Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            A primeira coisa que Alfonso notou quando voltou para a sua tenda era que Anahí tinha ido embora.

            A cama estava amarrotada mas vazia. Havia um prato de jantar em uma mesa próxima que estava coberto de moscas. Sem dúvida ela partido há várias horas.

            Sentiu um estranho desconforto ao longo dos músculos, e lançou um olhar rápido através da tenda escura, perguntando-se se tinha esquecido dela.

            —  Anahí?—  chamou.Talvez fosse um truque dela, para assustá-lo, e quando se voltasse veria seu rosto pálido e belo sorrindo para ele através dos espessos cabelos. Seus olhos verdes se iluminaram, imaginando-a com os tecidos belos que tinha comprado para ela.Havia hesitado, sucessivamente, até ceder e adquirí-los...seria como um pedido de desculpas pela forma como a vinha tratando. Ele queria vê-la vestida com  boas roupas. Não importava se ela não podia, ou não iria, falar com ele. Ele a conquistaria, faria com que se sentisse confortável com ele em todos os níveis e, em seguida, Anahí iria falar, e ele iria saber todos os segredos sobre ela, o que atormentava seu sono.

            Que os céus o ajudassem, mas estava agindo como um garoto e com uma mulher que ele não podia sequer confiar.

            Um gemido no canto da barraca chamou sua atenção, e Alfonso invadiu a tenda, buscando a sua fonte. Seu coração congelou no peito ao ver a forma deitada ao lado da cama, e Alfonso ajoelhou-se, virando a figura.

            Um toque rápido o fez imediatamente perceber que não que era Anahí. O cheiro de suor e o segundo gemido que se seguiu foi decididamente masculino.

            —  Alfonso?—  A figura murmurou no chão.

            —  Jonas, —  disse ele, seu mal-estar aumentado mais e mais. —  O que aconteceu com Anahí? Quem a levou?

            O escudeiro sentou-se, sua mão indo para sua cabeça.

            —  Anahí? —  Ele disse, seus pensamentos lentos e confusos.

            —  Sim, —  Alfonso disse, tentando não gritar com o rapaz. — Anahí está desaparecida. Você viu alguém na tenda? Quem te bateu?

            Incrédulo, o escudeiro olhou para Alfonso.

            —  Meu Lord, foi ela.

            "Mas ... eu o amo." Anahí tinha dito, sua cabeça apoiada nos joelhos na beira do riacho. Seu cabelo estava molhado, e ela estava vestida com uma roupa úmida que se agarrava a seu corpo. Roupas sedutoras. Roupas que só um amante deveria vê-la usando e suas palavras tinham terminado em soluços. "Eu nunca pensei que isso seria tão difícil. O que eu vou fazer se não posso fazê-lo me amar? Tenho que fazer. É o que eu vim fazer aqui.” A outra voz não se preocupava com sua agonia.

            "Bem, eu devo ir. Eu tenho um certo alguém para encontrar, e ele não gosta de ficar esperando ", lembrou-se da outra voz dizendo, e podia jurar que  era do sexo feminino. Mas isso não fazia sentido.

            Por que Anahí se encontraria com outra mulher e abriria seu coração para ela?

     Por que ela atacou seu escudeiro e fugiu? Se ela estava trabalhando para o Barão Gurfi, por que não roubou o dízimo, se teve tantas oportunidades?

            Ele se sentou na cama, tentando ordenar o fluxo aleatório de pensamentos que explodiam através de sua mente. Anahí sorrindo, seu rosto feliz em seu castelo. Seu olhar, pensativo quando houve o incêndio. Seus olhos tristes quando lhe falou sobre a viagem, como se ela soubesse que algo estava terrivelmente errado e não conseguia dizer. E sempre, sempre com o padre maldito, observando-a com olhos ávidos, interessados. Sempre ao seu lado, guiando-a ou dando-lhe conselhos. O padre.

            Perdido em seus pensamentos, ele quase não sentiu a pontada de dor  em sua nádega, até que virou-se e o que quer que fosse cravou-se ainda mais em sua pele.      

       — Ow!— Alfonso deu um pulo e virou-se na cama, buscando através das mantas, e suas mãos encontraram o aro do bordado de Anahí, a agulha apontando para cima, no pano.

            Este não parecia o tipo de bordado que a maioria das mulheres fazia. Não havia ramos decorativos, nem letras desenhadas, os pontos ali eram rápidos e confusos, unidos em um padrão que só poderia ser uma escrita. Ele levou-o ao nariz, sentindo o perfume levemente salgado que sempre parecia acompanhar os pertences de Anahí.

            —  Uma vela, — Alfonso pediu, virando a costura em sua mão. Quando esta foi alcançada pelo jovem, ele ergueu-a sobre o pano.