento, para que ele a possuísse e a fizesse esquecer de tudo o que estava acontecendo de errado. Anahí precisava dele.

            Ela sentiu Alfonso enrijecer-se com surpresa, antes de cerrar os braços em volta dela e deslizar para a cama. As mãos dela, frenéticas, deslizaram ao longo de seu ventre, sobre a calça e sentiu a ereção, quente e dura, e Anahí sentiu uma onda de satisfação.

            —  Anahí, —  ele gemeu contra sua boca. — Tem certeza ...? Meus homens estão do lado de fora ... — Sua mão escorregou para dentro da calça dele e essa foi a última vez que conversaram por algum tempo.

            Quando ela acordou novamente mais tarde naquela noite, as vozes lá fora tinham  cessado, estava tudo tranquilo. Anahí ficou deitada na cama por um longo momento, os olhos abertos e o corpo tenso enquanto ouvia os sons. Ao lado dela, Alfonso dormia, sua respiração profunda e regular. Experimentalmente, ela mexeu um dedo do pé sob os cobertores. A dor surgiu através de suas pernas, como ondas em um lago, espalhando-se pelo corpo.

            Não havia como evitar, tinha que encontrar o rio. Não se ela esperava ser capaz de andar atrás de Alfonso amanhã, sem chorar de agonia o tempo todo. Anahí prendeu a respiração e, lentamente, escorregou para fora dos cobertores, cada nervo tenso esperando que Alfonso acordasse. Ela explicaria que estava indo ao banheiro, ou algo nesse sentido. Seria uma desculpa plausível, disse a si mesma, mesmo que seu coração martelasse em seu peito com o pensamento de ser descoberta.

            Mas ela não precisava se preocupar. Alfonso continuou a dormir, a respiração tranquila e até mesmo, seu corpo estava imóvel. Aliviada, Anahí ficou de pé e puxou a camisa, desatou um nó da tenda e espreitou lá fora. Ninguém estava acordado, as formas amontoadas perto do fogo estavam todas  imóveis. Ela andou  na ponta dos pés, prendendo a respiração a cada passo que dava.

          Conseguiu atravessar o campo sem acordar uma alma. Seus olhos piscaram enquanto olhava para o escuro, tentando determinar a direção que o padre Andrew tinha mencionado que a corrente de água estaria. Ela havia esquecido seus sapatos, mas era uma desconforto leve em comparação com a verdadeira dor que atravessava suas pernas a cada passo. Ainda assim, faria o percurso lentamente.