Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            —  Muffin,— disse a voz, e o som era doce e suave, apenas com um toque melancólico.— Eu não sei o que fazer. Alfonso confia em mim, e se eu fizer isso, vou perder essa confiança para sempre.

            Era como se o gelo da água se derramasse em suas veias. Lentamente, Alfonso voltou-se para o fluxo.

            A voz suave e feminina vinha de um lugar um pouco abaixo no fluxo da água, e ele voltou para as sombras das árvores próximas, com cuidado para se aproximar silenciosamente. Seus dedos agarraram sua espada com toda a intensidade, e ele afastou as folhas, temendo o que veria lá. Anahí estava sentada na beira do rio nas proximidades, abraçando os joelhos contra o peito, os cabelos molhados, enquanto falava a outra figura que ele não podia ver. Falava!!!! A cadela, enganadora, podia falar o tempo todo. A raiva estremeceu o seu interior, e ele resistiu ao impulso enorme de bater na vegetação rasteira, agarrá-la pelos braços e sacudi-la, sacudi-la até que as respostas que ele queria se derramassem. Por quê? Por que ela mentiria? Em vez disso, rangeu os dentes e forçou-se a ouvir a sua voz baixa e suave como cada palavra enganosa que gotejava para fora daqueles belos lábios.

            —  Ele vai descobrir, Muffin. — Anahí encostou o rosto no joelho, o rosto pálido, brilhante e molhado ao luar. Ela havia chorado. — E quando ele descobrir, não vai me amar mais.

            —  Ele ama você agora? — A outra voz perguntou.

            —  Ainda não, — disse Anahí. — Mas ... eu o amo.

            Suas palavras terminram com um soluço.

            —  Eu nunca pensei que isso seria tão difícil. O que eu vou fazer se não posso fazê-lo me amar? Tenho que fazer. É o que eu vim fazer aqui.

            Então, a pequena e atraente mentirosa tinha vindo ali com a intenção de seduzi-lo? E agora que o seu plano falhava, estava chorando para a outra? Nojo enrolava seu estômago, e Alfonso jurou que nunca iria dar-lhe a satisfação de ouvi-lo admitir seus sentimentos. Todo o sentimento terno por ela tinha desaparecido uma vez que a ordinária abriu aquela boca doce e mentirosa.

            —  Bem, eu devo ir, — disse a outra voz. — Tenho um certo alguém para encontrar, e ele não gosta de ficar esperando.

            O Barão Gurfi, Alfonso pensou imediatamente. A linda Anahí não era nada mais do que uma espiã enviada por seu pior inimigo para fazê-lo baixar a guarda. Pior de tudo, ele tinha caído de amores por ela. Sem dúvida, ela estava por trás da série de acontecimentos infelizes no castelo.   Alfonso pensou nas reclamações ultrajadas de Claudia, mostrando o dinheiro encontrado na cesta de costura de Anahí. Ele presumiu que eram os desvarios de uma mulher ciumenta com a intenção de destruir a sua rival. Mas agora as peças se encaixaram com uma clareza surpreendente e desanimadora.

            Na margem, Anahí acenou com compreensão para sua companheira, mas não fez nenhum movimento para se levantar.

            —  Vou voltar para o acampamento em um minuto. Eu preciso me recompor. Vou acordar Alfonso, com certeza, se ele me ouvir chorar. 

            Tarde demais para isso, pensou Alfonso, a ironia cortando sua alma. Ele sentiu frio por dentro, estava dormente. Anahí tinha mostrado a sua verdadeira face e foi uma total surpresa para ele. Ele voltou para as sombras e retornou para o acampamento, seu coração endurecido contra o choro suave à distância. Ele não iria cair em suas artimanhas novamente.

           ***

             Alfonso a estava tratando estranhamente, Anahí percebeu, na manhã seguinte. Não era nada que ela pudesse dizer, mas a frieza estava lá do mesmo jeito. Ele não quis olhar para ela quando se vestia, uma grande modificação nas carícias afetuosas que normalmente fazia para ela acordar.

            Quando Anahí deu-lhe um olhar preocupado e tocou em seu braço, ele deu de ombros e afastou-se para afivelar sua espada.       

            —  Somente pensando no dia, Anahí. Não preste atenção em mim.

           Como poderia ela não prestar atenção?

            Frustrada, Anahí terminou de se vestir sozinha, não era uma tarefa fácil, dado que o vestido era amarrado nas laterais, o que tornava difícil de alcançar. Ela trançou o cabelo como se tudo estivesse normal, e comeu o café da manhã que um dos soldados forneceu, e durante todo o tempo sua mente corria. Alfonso reparou nela deixando a barraca na noite passada? E se ele tivesse ouvido sua conversa com o padre Andrew?

            Certamente não... ela ainda estava aqui e ainda amaldiçoada a ser uma sereia.