Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

             Foi uma longa viagem naquele dia, agravada pela rigidez muscular do dia anterior e do silêncio de Alfonso. Quando ela colocou os braços ao redor dele, poderia jurar que Alfonso enrijeceu-se, e Anahí teve que piscar para afastar as lágrimas. Mas eu te amo, ela queria sussurrar contra a sua pele. Mas claro, ela não podia dizer nada,  apenas ficar em um silêncio miserável. Pensou que tinha muito pouco tempo. Menos de uma semana.   Falhou em seu objetivo; Alfonso não a amava. Agora ele mal conseguia tolerá-la. Ela não sabia por quê.

            O murmúrio era calmo enquanto os vigilantes foram escalados algumas horas mais tarde, quando Anahí estava cansada e a cabeça deitada nas costas de Alfonso. Ela sentou-se quando a alegria irrompeu nos homens e a conversa ficou mais animada. Com seus braços envolvendo a cintura de Alfonso, ela podia senti-lo tenso, quando avistou o que os homens fizeram, e Anahí sentou-e, esforçando-se para ter um vislumbre sobre os ombros largos de Alfonso.

            Os olhos dela mal podiam ver a vibração de uma bandeira colorido à distância. O flash de vermelho chamou sua atenção, e depois desapareceu quando Alfonso virou a cabeça.

            —  Anahí, — ele disse, sua voz um rosnado baixo. — Fique parada.

            Eles devem ter chegado ao local do torneio. Logo, veriam o rei, e logo ela teria que roubar Alfonso e arruinar sua vida. Esta semana ela deveria passar com ele para vê-lo na miséria, vendo como sua vida era destruída quando o dízimo fosse roubado e Northcliffe tirado dele. Ela não poderia fazê-lo. Podia querer salvar a si mesma, mas não desta maneira. Anahí começou a pensar em um plano. Se ela pudesse passar um dízimo falso para ao padre, então talvez fosse capaz de deixar este interlúdio com seus escrúpulos intactos, se não seu coração.

 ***

             Anahí olhou para fora da tenda pequena e encarou os acontecimentos à sua volta com uma mescla de ansiedade e medo. O local do torneio era uma confusão de pessoas gritando, turbulentas, e todos animados por estar lá. Um mar de tendas situado nos prados verdejantes na base de um imponente castelo situado no topo de uma colina próxima.

            Assim que eles chegaram os homens tinham começado a montar um acampamento, erguendo novas barracas coloridas com as cores de Alfonso e feitas de materiais finos e elegantes. Anahí lembrou que alguém lhe dissera que Alfonso fez fortuna competindo em torneios. Isso explicaria a facilidade e o prazer que brilhava nos rostos dos homens enquanto preparavam o acampamento. A tenda de  Alfonso era a maior, e era muito diferente da pequena barraca que erguia quando estava em viagem. Aquele acampamento era caro e falava sobre o grande prestígio e riqueza do proprietário.

            O acampamento foi montado no meio de tudo, para desgosto de Anahí. Alfonso tinha desaparecido não muito tempo depois que eles chegaram, deixando Anahí  se arrastar sobre o campo, sentindo-se desconfortável e indesejada, enquanto observava os seus homens erigir a última das tendas. Eles a ignoraram.

            Ela passou o seu tempo espreitando fora da tenda e olhando a multidão. Os homens excediam em número as mulheres. As poucas mulheres que ela tinha visto passar estavam sempre acompanhadas e vestiam-se com roupas que teriam envergonhado a elegância vistosa de lady Claudia.

            Qualquer um que visse Anahí, de imediato, percebia que ela não tinha status, graças à sua falta de adornos. Alfonso não estava fazendo nenhum favor a si mesmo trazendo-a com ele, Anahí percebeu. Ela não ia ajudá-lo com a sua presença.

            O sol se pôs e Alfonso não voltou, e o tumulto fora da tenda continuou. Os nervos de Anahí ficavam mais desgastados a cada segundo que passava. Com uma multidão como esta, ela nunca seria capaz de mover-se em segredo para aliviar as pernas. Ela estava verdadeiramente presa na barraca. Desesperada, Anahí caiu em um sono exausto.

            Ela acordou na manhã seguinte, desorientada. Pássaros cantavam, e tudo estava estranhamente calmo. Um desconforto arrepiou sua pele, até que ouviu o rugido baixo de uma multidão à distância. O torneio devia ter começado. Alfonso não havia retornado para sua última noite. Ela olhou para a tenda vazia ao seu redor, perguntando-se  se ficaria sozinha até que o torneio tivesse acabado.    

            Anahí se deitou na cama e voltou para um sono, preguiçoso e deprimido. Quando seus olhos se abriram novamente, engasgou com a visão de Alfonso de pé sobre ela, um olhar duro em seu rosto. Havia círculos escuros sob seus olhos, como se não tivesse dormido.

            —  Vista-se.