Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Com a escuridão, ela calculou mal o caminho e tropeçou em um conjunto particularmente denso de vegetação rasteira, caindo. Seu tornozelo deu um estalo e a dor atravessou sua perna, e seu queixo bateu num banco de areia. Bem, ela tinha encontrado o fluxo de água. Como as pernas começaram a se transformar, ela puxou a camisa sobre a cabeça e atirou-se em direção da água deixando seu corpo afundar, seus músculos relaxando. Quando emergiu novamente, Muffin estava lá, com as pernas balançando na margem do rio, e sorrindo para ela. Ela estava vestida com uma toga, os seus pés calçados com sandálias de ouro, e uma grinalda sustentada por uma coroa de folhas em sua testa.

            —  Olá, minha menina. Como vão as coisas com aquele homem bonito? 

            Satisfeita com a visão da fada madrinha, Anahí sentouse na água e apoiou os braços para cima de um banco de terra macio ao lado de onde Muffin sentouse.

            —  Onde você esteve? Eu estava com medo de que você tivesse esquecido de mim.

            Muffin afagoulhe a mão.

            —  Não se preocupe, minha querida. Eu sou uma mulher ocupada, mas  nunca vou esquecer de você. Havia outras garotas para serem atendidas, e receio que me deixei levar.

            —  Outras garotas como eu?

            —  Você é a única sereia no momento, — disse ela, — mas todas estão em situações semelhantes. — Muffin sorriu para Anahí. — Por que você não me diz como vai? 

            Um nó formou-se na garganta de Anahí, e ela teve que lutar para falar. 

            —  É horrível.

            —  Oh, querida. — O rosto enrugado de Muffin  franziu-se com simpatia. – O que é terrível? 

            Pouco a pouco, a história de Padre Andrew e suas manipulações foi contada. Ela disse a Muffin tudo o que tinha acontecido até esta noite, inclusive o pedido para ela roubar o dízimo e  fazer Alfonso perder os favores do rei de uma vez por todas. 

            A lua cresceu alto no céu e Anahí começou a tremer por causa da corrente de água fria, enquanto falava, mas ela ainda continuou a abrir seu coração para Muffin. A fada madrinha nunca interrompia, apenas ouvia e interrompia nas partes apropriadas.

            —  Eu simplesmente não sei o que fazer, — disse Anahí em um ponto, enxugando as lágrimas em seu rosto.

            —  Ai, ai querida,— Muffin disse, acariciando o topo da cabeça molhada de Anahí. — Sai da água, vista-se, e vamos discutir sobre isso.

            Anahí fez o que Muffin lhe disse, saindo do fluxo de água à espera de que sua cauda se transformasse. Depois que ela o fez, vestiu a camisa amassada, a bainha agora rasgada e enlameada. Ela se sentia como uma criança quando se sentou na grama ao lado de Muffin, as mãos se agitando entre os fios molhados e emaranhados de cabelo que cobriam seus ombros.

            —  Se você estivesse na minha posição, Muffin, o que faria?

            —  Você quer dizer, escolher entre salvar a sua pele ou a dele? Eu não posso decidir isso por você. Isso somente você pode fazer. 

            Anahí franziu a testa.

 ***

             Alfonso percebeu que Anahí não estava na cama quando acordou e quis aconchegar-se junto ao seu corpo quente e não encontrou nada, além da cama vazia. Ele abriu os olhos, olhando na escuridão para tentar encontrar a forma dela.

            Quando não a viu, vestiu-se e saiu da tenda, para procurar no resto do acampamento. Onde ela poderia ter ido?

            O vigilante noturno lançou-lhe um olhar curioso, mas Alfonso acenou para ele. Ele notou que Anahí ficou olhando para longe, no bosque espesso, tentando encontrar o caminho que a levasse ao fluxo de água que passava a curta distância dali. Será que ela  não sabia que os aldeões estavam no campo seguinte? Irritado que ela tivesse saido e o deixado no meio da noite, sem aviso, Alfonso foi nessa direção. O que poderia ter possuído a mulher, que normalmente parecia sã e equilibrada mesmo com todo o seu estranho silêncio, para ir caminhar após escurecer, sozinha? A preocupação tomou conta de sua mente.

            Havia uma dúzia de coisas terríveis que poderiam acontecer com uma mulher solitária saindo após o anoitecer. Mas ele não pensaria sobre isso. Inferno, ele se importava com a moça, cuidou dela mais do que ele cuidou alguma coisa em muito tempo, e o pensamento dela cair na mão de bandidos, que friamente tirariam uma fatia de seu intestino, o aterrorizou. Ele levou a mão morena ao punho da sua espada em prontidão. Um pequeno riacho surgiu alguns minutos depois e ele parou em suas margens, perguntando-se se Anahí teria vindo mesmo até ali. Ele estava perseguindo nada mais do que um fantasma na escuridão. Desanimado, se afastou do fluxo e olhou ao redor. Um suspiro, leve e feminino, foi trazido pelo vento e Alfonso congelou no lugar, os músculos tensos.