Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Ela viu quando Jonas inclinou-se em um dos joelhos e passou a tira na armadura da coxa de Alfonso. Bem. naturalmente, ela pensou sarcasticamente. Óbvio que devia ir ali.

            Alfonso olhou para ela, como se estivesse ouvindo seus pensamentos, e lançou-lhe um olhar pensativo enquanto o escudeiro amarrava a armadura. Ela pensou ter visto um sorriso peculiar em seus lábios

            Os minutos passavam em silêncio enquanto Jonas tomou cada peça  da armadura e, em seguida, amarrou no seu Lord que esperava. Quando ele pegou uma das placas pesadas dos braços e começou a prendê-las, franziu as sobrancelhas e virou-se para Alfonso.

            —  Existe alguma coisa presa aqui, meu senhor?

            —  De fato.

            Alfonso olhou para Anahí, mas ela desviou o rosto com cuidado, fingindo desinteresse, e pegou a sua costura, utilizando a agulha para arrancar um nó na linha do bordado colorido. Sua voz era baixa, e ela o viu chegar até ao colarinho da camisa.

            —  Eu guardo a chave do meu cofre segura comigo o tempo todo, embora não possa usá-la durante o torneio. Guardará o tesouro para mim? Confio em você com a minha vida, portanto vou entregar-lhe.

     Ele entregou um objeto longo de metal para Jonas, cujas feições se iluminaram com um prazer solene.

            —  Não vou falhar com você, meu Lord, — o menino prometeu fervorosamente. — Vou ocultar a caixa, e guardarei a chave que ficará comigo o tempo todo. Ninguém saberá que estão comigo.

            —  Bom, — Alfonso murmurou. — Não vamos falar sobre isto novamente até que seja hora de dar o ouro ao rei Henry. Entendido?

            Os cabelos da nuca de Anahí arrepiaram-se, e ela sentiu que ambos olhavam para ela. As lágrimas obscureceram os seus olhos, fazendo com que os pontos de costura trêmulos ficassem mais difíceis de ver. Então Alfonso não confiava nela. Ela não se surpreendeu. E agora sabia onde o dízimo estava. E quem iria roubá-lo.

 ***

             Anahí ficou na tenda o resto da tarde, incapaz de se concentrar em nada. As libélulas minúsculas que ela vinha tentando bordar há muito tinham caído no esquecimento, e contentava-se em bordar qualquer coisa, sonhando e tentando não pensar sobre o que teria que fazer esta noite.

            Anahí Herrera, ela bordou, então franziu o cenho. Lord e Lady Alfonso e Anahí, veio em seguida, mas a idéia parecia tão absurda e pretensiosa que ela retirou todos os pontos imediatamente e jogou o bordado de lado.

            Eu deveria estar bordando Anahí a Mentirosa, ou Anahí a Idiota,  pensou tristemente. Anahí Metade Peixe. Anahí A Derrotada, logo vai estar  permanentemente morta.

     Anahí pegou o bordado e olhou para ele, imaginando suas palavras de ódio. Ela poderia fazer isso?

            Poderia trair Alfonso como planejou?

            Anahí pensou por um longo momento, depois começou a bordar.

 ***

             Quando a luz se tornou muito fraca para ver seus pontos, Anahí largou sua costura e esfregou os olhos.

            A tenda foi aberta, e Anahí empurrou o bordado atrás dela, sob as colchas. Suas costas endireitaram-se e ela alisou o cabelo inconscientemente.

            Era só Jonas. Voltou-se um pouco para vê-lo,a decepção  sugando o ar de seus pulmões. O rosto redondo de Jonas torceu-se em um sorriso.

            —  Fico triste em desapontá-la, mas Alfonso não voltará até tarde esta noite. Ele está jantando com o rei, e pediu-me para verificar se está bem, e que lhe traga algo…

            Ele olhou-a com desconfiança. Algo... Algo como um dízimo. Anahí engoliu em seco, a tensão percorrendo através do seu corpo. Agora era a sua oportunidade. Agora era o momento. O sol estava baixo no céu, o que significava que o Padre Andrew voltaria logo, e exigiria o tributo.

            E assim Anahí caiu no chão, fingindo um desmaio, deslizando ao lado da cama.

            —  Anahí? — A voz de Jonas vacilou e tornou-se áspera. — Você está bem?

     Ela se esforçou para permanecer imóvel, deslizando os dedos ao redor de um penico que tinha sido deixado ali e nunca usou.